Silvio Santos vira história em quadrinhos

Publicado em 09/03/2015

Quem é este ser dotado de um extraordinário magnetismo pessoal e que de uma hora pra outra se tornou um dos maiores animadores da televisão brasileira, perdendo apenas 1% para a transmissão da chegada do foguete Apolo 11?

Assim se inicia uma histórica HQ escrita por Rubens Francisco Luchetti, ilustrada por Sérgio M. Lima e lançada no ano de 1969 pela editora Prelúdio, denominada de Silvio Santos: Vida, Luta e Glória, onde se é possível ler detalhes nunca antes contados sobre a trajetória de vida do Homem do Baú, que começou como camelô e em pouco tempo se tornou o apresentador que conhecemos hoje, dono de um verdadeiro império televisivo.

Quem tem contato com a obra, vai se sentir entrando em uma verdadeira máquina do tempo. Pois é através dela que se tem noção do estrondoso sucesso que Silvio Santos fez e continua fazendo a mais de meio século.

Conforme vamos folheando suas páginas, vamos percebendo que desde pequeno Silvio Santos já mostrava gosto por ver o carisma que os camelôs tinham com a clientela que costumava encher as ruas do centro do Rio de Janeiro. E foi dessa forma, que logo ele mesmo se tornou camelô passando a vender canetas para complementar o orçamento de sua família. Por esse fato, Silvio Santos quase foi preso, o que também recebeu destaque nessa histórica HQ.

Outros detalhes também contados nessa HQ foi o de como se iniciou o trabalho do futuro dono do SBT na rádio Guanabara, onde ele narrava anúncios. Assim, pouco a pouco, o dom que ele tinha pelos negócios foi surgindo e ele passou a colocar um alto-falante na barca que fazia a ligação Rio-Niterói como forma de distrair os viajantes que enfrentavam essa travessia diariamente. Tempos depois, seu sucesso era tanto que acabou por abrir um bar em frente a Rádio Guanabara.

Entre os vários destaques dessa HQ estão os ques revelavam serem os primeiros trabalhos de Silvio Santos no circo, onde o mesmo dava vida ao herói Jerônimo no espetáculo “Jerônimo: o Herói do Sertão”, época em que conheceu o humorista Ronald Golias e o cantor Agostinho dos Santos. Quem praticamente deu para ele o “Baú da Felicidade”, foi o humorista e radialista Manuel de Nóbrega, pai de Carlos Alberto de Nóbrega e idealizador do programa A Praça da Alegria, ao falar a frase: “Pague como puder, como der”.

“Nessa época, quando o Silvio recebeu o Baú, era um escritório bem pequeno, que não tinha nem cadeiras, apenas uma caixa para sentar. E como seu tino comercial era fora do comum, ele percebeu que em pouco tempo aquilo poderia se tornar uma mina de ouro”, falou o roteirista Luchetti, de 85 anos, ao site do UOL.

“Criei o roteiro dessa HQ após diversas entrevistas com Silvio nos anos 60”, informou o mesmo.

HQ perdida e reencontrada no lixo

Casualmente o único exemplar ainda existente dessa relíquia faz parte do acervo pessoal do roteirista Lucchetti e por pouco quase foi parar no lixo, sendo então reencontrado pelo advogado Geraldo Cossalter, amigo da família e que há cinco anos tinha ficado com uma caixa com fitas e livros antigos que foram jogados após uma limpeza realizada na casa do roteirista.

“Essa revista foi um verdadeiro fenômeno, acho que vendeu cerca de 200 mil exemplares”, exclamou Rubens Francisco Lucchetti. “Até hoje no alto de seus 84 anos, fico impressionado com a capacidade que esse homem tem de prender as pessoas na frente da televisão”, finalizou o mesmo.

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