No Sensacional, Lucinha Araújo, mãe de Cazuza, desabafa: “As canções que ele deixou são ‘meus netos’”

Publicado em 28/09/2017

A apresentadora Daniela Albuquerque entrevista Lucinha Araújo, mãe de Cazuza, no Sensacional desta quinta-feira (28). No papo, ela relembra histórias de seu filho, que morreu em 1990 vítima de complicações decorrentes da Aids, e revela o sonho de que ele tivesse lhe deixado netos. “Já apareceram tantos filhos dele, volta e meia aparecem. Ele morreu há 27 anos e aparece um garoto de 20 dizendo que é filho dele, isso acontece bastante. Até adoraria se fosse verdade, mas é tudo mentira”, confessa. “Sabe qual foi a maior herança que ele me deixou? Foram as músicas. No dia em que me conscientizei disso, eu falei, ‘tudo bem, não tive netos, mas as canções que ele deixou são meus netos’”, completa.

‘Cazuza’, apelido que Agenor Miranda de Araújo Neto ganhou antes mesmo de nascer, ficou conhecido em todo o país após se juntar ao grupo Barão Vermelho, mas foi ainda durante a infância que ela percebeu seu dom para cantar, motivado por sua convivência com grandes nomes da música do país. “Elis Regina trocava fralda do Cazuza, era assim, viviam todos lá na minha casa e ele foi criado nesse meio, então ele não tinha mitos, não tinha ídolos. Ídolos talvez ele tivesse, que o Caetano era um deles, mas não aqueles que você vê esse treino todo. Para ele era natural, foi criado no meio dos Novos Baianos, de todo mundo”, ressalta Lucinha.

Durante a entrevista, a mãe de Cazuza revive o momento em que tiveram a notícia de que o filho estava com Aids. “Ele não me deixou acompanhá-lo no dia que foi buscar o resultado, mas depois foi a pé para encontrar a gente. Nós dois já estávamos em casa esperando por ele. Foi muito triste, mas foi uma prova de amor dele. Ele não foi procurar ninguém, falou ‘eu vou voltar para onde tudo começou’”. Questionada se teve tempo para se despedir de Cazuza antes de sua morte, ela confessa: “Não. Eu me recusava a falar em morte e não queria que ele falasse, o João também não queria. A gente colocou um véu na nossa frente”.

Lucinha Araújo também fala de sua relação com a fé. “Eu já tive mais, porque ainda tenho uma pergunta que não me deixa calar: por quê meu filho?”. Ela conta que recebe diversas cartas psicografadas, mas que não acredita no conteúdo das mesmas, somente nos sinais que recebe do filho. “Cazuza me manda muitos sinais. Por exemplo, se um artista pede ‘Lucinha, você me deixa gravar tal música?’, eu falo ‘me dá um tempo’. Aí eu digo ‘Cazuza, me dá um sinal’. Ligo o rádio e está tocando Cazuza. Isso é um sinal de que tenho que assinar a autorização”.

No comando da Sociedade Viva Cazuza há mais de 20 anos, que atende crianças portadoras do vírus HIV, ela destaca a importância do trabalho em sua própria vida. “Me ajuda a viver. Foi isso que salvou a minha pátria, porque preciso mais dessas crianças do que ela de mim. Qualquer pessoa que tivesse dinheiro ia lá e fazia mais ou menos do que eu fiz, mas eu não teria uma tábua de salvação como tive depois que fiz a Viva Cazuza, porque em cada criança que eu ajudo, vou sempre procurar o sorriso do meu filho”.

A entrevista completa vai ao ar no Sensacional desta quinta-feira (28), às 22h30, na RedeTV!

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