Profissão Repórter mostra como jovens da periferia se divertem nas grandes cidades

Publicado em 10/10/2017

A onda “rolezinho” não é novidade. Em 2014, o fenômeno cultural bombou nas redes sociais e levou milhares de adolescentes entre 14 e 17 anos para encontros em shoppings do país. Três anos depois de registrar o movimento, o ‘Profissão Repórter’ retoma o tema e debate sobre as atuais formas de diversão entre os jovens da periferia. “O rolezinho foi importante pois chamou atenção para a falta de espaço de lazer entre os jovens da periferia paulistana”, analisa a repórter Danielle Zampollo, que reencontra os antigos organizadores dos rolezinhos no programa desta quarta-feira, dia 11. “Quais as opções que eles têm hoje? A gente vê que são poucas: são pessoas que não têm dinheiro para cinema, teatro ou uma festa no centro. Essa é a principal discussão”, analisa ela.

Leia também: Os Trapalhões e A Cara do Pai: domingo é um bom dia para dramaturgia infantil

Segundo a repórter, a vida desses jovens mudou bastante desde a primeira visita da equipe do ‘Profissão Repórter’. Um deles é Chaveirinho, que se casou e hoje trabalha como caminhoneiro para sustentar a filha de um mês. “Mudou muita coisa: fiz família, tive filha, mas o que não muda é a nossa vontade de funk”, diz ele. A repórter também reencontra Darlan, representante da antiga “Associação Rolezinho: a Voz do Brasil”, e visita com ele os principais pontos de encontro dos jovens da periferia na Zona Leste. “Na tentativa de mostrar o rolezinho de hoje, o Darlan me levou para as tabacarias onde o pessoal fuma narguilé e dança funk, além dos bailes de rua, conhecidos como ‘fluxo’”, conta Danielle.

A edição conhece também uma das maiores favelas da América Latina, a 30km de Brasília. A repórter Nathalia Tavolieri conversa com os jovens da Sol Nascente para entender quais são suas opções de diversão. “Estava esperando encontrar várias festas, mas, chegando lá, descobri que não tem quase nada para fazer”, comenta ela. “O pouco que tem são jovens que criam, por iniciativa própria, eventos culturais nos quintais de suas casas”, relata. A repórter visita três eventos e conhece um morador que nunca foi ao teatro. “Acho o tema importante porque nem só de trabalho e estudo vivem as pessoas. Esses moradores já enfrentam problemas estruturais de educação, saneamento básico, violência; na hora mais tranquila, de descanso, eles não têm diversão”, reflete Nathalia.

Além disso, o repórter Erik Von Poser vai até a capital mineira para visitar o Aglomerado da Serra, maior favela de Minas Gerais. O programa acompanha como é organizado o baile funk local, onde um jovem de 14 anos foi morto após um tiroteio em julho deste ano. Desde então, o evento só pode acontecer com o alvará da prefeitura, que precisa ser renovado semanalmente.

O ‘Profissão Repórter’ vai ao ar às quartas-feiras, depois do futebol.

© 2024 Observatório da TV | Powered by Grupo Observatório
Site parceiro UOL
Publicidade