Televisa retoma parceria com a Netflix e ameaça futuro das novelas mexicanas no SBT

Publicado em 05/11/2018

Em 2016 a rede de televisão mexicana, Televisa, rompeu parceria com a Netflix, que, até então, disponibilizava vários dos seus títulos. Entre eles Rebelde, A Usurpadora e os seriados Chaves e Chapolin. O fim se deu para a criação do Blim, sua própria plataforma de streaming.

Dois anos se passaram e, ao que parece, o Blim não foi o sucesso que os executivos do canal esperavam. Pensando em não perder espaço de suas produções no mercado latino para a plataforma americana, o atual presidente do canal, Patricio Wills, anunciou novos parceiros na produção de conteúdos originais. São eles: Sony, TNT, Endemol e a Amazon Prime, com quem já iniciou a produção de Diablo The Guardian e Um inimigo estranho.

Veja também: Que Pobres Tão Ricos sai de cena como uma das novelas mexicanas menos vista no SBT

O Grupo Televisa promoveu uma conferência onde a novidade foi anunciada para a imprensa. Na ocasião, foi dito que em 2019 o foco será totalmente em investimentos multiplataformas e co-produções. Séries e novelas serão no seguimento ficção cientifica, comédia e literatura adaptada. Atualmente podemos ver Amar a Muerte, Mi Marido Tiene + Família, Sin Miedo a La Verdad e Dueña Flor y Sus Dos Maridos como exemplos.

Televisa / Netflix

Para a Netflix já está confirmada a apresentação da bio-série sobre a vida da atriz Silvia Pinal. Com todos esses anúncios do Grupo Televisa e tendo em vista a má fase do SBT com a exibição dos folhetins mexicanos, o impacto na emissora da anhanguera pode das piores e marcar o fim de uma era.

Apesar da ótima política entre os dois canais, as novas produções da rede mexicana pouco teriam chance no SBT. As novelas da Televisa atual, em nada lembram os tempos das chamadas novelas ‘rosa’. Este é um ponto.

Outro, é o péssimo tratamento que o canal de Silvio Santos vem dando às novelas – que não é de hoje – mas, que criou uma grande rejeição dos telespectadores fidelizados ao longo dos anos e, principalmente dos fãs. Esses, aliás, já recorrem aos novos meios de assistir às novelas mexicanas. No SBT, além de erros na escolha dos títulos, seus dirigentes seguem inexperientes quando o assunto são novelas mexicanas e ignorando ignorando tramas aclamadas pelo público. Recentemente saiu de cena, Que Pobres Tão Ricos, trama de 2013, vencedora de vários prêmios. A trama ainda tinham Jaime Camil e Zuria Vega no elenco, dois atores de apelo popular por aqui.

O futuro das novelas mexicanas no SBT

O folhetim foi simplesmente destruído pelo canal e chegou ao seu fim com apenas 70 capítulos dos seus 166 originais. Vendo a baixa audiência, o SBT escalou a reprise do sucesso, Teresa, porém, o efeito foi contrário.

A trama protagonizada pela reverenciada atriz francesa, Angelique Boyer, segue passando despercebida pelos telespectadores e boicotada por fãs. Desesperado, o SBT anunciou um final alternativo da trama, que está em sua quarta semana no ar. Algo inédito, se puxarmos o histórico da emissora e tendo em vista o pouco caso com essas produções.

Um outro ponto importante é a insistência do SBT em Carrossel. Em sua 4ª exibição, o remake brasileiro ocupa um horário dedicado há anos pelas novelas da Televisa. Este cenário é a prova maior de que o próprio SBT se boicota. Por fim, segue abrindo margem para outras possibilidades ao público dessas produções. Perto de um final lamentável, caso o SBT tenha interesse na continuidade desta parceria, para que o final não seja tão trágico em termos de números e saturação dos títulos clássicos, o caminho é um só, a adequação à nova realidade e o respeito com o público.

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