“O brasileiro gosta muito de enaltecer o que vem de fora”, afirma Gloria Perez sobre críticas

Publicado em 15/10/2017

Gloria Perez está feliz da vida. Sua novela, A Força do Querer, que terá o seu final na próxima sexta-feira (20) é o maior sucesso em tramas das 21h dos últimos anos. Em entrevista ao jornal Extra, a autora falou sobre a trama, e sobre não considerar esta a sua melhor novela.

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“Sinto uma felicidade muito grande das pessoas com a novela. Tudo deu certo, não teve barriga, foi uma caminhada leve, agradável mesmo. Estamos cansados, mas não estamos exaustos, sabe? Foi um momento muito feliz. Gosto quando dizem que minha melhor novela é a última. Mas ‘O clone’, ‘América’ e ‘Caminho das Índias’ também foram muito populares. Não dá para eu dizer que esta foi melhor”.

Sobre o ritmo de sua trama, Gloria afirmou que a velocidade das histórias são apenas um reflexo do cotidiano atual: “As novelas mudaram porque a vida mudou. Antigamente, era preciso esperar uma carta chegar, a gente não podia sair de casa se estivesse esperando um telefonema. As novelas tinham o mesmo ritmo da vida real, e por isso acham que eram arrastadas. A vida hoje é mais rápida, então, a novela tem que acompanhar. Existe celular! O personagem não precisa mais esperar a carta. Não gosto quando as pessoas associam novela à coisa velha, porque isso não é verdade”.

Em sua trajetória, A Força do Querer, tocou em temas controversos e espinhosos como a transexualidade de Ivan (Carol Duarte). A autora afirma que caso houvesse rejeição à personagem, ela não teria nenhuma carta na manga: “Só vou relaxar mesmo quando o último capítulo tiver ido ao ar. Mas me sinto recompensada com a aceitação e o acolhimento ao trans (Ivan, papel de Carol Duarte). Nem pensei que não pudesse dar certo, não tinha um plano B porque já tinha feito algo parecido em ‘Carmem’ (1987). Eu apresentei o doutor Junot (Maurice Vaneau) como um médico competente, excelente pai, o melhor amigo que alguém poderia ter. Quando todo mundo estava apaixonado por ele, trouxe a questão de ele ser gay. E todo mundo aceitou lindamente. Primeiro, eu tinha que criar a empatia do público com Ivana. Se ela tivesse gritado que era trans no primeiro capítulo, aí, sim, podia ter dado errado”.

“O brasileiro gosta muito de enaltecer o que vem de fora e criticar o que é nosso. Em ‘Dexter’, que eu adoro, o cara mata enquanto a mulher está esquentando uma pizza no forno, e, na cena seguinte, a parede que estava cheia de sangue está limpa. Ninguém pergunta quem limpou. Ele pega uma mulher na frente de um bar lotado e a joga no porta-malas, e ninguém questiona sobre a câmera de segurança. Pelo contrário! Todo mundo acha o máximo! Se acontece isso em novela, todo mundo critica. Em novela, o tempo não é o mesmo. Às vezes, um casamento de uma noite dura vários capítulos. Bibi veio de táxi do Nordeste. Queriam que ela tivesse pedido ao piloto do avião para pegar um voo e pagar depois?” – afirmou Gloria sobre as críticas.

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