Conversa com Bial faz homenagem a Arlindo Cruz, reúne Vampeta e Harmonia do Samba e entra no universo Ed Motta

Publicado em 13/09/2018

Já faz um ano e meio que ele precisou parar. Um AVC já não o deixa mais cantar nem compor. Mas tudo o que construiu ao longo de uma vida dedicada ao samba está mais forte do que nunca. E, no que depender da esposa, do filho, dos amigos e dos fãs, ficará eternizado. Arlindo Cruz completa 60 anos nesta sexta-feira, dia 14, e na noite anterior, dia 13, quinta-feira, o Conversa com Bial presta uma homenagem em vida como deve ser. Com samba, parceiros de vida, memórias e alegria.

Quem pisa no palco para reverenciá-lo não perde a oportunidade de lembrar o quanto Arlindo é um símbolo para nossa música. Para Ubirany, companheiro dos tempos de Fundo de Quintal, “ele é um dos caras mais representativos do samba que existe no Brasil. É um grande intérprete. Tem aquela voz que parece pequena, mas que é imensa. Só faz coisa bonita, consegue aliar quantidade a qualidade”.

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Sombrinha define Arlindo Cruz no Conversa Com Bial

Com a honra de ter feito cinco álbuns como dupla de Arlindo, Sombrinha define assim o amigo. “Arlindo é musicalmente rico, não só na poesia, mas também na melodia”, explica o músico. Que ainda revela que os dois não se deram bem logo de cara. E que foi preciso um tempo para que se tornassem amigos. “Ele me achava metido e eu achava ele chato”, conta.

De outra geração, Xande de Pilares guarda com carinho os detalhes do dia em que compôs pela primeira vez com o mestre. “Eu tinha uma melodia guardada há um tempo e, no dia em que fui para a casa do Arlindo, já fui nervoso. Quando chegamos lá, apresentei a melodia de ‘Samba de Arerê’. E ele veio com refrão na hora. Ele ligou pra Beth (Carvalho), pra ela gravar. Fui à gravação e, quando Beth falou ‘meu samba é de muito axé’, meu telefone tocou com a notícia de que meu filho tinha nascido”, detalha o artista.

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Beth Carvalho e Zeca Pagodinho homenageiam Arlindo Cruz

Se os amigos têm muito a dizer sobre o cantor – como também fazem Beth Carvalho e Zeca Pagodinho em depoimentos -, o filho Arlindinho tem uma vida inteira para contar. “Muitas vezes via meu pai cantando, reclamando de dor e, quando chegava no palco, ele ficava bem, levantava e sorria. O maior exemplo, ele me mostrou na prática. Essa música (‘O show tem que continuar’) é como um mantra pra mim. Ele sempre foi um guerreiro. É trabalhador da música, do samba, e o samba está continuando”, afirma Arlindinho, que promove uma nova turnê, intitulada “60 anos de vida. 40 anos de samba”, com estreia em São Paulo, nesta sexta-feira. Outro presente para este poeta do samba surge no palco do ‘Conversa’, pelas mãos da bateria da X-9 Paulistana. A escola desfilará, no Anhembi, um samba-enredo sobre a trajetória de Arlindo Cruz.

Sequência musical

Além do programa em homenagem ao cantor, Pedro Bial encerra a semana com mais duas atrações musicais. Nesta quarta-feira, dia 12, o grupo Harmonia do Samba, liderado por Xanddy, relembra sucessos e histórias da fase em que ainda ensaiavam em lugares mais modestos, na Bahia. Dessa época, o ex-jogador Vampeta lembra bem, já que morava ao lado de onde aconteciam esses ensaios.

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Antes da carreira de ambos decolar, dividiram a mesma experiência como vendedores de picolé, ainda jovens. Já no auge, outro momento do então jogador fez história. “Sobre o penta, vou ter que ser sincero: o que me marcou foi a sua comemoração. E você estava num estado meio Compadre Washington”, brinca Xanddy sobre as famosas cambalhotas do amigo na rampa do Palácio do Planalto. O voo de volta da Copa do Mundo de 2002, as comemorações no Brasil, as polêmicas com outros clubes. E até o ensaio nu são assuntos que fazem a graça do papo entre os três.

Conversa com Bial na sexta-feira

Já na sexta-feira, dia 14, um dos nomes mais reconhecidos da música brasileira chega ao programa. Com o que o jazz, o soul, a bossa nova e outras vertentes podem apresentar, Ed Motta fez sua carreira por aqui. E traçou uma história de sucesso fora do país também. “Como compositor e músico, Cassiano me influenciou mais – ele é mais Stevie Wonder, e meu tio (Tim Maia) era mais James Brown”, explica ele sobre aqueles que contribuíram para sua formação.

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Um colecionador compulsivo – já são mais de 30 mil discos de vinil em casa -, o cantor lançou, recentemente, o álbum “Too Slow To Disco Brasil. Compiled by Ed Motta”, projeto do alemão DJ Supermarkt. E terá mais dois trabalhos lançados ainda neste mês. Na atração, ele se apresenta e conta ainda com a participação especial de Sandra de Sá, uma das artistas que também fazem parte de sua formação musical. Exibido após o Jornal da Globo, Conversa com Bial tem direção artística de Monica Almeida e direção de conteúdo de Ingo Ostrovsky.

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