Pioneira da televisão brasileira, Márcia Real morre aos 88 anos

Publicado em 15/03/2019

A atriz Imara Reis divulgou em seu perfil do Facebook no início da tarde desta sexta-feira, 15 de março, a notícia da morte de Márcia Real. Atriz e apresentadora, uma das pioneiras da TV no Brasil, Márcia Real se chamava Eunice Alves e estava com 88 anos. Há algum tempo se encontrava afastada do trabalho e há 10 anos sofria de mal de Alzheimer. Participou de novelas importantes na TV Tupi, na TV Excelsior e na Rede Globo. A morte da atriz ocorreu por volta das 3h desta sexta, num hospital da cidade paulista de Ibiúna, onde ela estava internada.

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Intensa atividade na dramaturgia e na linha de shows

Márcia Real estreou como atriz no teatro, no final dos anos 1940, ao lado de Bibi Ferreira na peça Minhas Queridas Esposas. O início na televisão ocorreu em 1952, quando passou a atuar nos teleteatros do TV de Vanguarda, do TV de Comédia e, além disso, nas novelas da TV Tupi, ainda não exibidas diariamente. Entre uma personagem e outra, Márcia ainda apresentou diversos programas. Em outras palavras, foi pau para toda obra. O principal desses programas foi o Clube dos Artistas, o qual comandou com Airton Rodrigues por 10 anos. A saber, Márcia foi a primeira premiada com o Troféu Imprensa de melhor atriz.

Já na terceira novela diária da televisão brasileira, na TV Excelsior, Márcia Real esteve presente. Escrita por Ivani Ribeiro, Corações Em Conflito (1963/64) trouxe como protagonistas também Carlos Zara e Flora Geny. Foi a primeira das mais de 20 novelas das quais Márcia participou até os anos 1990. A última foi O Direito de Nascer (2001), na qual fez uma participação especial.

Destaques da carreira de Márcia Real na teledramaturgia

Entre as muitas novelas das quais Márcia Real participou, com efeito, alguns trabalhos foram mais representativos. A Lola de Redenção, de Raimundo Lopes, que durou dois anos no ar na TV Excelsior (1966/68), é um. Anteriormente, na mesma emissora ela viveu Marion em A Grande Viagem (1965), de Ivani Ribeiro. Sangue do Meu Sangue (1969/70), também da Excelsior, a apresentou como a Princesa Isabel.

Antes de voltar para a Tupi, Márcia Real esteve na Record, no elenco de algumas novelas, entre as quais Os Deuses Estão Mortos (1971). Do mesmo modo, também brilhou no cinema, como em O Sobrado (1956), baseado na obra de Érico Veríssimo. O hiato nas novelas na década de 1970, entre 1973 e 1978, rendeu a Márcia mais atuações na tela grande. Nesse ínterim, a atriz participou de filmes como O Rei da Noite (1975), de Hector Babenco, e também da chamada Boca do Lixo, como Possuídas Pelo Pecado (1976), de Jean Garrett.

Na Tupi, participou de Aritana (1978/79), como Dona Guiomar, e Gaivotas (1979), no papel de Dona Idalina. Era a professora da turma que se reunia 30 anos depois da formatura.

Na Globo, Márcia Real atuou pouco, mas em personagens interessantes. Decerto não se pode deixar de lado a Walquíria de Bebê a Bordo (1988/89), de Carlos Lombardi. Assim como Áurea Meneses Garcia de Mico Preto (1990), de Marcílio Moraes, Leonor Bassères e Euclydes Marinho.

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Os últimos trabalhos de Márcia Real na televisão foram na Gazeta e no SBT. Só para ilustrar, foram dois humorísticos: respectivamente, SPA Fantasia e Ô, Coitado!, este em sua segunda fase. Ademais, a Rede Brasil de Televisão reprisa a primeira há algum tempo. Abaixo, o último capítulo da novela Gaivotas, de Jorge Andrade.

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