Marcelo Adnet desabafa: “Vivemos um fenômeno cruel que as pessoas que mais crescem no Brasil em popularidade, são pessoas ligadas a nada”

Publicado em 28/10/2017

Marcelo Adnet, que estreou a segunda temporada de seu Adnight na quinta (26), revelou ao Observatório da Televisão, como lida com a sociedade que está cada dia mais careta.

“Esse é um assunto interessante (sociedade careta). Eu tinha tomado a decisão de não falar sobre isso (em relação assuntos polêmicos), porque é muito cruel. Vemos pessoas que muitas vezes são apenas pessoas ligadas a arte que foram alguma vez dar sua opinião sobre algo e foram taxadas de comunistas, comedoras de crianças, sem coração, ou o que for, então preferia não falar muito até um ano atrás. Vivemos um fenômeno cruel que as pessoas que mais crescem no Brasil em popularidade, são pessoas ligadas a nada, pessoas que ignoram qualquer assunto político, e vivem somente de floreamentos”, critica Adnet.

O apresentador salienta ainda a falta de cultura da geração atual que valoriza coisas fúteis em detrimento do que realmente acrescenta ao cidadão. “A nova geração diz: ‘Quem é Caetano Veloso?; Ele não é ninguém’. Fenômeno é a menina da internet que malha e a bunda só tem 2% de gordura, que em dois supinos superou a popularidade do Tom Jobim, que foi superado até por uma marmita fitness. Eu comecei a perceber que quando eu opinava sobre alguma coisa, gerava um desconforto, quase uma rejeição, então eu tinha decidido ficar calado. Agora acho que chegamos num momento tão grave, que coisas tão absurdas começam a acontecer, que acho que ficar calado é um irresponsabilidade”.

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Marcelo Adnet aproveitou para comentar assuntos recentes que repercutiram na sociedade brasileira. “Ah, vamos relaxar o trabalho escravo? Isso não rola, não pode. Outro dia falei sobre a exposição do MAM, conversei com as pessoas que estavam me xingando, outras me elogiando, e acho que precisa existir um diálogo. No programa a gente fala sobre política, brincando, claro que não vamos parar o programa para fazer um tratado político por 10 minutos, mas falamos sobre esses assuntos e nos alimentamos disso”, esclarece o humorista.

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