Celso Portiolli revela que para chegar ao sucesso comeu o pão que o diabo amassou

Publicado em 27/05/2015

Em entrevista ao programa Na Lata, de Antônia Fontenelle, Celso Portiolli falou sobre as dificuldades que passou na carreira para chegar ao sucesso e sobre a relação conflituosa e de admiração que tem com o patrão Silvio Santos.

No SBT há 20 anos, Celso Portiolli começou substituindo a apresentadora Angélica no Passa ou Repassa, teve seus p´roprios programas como o Curtindo Uma Viagem e há seis anos apresenta o Domingo Legal desde que Gugu Liberato se mudou para a Record.

“Enquanto a Angélica chorava dizendo que ia para a Globo, eu pulava de alegria na escada! Dá chance para outro! Quando cheguei no SBT, substituí a Angélica. Depois substituí a Galisteu, o Silvio Santos… Todo programa que pegava dava certo. Quando o Gugu saiu, eu estava preparado para sair do SBT antes dele, mas sem proposta! O Silvio me chamou de novo e disse que tinha alguns nomes para apresentar o ‘Domingo Legal’, mas que mudaria de horário. Falei que não ia topar e que ia sair do SBT. Se o programa não desse certo, ia para o sábado. Neste dia não ia ter faturamento e ia sair do ar. Ia ficar mal com minha saúde. O Silvio me perguntou para onde eu ia. Respondi que não tinha proposta. Ele disse que não ia dar certo. Aí ele me perguntou se era por causa do dinheiro e respondi que nunca tinha pedido um aumento. Ele é quem me dava o aumento. Disse que era por causa de saúde. Aí ele me disse, como amigo, que se saísse seria a pior coisa que faria na minha carreira. Disse que me daria o melhor programa, com a melhor equipe, o melhor diretor, e ele disse que o Márcio Garcia estava encostado na Globo, a Record tinha o Gugu e perguntou para onde eu iria. Então ouvi a proposta. Ouvir isso do Silvio Santos era porque estava certo. Ele disse que se não desse certo me daria um outro programa de domingo. E se não desse certo, voltaríamos a conversar. Entrei no ar sem medo. Conheço todo mundo do SBT, estava todo mundo torcendo. Entrei no ar fora de forma, porque aquele programa não era meu, mas hoje já não tem mais aquela cara”, relembra.

Celso Portiolli conta que ficou a um passo de ir para a Globo, a convite de Roberto Talma, mas Silvio Santos o segurou no SBT, foi aí que iniciou sua pior fase.

“O Talma foi do SBT, fez o ‘Colégio Brasil’. Aí eu estava começando o ‘Passa ou Repassa’ num belo dia, me ligou e falou: ‘Vou abrir um projeto para sábado à tarde, para depois ir para o domingo, e você é o cara’. Eu ganhava X e ele me ofereceu, de cara, dez X. E, de luva, cem X.  Fiquei louco. Falei que, com essa grana, eu ia. Só tinha um detalhe: não falar para ninguém, pois o SBT estava o liberando de uma multa de R$ 5 milhões. Eu tinha uma multa de R$ 100 mil — e ele disse que ia pagar do próprio bolso. Aí o Silvio me chamou para conversar em seu camarim. Me deu um baita de um ‘esporro’, enorme. Fui embora do SBT chorando, fiquei muito chateado. Fiz uma viagem e depois marquei uma reunião com o Silvio e disse que estava com uma proposta da Globo. E ele perguntou: ‘Quem é que está te contratando?’ (imitando o Silvio). Disse que não podia falar e ele disse que ia ligar pro Roberto Marinho. Pra não ferrar o Talma, não disse nada para ele. Uma semana depois ele me chamou na presidência e disse que eu estava blefando. Mas disse que ia cobrir a oferta. Eu, encantado com tudo, fiquei no SBT e assinei com ele. Aí comecei a comer o pão que o diabo amassou”, disse.

Apesar de tudo que passou, Celso Portiolli agradece Silvio Santos pelo profissional que ele construiu.

“O Silvio diminuiu o meu salário, me colocou na geladeira. Mas eu o entendo. Na visão dele era um moleque de 30 e poucos anos, ganhando bem, sem pressa de estourar. Ele não precisava de mim. Só depois fui entender que ele estava me ensinando muita coisa, a ser mais homem, ser mais humilde, respeitar os outros profissionais. Hoje sou um cara polido pelos gestos do Silvio Santos. Hoje sofro menos na vida porque ele me ensinou a bater a cara no muro e levantar a cabeça. Me ensinou muito, mas sofri demais”.

Assista a entrevista de Celso Portiolli ao Na Lata:

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