“Há um cansaço do público com tramas mais pesadas”, avalia Fábio Assunção

Publicado em 21/05/2016

Em entrevista à coluna Outro Canal, Fábio Assunção fez um balanço de Totalmente Demais, novela que está se despedindo e foi um sucesso das 19h como a Globo não via desde 2012.

“É uma felicidade para todos. Começamos uma novela numa época em que temos internet forte, com muita coisa dividindo a atenção do público, num horário difícil, com muita gente na rua. A gente não tinha expectativa de dar 35 pontos de média nacional [cada ponto equivale a 684,2 mil espectadores no Ibope]. E não é só uma questão de números, é uma questão de como as pessoas participam da novela nas redes sociais. Elas discutem, torcem. É uma novela que, nos tempos em que vivemos, discute o amor, o afeto, mostra a transformação de personagens. É um presente para o público. Acho que há um cansaço do público em acompanhar tramas mais densas, mais pesadas”, avaliou ele.

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O ator explicou a razão do cansaço: “Porque a gente tá vivendo isso nas ruas, no país. Estamos num mundo em crise, a natureza está em crise, os valores familiares. Estamos indo para um mundo cada vez mais rápido, em função de tudo ser digitalizado. “Totalmente” resgata a amorosidade. São várias gerações na novela falando de amor, de coisas do ser humano, não só de golpes, crime”.

Assunção falou que não sabe com quem Arthur vai ficar e comentou sobre o texto dos autores. “É bem escrito, contemporâneo, do nosso cotidiano, cabe na nossa boca. É acessível, mas muito caprichado. Tive oportunidade de falar poesias de Shakespeare, de Bilac. É muito bom trazer para o universo de uma novela uma literatura diferente. E em nenhum momento os autores precisaram usar linguagem rebuscada. Houve respeito grande em ter qualidade nas palavras, mas ao mesmo tempo trazer ao público um bom entendimento do que está acontecendo”, explicou.

Por fim, tratou a respeito do fato da trama terminar numa segunda-feira. “Não tenho o que achar. Tem a questão que a novela terminaria numa sexta de feriado, e acho que tem esse lado de a Globo ter se preocupado com o público que não poderia ver. Pra mim, acabar na sexta ou na segunda não faz diferença. São dois capítulos a mais. Mas se for pra fazer numa segunda com todo mundo podendo ver, seria a vantagem. Agora, o porquê disso não cabe a mim”, argumentou.

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