Há 36 anos, terminava a primeira versão de Ciranda de Pedra

Publicado em 14/11/2017

No dia 13 de novembro de 1981, a Globo exibia no horário das seis o último capítulo da novela Ciranda de Pedra. Tratava-se da primeira adaptação para TV da obra de Lygia Fagundes Telles, assinada por Teixeira Filho. O romance ganharia, ainda, uma segunda versão em 2008, escrita por Alcides Nogueira. A primeira versão contava com Eva Wilma e Lucélia Santos nos papéis principais.

Em São Paulo da década de 1940, o casal Laura Prado (Eva Wilma) e Natércio Prado (Adriano Reys) pertencem à elite paulistana e vivem um complicado casamento. Ela é uma mulher de ideias libertárias e amante das artes, enquanto ele é tradicional, conservador e autoritário, e que vive a oprimi-la. Eles têm três filhas: Bruna (Sílvia Salgado), a mais velha, Otávia (Priscila Camargo), a filha do meio, e Virgínia (Lucélia Santos), a mais nova.

Em razão do casamento complicado, Laura passa a desenvolver diversos traumas, chegando a ser internada como louca pelo marido. Ela é tratada pelo Dr. Daniel (Armando Bógus), um neurologista que sempre nutriu uma paixão por Laura. Quando ela e Natércio decidem se separar, Laura vai morar com o médico, que vê ali a chance de tê-la, finalmente, livre do marido. Enquanto isso, Daniel desconfia que os problemas de Laura não são mentais, e sim físicos. Separada, Laura passa a viver também com Virgínia, enquanto Bruna e Otávia vivem com o pai. Na mansão de Natércio, as meninas têm que lidar com a arrogância e hostilidade da malvada Frau Herta (Norma Blum), que sempre foi apaixonada por Natércio, sem ser correspondida. Com a separação do casal, ela tem em mãos a chance perfeita para se tornar a senhora Silva Prado.

Enquanto isso, a menina Virgínia vive um triângulo amoroso. Eduardo (Marcelo Picchi), vizinho de Daniel, é completamente apaixonado por ela, mas vai disputá-la com Luís Carlos (Roberto Pirillo), seu namorado de infância. Mais adiante, Virgínia vai descobrir um grande segredo da mãe: ela é, na verdade, filha de Daniel, e não de Natércio. Vem daí a hostilidade do homem com a filha mais nova, já que Natércio sempre desconfiou de que não era o pai da mocinha.

Um grande sucesso do horário das seis, Ciranda de Pedra é considerada uma das mais belas novelas do horário já apresentadas pela Globo. A adaptação de Teixeira Filho foi feliz na abordagem de diversos temas considerados modernos para a época, como a separação, o adultério e até a homossexualidade, tratada de maneira velada por meio da personagem Letícia (Mônica Torres).

Curiosamente, Ciranda de Pedra nunca foi reapresentada no Vale a Pena Ver de Novo. A trama chegou a ganhar um repeteco, mas não à tarde, e sim de manhã, dentro do programa feminino TV Mulher, em 1983. A atração costumava apresentar compactos de novelas da Globo. A história também marcou a estreia do ator Adriano Reys na Globo, além de ser a novela de estreia das atrizes Priscila Camargo e Thaís de Campos.

Em 2008, o autor Alcides Nogueira adaptou novamente o romance Ciranda de Pedra para o horário das seis, resultando numa novela bem diferente da primeira versão. A nova trama contou com Ana Paula Arósio, Marcello Antony e Daniel Dantas vivendo Laura, Daniel e Natércio, respectivamente. As três filhas de Laura foram vividas por Tammy Di Calafiori (Virgínia), Ana Sophia Folch (Bruna) e Ariela Massotti (Otávia). O mocinho Eduardo foi vivido por Bruno Gagliasso. Assim como Norma Blum brilhou na primeira versão como a malvada Frau Herta, Ana Beatriz Nogueira também roubou a cena na segunda versão, vivendo a desequilibrada vilã.

Ciranda de Pedra foi dirigida por Reynaldo Boury e Wolf Maya e teve 155 capítulos.

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Veja cena de Ciranda de Pedra, com Eva Wilma e Lucélia Santos:

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