Relembre trama e curiosidades de A Indomada, que está de volta no Viva

Publicado em 30/07/2018

A partir desta segunda-feira, 30 de julho, o Canal Viva traz de volta A Indomada. Escrita por Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares, a novela será exibida às 23h30. O horário alternativo é às 13h30.

Exibida originalmente entre fevereiro e outubro de 1997, a novela se passa na cidade nordestina de Greenville. O lugarejo fictício foi colonizado por britânicos, e mantém hábitos e expressões da terra da rainha. A mola propulsora da economia local é o negócio de cana-de-açúcar. A Usina Monguaba, de propriedade dos Mendonça e Albuquerque, simboliza o campo de atuação.

Eulália (Adriana Esteves) vive um romance com um empregado da usina de sua família, Zé Leandro (Carlos Alberto Riccelli). Descoberto o amor dos dois, Zé Leandro é obrigado a fugir para não morrer. Mas ele promete voltar para buscar a amada e o filho que ela espera. Eulália dá à luz uma menina, que batiza como Lúcia Helena (Leandra Leal). O amado retorna 15 anos depois e a família pretende fugir para viver unida bem longe da cidade. No entanto, ocorre um acidente e apenas a menina sobrevive.

A essa altura, Pedro Afonso (Cláudio Marzo), irmão de Eulália, está cada vez pior financeiramente e perde todo o patrimônio da família no jogo. Quem o derrota é o forasteiro Teobaldo Faruk (José Mayer). Os dois fazem um acordo que garante o futuro de Lúcia Helena, que vai estudar na Inglaterra. Teobaldo, que foi apaixonado por Eulália, promete devolver à jovem o que lhe pertence quando ela voltar. Em virtude de uma atitude como essa, o comerciante ganha o ódio eterno de Altiva, que não aceita que a sobrinha detestada seja dona de tudo.

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Altiva, uma vilã inesquecível

Eva Wilma
Altiva em A Indomada Divulgação TV Globo

A personagem mais lembrada da novela é sua vilã, que ostentava o pomposo nome de Maria Altiva Pedreira de Mendonça e Albuquerque. Eva Wilma teve um desempenho inesquecível na pele da mulher que só pensava em dinheiro e não hesitava em prejudicar a própria família se sua recompensa estivesse assegurada. Altiva nunca havia aceitado a perda do patrimônio para o forasteiro Teobaldo, e o odiava. Não que ele gostasse dela. Numa das vezes em que ela foi retirar sua mesada num empório do qual Teobaldo era o dono, a empregada Berbela (Daniela Faria) é orientada a entregar o dinheiro em moedas pequenas.

Altiva oprimia o marido Pedro Afonso e os empregados. Pretendia se apossar do patrimônio da própria sobrinha, órfã de mãe e pai. Humilhava e agredia a irmã Santa Maria, a Santinha (Eliane Giardini), que para lidar com sua vida infeliz recorria à bebida. A saber, era Altiva a verdadeira mãe de Artêmio, fruto de uma noite de amor com Richard da Silva Taylor (Flávio Galvão), líder do British Club de Greenville. Para tanto, ela havia se aproveitado da embriaguez de Richard e fingido ser Santinha, por quem ele sempre foi apaixonado. Além disso, Altiva ainda era racista. Não gostou nada de ver o filho Hércules (Marcos Winter) casado com uma mulher negra, Inês (Isabel Fillardis), nem de ter uma neta negra, Vivinha (Élida Muniz).

A vilã contava com a cumplicidade do deputado mau-caráter Pitágoras Williams Mackenzie (Ary Fontoura). Apaixonado por ela, o corrupto lhe fazia todas as vontades. Pitágoras era casado com Cleonice (Ana Lúcia Torre). Os dois eram pais de Scarlett e Dorothy. Ary retomaria o personagem quatro anos depois, em outra novela dos mesmos autores: Porto dos Milagres.

Alguns pares românticos de A Indomada

Adriana Esteves e José Mayer em A Indomada (Divulgação)
Adriana Esteves e José Mayer em A Indomada Divulgação

O casal principal de A Indomada é formado por Teobaldo e Lúcia Helena (Adriana Esteves), quando esta volta da Europa, adulta, bonita, sensual e determinada. Ela sempre foi a grande paixão de Artêmio (Marcos Frota), amigo de infância, agregado da casa. Florência (Neusa Borges), a empregada, foi quem o criou. No decorrer da novela Artêmio se rende ao amor por Dorothy (Flávia Alessandra).

Um casal marcante foi o formado pelo prefeito de Greenville, Ypiranga Pitiguary (Paulo Betti), e sua fogosa esposa Scarlett (Luiza Tomé). Ninfomaníaca, Scarlett deu origem a várias cenas cômicas, devido ao fato do marido nem sempre conseguir aplacar seu desejo sexual. O termo “nhanhar”, em alusão a sexo, se popularizou na época e influenciou até música.

Ypiranga tinha uma rixa forte com a juíza Mirandinha de Sá Maciel (Betty Faria). Com sua sanha por obras públicas, não raro a representante da Justiça precisava interceder nos desmandos populistas do prefeito. No entanto, ao contrário do que se poderia promover na trama, não são os dois que se envolvem, mas sim seus filhos. Carolaine (Nívea Stelmann), filha de Ypiranga e Scarlett, se apaixona por Felipe (Matheus Rocha), filho de Mirandinha.

A própria juíza viveu um romance com seu empregado Egídio (Licurgo Spínola), com quem chegou a se casar. Em virtude de os dois terem diferença de idade, muito falatório ocorreu na cidade.

A Casa de Campo

Karla Muga, Ingra Liberato e Renata Sorrah em A Indomada (Divulgação/TV Globo)
Karla Muga Ingra Liberato e Renata Sorrah em A Indomada DivulgaçãoTV Globo

Era esse o nome do bordel de Greenville. Liderado por Zenilda (Renata Sorrah), que tinha autoridade com suas “camélias”, mas também cuidava muito bem delas, o local era frequentado por todos os homens da cidade, casados ou solteiros. Pedro Afonso era um dos clientes mais assíduos, e se envolveu com Zenilda. Para o ciúme de Vieira (Catarina Abdalla), que fazia “só a contabilidade” do estabelecimento para todos os efeitos. As duas mantinham um velado caso, que os autores acharam por bem eliminar no decorrer da novela.

Logo no começo da história uma das “camélias”, Maribel (Mônica Carvalho), se casava, e já dava oportunidade para Altiva e seu séquito de beatas desocupadas fazer das suas. Zenilda, além da própria Lúcia Helena, era das poucas pessoas que não se rendiam ante a prepotência e falsa aristocracia de Altiva.

Uma trama a ser destacada é a de Dinorah (Carla Marins). A prostituta é iludida por Sérgio Murilo (Cássio Gabus Mendes), que se diz apaixonado por ela e ter a intenção de se casar. Na verdade, ele só pretende obter dela um rim, já que necessita de um transplante, e foge da cidade após a operação. Todavia, os dois têm um final feliz.

A Indomada e sua crítica à americanização

A intenção da novela era criticar a excessiva americanização que assolava o mundo todo na época, final dos anos 1990. Por outro lado, usou de humor para expor essa intenção. Daí as expressões em inglês, a afetação do comportamento etc. Expressões como “Oxente, my God”, “Well…”, “Stop!”, “Thank you very much, viu, bichinho?” se popularizaram. Assim como outras advindas dos modos ingleses como “quarto de hora” e mesmo o uso da mão inglesa no trânsito da cidade, provocando a maior confusão, marcaram a mescla de linguagens e atingiram o objetivo.

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O realismo fantástico de A Indomada e o “Cadeirudo”

A exemplo de outras novelas suas, aqui Aguinaldo Silva promoveu diversas situações de realismo fantástico. Emanoel (Selton Mello), filho de Teobaldo, era excepcional e viveu um bonito romance com a prostituta Grampola (Karla Muga). Mas, ao final, transformou-se num anjo, ante sua pureza d’alma. O desfecho da vilã Altiva, que vira fumaça e promete voltar um dia, é outro exemplo. Ainda, a ressurreição de Florência, que se levanta do caixão em pleno velório. E a inusitada volta do Delegado Motinha (José de Abreu), que cai num buraco na praça e desaparece. Surpreendentemente, o homem sobreviveu ao acidente e foi parar no Japão. E não apenas sobreviveu, como voltou casado com Mishiko (Cristie Miyamoto).

O “Cadeirudo” era uma figura misteriosa que atacava as mulheres de Greenville nas noites de lua cheia. De andar peculiar, chapéu, calças largas, o “tarado ancudo” aterrorizou a cidade e atacou diversas moradoras. Ao final, a revelação: era a beata Lourdes Maria (Sônia de Paula).

Em fevereiro, foi divulgado que Roda de Fogo, novela de Lauro César Muniz exibida em 1986, seria a substituta de Explode Coração na faixa das 23h30. Mas a história do empresário Renato Villar (Tarcísio Meira) foi adiada e substituída pela de Lúcia Helena.

Dirigida por Marcos Paulo, Roberto Naar e Luiz Henrique Rios, no núcleo de Paulo Ubiratan, A Indomada será agora reprisada pela segunda vez. Anteriormente, a novela foi cartaz do Vale a Pena Ver de Novo, de agosto de 1999 a março de 2000. Com toda a certeza, é uma das novelas mais lembradas de sua época, e provavelmente fará sucesso no Viva. Só espera-se que Roda de Fogo não fique na gaveta por ainda mais tempo e surja numa das próximas vagas.

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