Relembre outras empresas de comunicação importantes na teledramaturgia brasileira, tal qual a Pop TV, de Verão 90

Publicado em 03/07/2019

Emissora de televisão especializada em conteúdo musical, a Pop TV é um importante cenário para a trama de Verão 90, novela global das 19h. Propriedade dos Ferreira Lima, cujo herdeiro Quinzinho (Caio Paduan) em virtude disso é alvo de golpes e traições de Jerônimo (Jesuíta Barbosa) e Vanessa (Camila Queiroz). Anteriormente, outras empresas de mídia das novelas, entre jornais, revistas e agências de publicidade, marcaram presença. Vamos relembrar algumas.

A Cítera, de Pecado Capital

Cítera era o nome da agência de publicidade de Nélio Porto Rico (Dennis Carvalho) em Pecado Capital (1975/76), novela de Janete Clair. Uma empresa pequena, mas cuja ascensão era certa no caso de Nélio conseguir o apoio do empresário Salviano Lisboa (Lima Duarte). A conta publicitária do Grupo Centauro, de propriedade de Salviano, garantiria aporte financeiro suficiente para a Cítera ascender ao grupo das maiores agências publicitárias do Rio de Janeiro, e do País. Bem como das grandes empresas de mídia das novelas… Noivo da modelo Gigi (Sandra Barsotti), Nélio acaba deixando-a para se casar com Vilma (Débora Duarte). Nada menos do que uma das filhas de Salviano. Em 1998/99, Glória Perez adaptou a história. Só para ilustrar, Alexandre Borges foi Nélio e Cláudia Liz viveu Gigi. Francisco Cuoco interpretou Salviano e sua filha Vilma ficou com Paloma Duarte.

A Editorial Becker, de Dona Xepa

Em 1977, Gilberto Braga escreveu para o horário das 18h da Rede Globo a novela Dona Xepa. Baseada no texto teatral homônimo de Pedro Bloch, a história era a primeira passada na atualidade escrita pelo autor para esse horário. A saber, os trabalhos anteriores de Gilberto para a faixa das 18h foram todos baseados em romances do século 19. A trama continha a Editorial Becker, grande editora de revistas de propriedade de Henrique Becker (Ênio Santos). O empresário era casado com Isabel (Ida Gomes), e os dois eram pais de Otávio (Cláudio Cavalcanti) e Heloísa (Fátima Freire). Otávio e a filha ambiciosa de Xepa (Yara Cortes), Rosália (Nívea Maria), chegam a iniciar uma aproximação. No entanto, tudo vai por água abaixo quando ela, tomada pelo desejo de encontrar um homem rico, dispensa o rapaz sem saber que ele é herdeiro do grupo editorial.

Sem Lenço, Sem Documento: a agência de publicidade da história une ficção e vida real

Escrita por Mário Prata em 1977/78, Sem Lenço, Sem Documento apresentava uma história sem protagonistas tradicionais. A proposta do autor era fazer um painel de personagens unidos a partir de quatro irmãs pernambucanas, todas instaladas no Rio de Janeiro e trabalhando como empregadas domésticas. Uma delas, Cotinha (Ilva Niño), era empregada da família Reis. O patriarca Heleno (Jayme Barcellos) era casado com Gina (Marilu Bueno), e os dois eram pais de Lívia (Christiane Torloni). A agência de publicidade de Heleno passa por alguns problemas financeiros. No entanto, uma sensível melhora ocorre no decorrer da história.

Em parte ela se deve a uma campanha publicitária planejada pela agência, para o cliente Caloi, a fábrica de bicicletas. De tal sorte que uma campanha real foi abordada pela novela como criação da agência “de mentirinha”. A Caloi Ceci, primeiro modelo desenvolvido especificamente para o público feminino, teve sua campanha “criada” pelos publicitários Marco (Ney Latorraca), Bilé (Ivan Setta) e Jacques (Jonas Bloch).

A Folha Carioca, de Plantão de Polícia

Entre 1979 e 1981, a série Plantão de Polícia, produzida pela Rede Globo, tinha como cenário de destaque o jornal Folha Carioca. O editor Serra (Marcos Paulo) queria modernizar o veículo diante das mudanças no cenário da imprensa da época. Em contraste com o desejado e praticado por Waldomiro Pena (Hugo Carvana), protagonista da série. Repórter policial da velha guarda, do tipo que se envolvia diretamente com os fatos e personagens que geravam matérias, Waldomiro simbolizava uma imprensa que morria. De tal forma que os dois rivalizavam em virtude de suas visões conflitantes. Outros personagens de destaque da série também trabalhavam no jornal, como a “foca” Bebel (Denise Bandeira) e o fotógrafo Gatto (Júlio Braga).

A Estilo Mulher, de Desejos de Mulher

Exibida às 19h em 2002, Desejos de Mulher, de Euclydes Marinho, teve na revista Estilo Mulher um cenário de destaque. Ariel Britz (José Wilker) era o diretor de arte, que escondia por trás de si o verdadeiro dono da revista. Este era Diogo Valente (Herson Capri). Ademais, Bárbara (Vera Holtz) era a editora, mulher sofisticada e independente.

O Grupo Vasconcelos de Celebridade, conglomerado que marcou a história das empresas de mídia das novelas

Gilberto Braga criou para sua novela Celebridade (2003/04) não apenas a revista Fama, que chegou a ser publicada na vida real, encartada nas edições da Quem Acontece. Com efeito, o autor desenvolveu todo um conglomerado de mídia, assemelhado ao próprio Grupo Globo. O Grupo Vasconcelos, propriedade de Lineu Vasconcelos (Hugo Carvana), era dono da Fama, de várias outras revistas, emissoras de TV, portais da internet, gravadoras de discos etc. Do mesmo modo que o Grupo Globo, tinha atuação abrangente no campo da comunicação. Nada mais natural para uma história que falava da busca pela fama, por pessoas nem sempre aptas a serem famosas por algum talento, como Darlene (Deborah Secco). Assim como falava também da vida com essa celebridade por vezes incômoda. A exemplo da protagonista Maria Clara Diniz (Malu Mader).

Outras empresas de mídia das novelas presentes na obra de Gilberto Braga

Anteriormente, Gilberto Braga criara outras revistas em novelas suas. Louco Amor (1983) trouxe a Stampa, comandada por Guilherme (Reginaldo Faria). Nela trabalharam alguns personagens, como os repórteres Luís Carlos (Fábio Jr.), Cláudia (Glória Pires) e o pai dela, Alfredo (Fernando Torres), fotógrafo. Em 1988, foi a vez da Tomorrow de Vale Tudo, escrita por Gilberto, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères. Renato (Adriano Reys) era o proprietário e diretor, e Solange (Lídia Brondi) seu maior talento. Embora pressionada por anunciantes pouco éticos como Odete Roitman (Beatriz Segall) quando eventualmente contrariasse seus interesses, a Tomorrow ia bem. Em contrapartida, apesar das pressões ela marcava presença no cenário jornalístico com suas matérias de moda, cultura e comportamento.

Em Senhora do Destino, o Diário de Notícias

Na novela de Aguinaldo Silva exibida em 2004/05, o jornal Diário de Notícias era peça fundamental para a história. Através do veículo, propriedade de Josefa Magalhães Duarte Pinto Lefebvre (Marília Gabriela), o autor abordou as atitudes arbitrárias do governo militar brasileiro (1964-1985). Era no jornal de Josefa que trabalhava Dirceu de Castro (Gabriel Braga Nunes), que acaba preso ao resistir à tomada do Diário de Notícias pelos agentes liderados por Bögel (Jonas Bloch). Mais de 20 anos depois, Dirceu (José Mayer) ajuda a filha de Josefa, Guilhermina (Marília Gabriela), a reabrir o jornal, que nesse ínterim ficou fechado. O amigo Rodolfo (Reynaldo Gonzaga), fotógrafo, ajuda Dirceu e Maria do Carmo (Susana Vieira) a chegar à provável aparência atual de Lourdes/Nazaré (Renata Sorrah/Adriana Esteves). Que não era outra senão a sequestradora da filha de Do Carmo, Lindalva.

A Class Mídia, de Sangue Bom

Nessa novela de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari exibida em 2013 às 19h, Natan Vasquez (Bruno Garcia) era dono da Class Mídia, conceituada agência de publicidade. Profissional premiado e destacado no mercado, Natan era um chefe bastante grosso e exigente para os jovens que trabalhavam na agência. A secretária Karol (Bruna Hamu) e o competente Érico (Armando Babaioff) são alguns deles. Este último, no decorrer da novela, acaba por se apaixonar por Palmira (Letícia Sabatella), cantora que, na verdade, é Verônica (Letícia Sabatella), ex-mulher de Natan. Este pedira o divórcio para se unir à atriz Bárbara Ellen (Giulia Gam), mas logo se arrependera disso.

Em Ti-ti-ti, uma revista de moda era fundamental para a trama da novela

Maria Adelaide Amaral escreveu em 2010/11 a segunda versão de Ti-ti-ti, a partir do original de Cassiano Gabus Mendes de 1985/86. Além disso, Vincent Villari também a escreveu com Maria Adelaide, na condição de coautor. Eles criaram aqui mais uma das empresas de mídia das novelas. Suzana (Malu Mader) era editora-chefe da revista Moda Brasil. Ex-mulher de Ariclenes Martins (Murilo Benício), Suzana se viu obrigada a apurar fatos em torno de um misterioso estilista. Seu nome: Victor Valentim. Mal sabia ela que era uma identidade assumida por Ariclenes, na eterna batalha para se dar bem sem muito esforço. E, sobretudo, para suplantar André Spina (Alexandre Borges), o inimigo desde a infância. Com o nome de Jacques Leclair, André faz sucesso há anos no mundo da moda. Só para exemplificar, a Moda Brasil empregava personagens como Adriano (Rafael Zulu), Help (Betty Gofman) e Helinho (Thiago Picchi).

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