No Irã, Gloria Maria visita o deserto mais quente do planeta para o Globo Repórter

Publicado em 08/09/2017

O ‘Globo Repórter’ desta sexta-feira, dia 8, segue no Irã, onde Gloria Maria atravessa dois dos 27 desertos que cortam o país. Um deles é o Deserto de Lut, declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco. No local, a Nasa registrou, há 10 anos, a temperatura mais quente da Terra: 70,7 graus. A jornalista define o lugar como “belo e assustador”, pois não há registro de vegetação em ponto algum de seus 52 mil quilômetros quadrados, apenas areia e sedimentos de rocha, esculpidas há milhares de anos pelo movimento dos ventos. Apesar de a visita ter acontecido durante a primavera iraniana, a temperatura era de 42 graus: “Um calor insuportável, mas com uma vista espetacular”, conta Gloria. Já no Deserto do Baran, uma surpresa: um lago natural cheio de vida e com água morna. “À primeira vista, o lago parece uma miragem, mas é lindo”. Em persa, a palavra baran, que dá nome ao deserto, significa chuva.

Outro destaque do programa é o costume de 4.500 mulheres ninjas, que treinam técnicas de autodefesa japonesas adaptadas aos costumes iranianos. O mestre, por exemplo, não pode tocar nas alunas. Por isso, grava vídeos com os próprios filhos e distribui o material para ensinar as técnicas. Muito mais do que um esporte, a arte ninja é uma tentativa de lutar pela igualdade dos sexos, já que as iranianas enfrentam restrições. Não podem, por exemplo, casar com um homem que não seja muçulmano e, se forem casadas, só podem ter passaporte se o marido autorizar. Apesar de ter ido a muitos países muçulmanos, só no Irã Gloria Maria conseguiu autorização para entrar e gravar em uma mesquita – sempre na parte reservada a visitantes do sexo feminino.

Uma das entrevistadas, a brasileira Zélia, que vive em Teerã há 27 anos e é casada com um iraniano, adora o país. Ela conta como é morar em um lugar com costumes tão diferentes e elogia a segurança, mas reclama da falta de liberdade e de não poder andar nas ruas “de calça jeans e chinelo”. Apesar disso, reconhece que o país evoluiu muito desde sua chegada, em 1990. “Hoje a gente tem uma certa liberdade. Saímos na rua e vemos meninas com metade do cabelo para fora. Quando eu cheguei, a polícia dos bons costumes advertia as moças que estivessem na rua com o cabelo para fora ou com roupa muito curta”, conta Zélia. Sua filha, Sara, de 28 anos, só veio ao Brasil uma única vez e garante que não pretende morar por aqui.

O passeio chega ao vilarejo de Abyane, um dos mais antigos do país, conhecido como “a cidade vermelha do Irã”. O Templo do Fogo, no topo de uma montanha a cerca de 1.800 metros do nível do mar, é um lugar onde há centenas de anos aconteciam cerimônias e rituais do zoroastrismo.

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