Profissão Repórter mostra violência obstétrica nas maternidades brasileiras

Publicado em 12/12/2018

O Profissão Repórter desta quarta-feira (12), aborda a violência obstétrica nas maternidades brasileiras. Conduzido por Caco Barcellos e sua equipe de jovens repórteres, o programa começa após o Futebol 2018, na Globo.

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A edição mostra duas realidades opostas existentes no país: enquanto, de um lado, cresce a busca por partos humanizados. De outro, aumentam também as denúncias de violência obstétrica e de negligência no atendimento às mulheres grávidas.

Durante uma semana, a repórter Nathalia Tavolieri acompanhou a rotina do hospital Sofia Feldman, em Belo Horizonte. Referência em parto humanizado, a maior maternidade do país faz uma média de 700 partos por mês.

Com 30 leitos de UTI neonatal fechados, o hospital enfrenta uma de suas piores crises: a falta de repasses públicos. Mesmo assim, segue atendendo mulheres que buscam por qualidade na hora do parto.

Como é o caso de Karina Paim, que, mesmo com plano de saúde, optou por ter seu primeiro filho através do serviço público. A repórter Nathalia registra o parto de Karina, que acontece de forma natural.

No Rio de Janeiro, o repórter Julio Molica conta a história de Raquel Correa. Ela teve uma experiência traumática e sofreu com a perda de sua primeira filha.

Os médicos aplicaram anestesia sem o consentimento dela e realizaram manobras contraindicadas, como a que força o útero da mãe.

“O importante é destacar essas práticas. Muitas pessoas não percebem que são formas de violência. A reportagem é um alerta às mulheres, grávidas ou que pretendem engravidar, para irem preparadas, e não serem induzidas por procedimentos que podem traumatizá-las”, explica Júlio.

Após a experiência traumática, Raquel decidiu se tornar doula e, desde 2015, já ajudou em 200 partos.

Partos traumáticos

Já a repórter Eliane Scardovelli vai ao Rio Grande do Sul acompanhar mães que passaram por partos traumáticos. Os filhos de Bibiana e Ivana, da cidade de Santa Maria, tiveram paralisia cerebral devido à demora no atendimento nos partos.

Eliane também registra a história de Alinca, de Pelotas. Em vídeo, ela mostra insultos do médico e o momento em que uma enfermeira fratura sua costela forçando sua barriga.

Hoje, essas mulheres se mobilizaram para cobrar respostas dos hospitais e alertar a população.

“Esse tema já me tocava há muito tempo. Pensei: imagina se todas as mulheres pudessem ser ouvidas e que suas escolhas pudessem ser respeitadas na hora de ter um filho? Acho que a verdadeira revolução começa pelo parto. A forma como se nasce é determinante para a vida de uma pessoa e da relação mãe e filho”, comenta Eliane.

 

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