Diretora de A Regra do Jogo sobre Os Dez Mandamentos: “A gente pegou uma terra salgada”

Publicado em 18/12/2015

Em entrevista à jornalista Cristina Padiglione, Amora Mautner, autora de A Regra do Jogo, reconheceu a dificuldade da disputa tanto com Os Dez Mandamentos quanto com a reprise de Carrossel.

“Tenho o maior respeito pelo Alexandre Avancini (diretor de ‘Os Dez Mandamentos’). Mas, em primeiro lugar, é preciso considerar que um terço do Brasil é evangélico, isso é muito forte. Infelizmente, não consegui ver a novela – tenho uma filha pequena e trabalho obsessivamente. A competição é boa para todas as partes. Muita gente deixou de ver a Globo na novela anterior. Na segunda semana de Babilônia, muita gente migrou daqui em busca de outro nicho. E o que havia era Os Dez Mandamentos, que estreou duas semanas depois, e tem Carrossel (SBT), que também pegou público. Quando esta novela estreou, Os Dez Mandamentos dava 23 pontos no Ibope. A abertura do Mar Vermelho foi a 27. A gente nem pegou tanto a ressaca de troca de novelas, eles foram crescendo em si. A gente pegou uma terra salgada”, disse ela.

Apesar dos feitos da trama bíliba, ela comemorou o fato de nunca ter perdido na média geral: “A gente agora está entre 29 e 30 pontos em São Paulo, 34 no Rio. Vamos crescer mais. Acho que a novela começou mal, no sentido da audiência, por causa desse combo todo Dez Mandamentos e Carrossel, e o próprio momento do País. A Globo produz conteúdo e prioriza a relevância. A gente sempre inovou, sempre correu risco. Uma empresa de conteúdo que não corre riscos é, na minha humilde opinião, fadada ao fracasso. Em qualquer negócio de risco, às vezes você se dá melhor, às vezes se dá pior. Agora, a gente nunca perdeu na média final nesse horário da novela, mesmo com toda essa competição”.

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E destacou que a Globo não exige que os autores façam mudanças nas tramas e que Gilberto Braga deve ter mudado Babilônia porque quis. “Não posso falar por ele, mas, se mexeu, foi porque quis. O grupo de discussão é uma pesquisa demonstrativa. A Globo é uma empresa de uma democracia atroz. Essa novela do Gilberto não foi tão autoral, era feita por três autores, isso muda muito”, completou.

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