“Preconceito está camuflado”, diz Thiago Oliveira, apresentador do Hora 1

Publicado em 17/09/2018

Quando bate 4 horas da manhã, Thiago Oliveira já está pronto para entrar ao ar na tela da Globo nacional. Responsável pelas notícias de esporte no jornal Hora 1, além de informar, o jornalista assume a missão de proporcionar mais leveza à atração comandada por Monalisa Perrone.

A dobradinha entre os profissionais tem feito o maior sucesso, mesmo se tratando de um jornal da madrugada, mas apesar de estar em seu auge, Oliveira garante que não foi fácil chegar a esse posto.

O apresentador, que já trabalhou em rádio, foi pupilo de Sonia Abrão e comandou o Super Esporte, na TV Gazeta, programa no qual esteve desde o início até ser demitido, em 2013, relatou em entrevista ao UOL, que enfrentou um passado de preconceito até mesmo na durante a infância.

“Naquela época era bullying, as pessoas olhavam e te excluíam. Hoje, lembro que as pessoas molhavam minha roupa, colocavam cola na minha carteira”, disse Thiago ao portal, elencando ainda outras situações que explicitavam o preconceito racial.

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Thiago Oliveira fala de falta de representatividade na Globo

Quando Thiago Oliveira chegou à emissora, a programação nacional ainda contava com a presença dos também jornalistas Heraldo Pereira e Abel Neto. No entanto, a representatividade negra ficou em baixa logo depois, quando Pereira foi realocado para a GloboNews e Neto foi contratado pela Fox Sports após ser demitido.

Por isso, atualmente, Thiago Oliveira é o único apresentador negro da Globo no ar nacionalmente, algo que é considerado por ele uma questão de muita responsabilidade. Ele assume que se cobra muito para tentar abrir portas para outros profissionais negros.

“Preconceito está da mesma forma que sempre existiu, mas camuflado. Quantas vezes já ouvi: ‘Neguinho chega aqui e já acha que pode’. O ‘neguinho’ sempre é tachado de forma pejorativa e a pessoa não percebe”, desabafa.

Por falar em falta de representatividade na emissora, vale lembrar a novela global Segundo Sol, novela de João Emanuel Carneiro, foi duramente criticada por não apresentar protagonistas negros, apesar de ser ambientada na Bahia, estado onde há a maior população negra no Brasil.

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