No Dia de Santo Antônio, relembre algumas das solteironas da TV

Publicado em 13/06/2018

Santo Antônio é conhecido como “santo casamenteiro”, por atender às preces de jovens que desejam encontrar noivos e para isso fazem simpatias as mais variadas. Solteironas na teledramaturgia houve muitas, seja porque foram abandonadas no altar, seja porque viviam para cuidar de parentes assumindo função materna ou devido a traumas diversos, especialmente a frustração do grande amor. Vamos relembrar algumas delas.

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Serafina Rosa
Em Uma Rosa Com Amor, novela de Vicente Sesso levada ao ar pela Globo em 1972/73 às 19h, Marília Pêra interpretou Serafina Rosa, filha de Giovanni (Felipe Carone) e Amália (Lélia Abramo) que, aos 27 anos, estava “ficando para tia”, e mandava todo os dias entregar para si mesma uma rosa no escritório onde trabalhava, acompanhada de um bilhete que dizia “Para Serafina, uma rosa com amor”. Sua família e seus vizinhos ficam ameaçados de despejo e, para ajudar a todos, Serafina aceita participar de uma farsa de seu patrão, Claude Antoine Geraldy (Paulo Goulart), estrangeiro que precisa se casar para completar negócios que muito interessam à sua empresa e oferece a ela o dinheiro necessário para resolver o problema. Os dois encenam o casamento de fachada, que aos poucos se converte em verdadeiro, para o desespero de Nara Paranhos de Vasconcelos (Yoná Magalhães), com quem Claude pretendia se casar. O SBT produziu uma nova versão da história em 2010, com texto de Tiago Santiago e, nos papéis centrais, Carla Marins, Cláudio Lins e Mônica Carvalho.

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Marília Pêra, Paulo Goulart e Yoná Magalhães em Uma Rosa Com Amor
Marília Pêra Paulo Goulart e Yoná Magalhães em Uma Rosa Com Amor
Carla Marins e Cláudio Lins na segunda versão da novela, no SBT
Carla Marins e Cláudio Lins na segunda versão da novela no SBT

Dorotéa, Dulcinéa e Judicéa Cajazeira
As inesquecíveis e impagáveis Irmãs Cajazeira eram as “donzelas juramentadas” mais conhecidas de Sucupira, cidade onde se passava a trama de O Bem-amado, novela de Dias Gomes exibida às 22h pela Globo em 1973. Dorotéa (Ida Gomes), Dulcinéa (Dorinha Duval) e Judicéa (Dirce Migliaccio) viviam em função do amor que sentiam pelo prefeito da cidade, o Coronel Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo), viúvo que prometera casamento a todas, mas não cumpria a promessa com nenhuma. O verdadeiro ritual de servir licor de jenipapo a ele após lautas refeições à baiana na casa das irmãs servia de código para a “jenipapança praticante” que havia, alternadas as parceiras… Mas para todos os efeitos as Irmãs Cajazeira eram verdadeiros arautos da moralidade, e como boas hipócritas elas não hesitavam em apontar o dedo a qualquer defeito dos outros habitantes da cidade.

As Irmãs Cajazeira com o bem-amado Odorico
As Irmãs Cajazeira com o bem amado Odorico

Violeta
Aracy Balabanian deu vida a esta personagem de O Casarão, novela de Lauro César Muniz exibida pela Globo em 1976 às 20h. Violeta era a filha do meio do casal Atílio (Mário Lago) e Carolina (Yara Cortes), e sua timidez e seu jeito extrovertido de ser a atrapalhavam no tocante à vida amorosa. Realizava-se cuidando dos pais na velhice, especialmente de Atílio, que ficara senil. Ela acabou se apaixonando pelo pintor João Maciel (Paulo Gracindo), que lhe mostra novas perspectivas de vida, sem saber que ele fora o grande amor da vida de Carolina.

Aracy Balabanian e Paulo Gracindo em O Casarão
Aracy Balabanian e Paulo Gracindo em O Casarão

Clotilde
Além dos dramas da protagonista Dona Lola e seus filhos, a história de Éramos Seis reservava diversos pontos de interesse, e um deles era a trajetória de Clotilde, uma das irmãs de Lola. Interpretada por Geórgia Gomide na versão de 1977 e por Jussara Freire em 1994, no SBT, na adaptação de Silvio de Abreu e Rubens Ewald Filho para o romance de Maria José Dupré, Clotilde vivia para ajudar a mãe e as irmãs, e seu tempo de se casar e ter sua própria família já havia passado, na opinião dela. Sua visão começa a mudar quando conhece Almeida (Edgard Franco em 1977 e Paulo Figueiredo em 1994), um amigo de seu cunhado Júlio (Gianfrancesco Guarnieri/Othon Bastos). Só que Almeida não é exatamente livre e desimpedido…

Geórgia Gomide como Clotilde na versão de 1977
Geórgia Gomide como Clotilde na versão de 1977
Jussara Freire como Clotilde na versão de 1994
Jussara Freire como Clotilde na versão de 1994

Tia Magda
Interpretada por Ida Gomes, a Tia Magda de O Astro, novela de Janete Clair exibida em 1977/78 pela Globo, vivia em função da família de sua sobrinha Clô (Tereza Rachel), casada com Salomão Hayala (Dionísio Azevedo) e mãe de Márcio (Tony Ramos), rapaz em choque com a vida de luxo e conforto que tinha, na contramão de sua ideologia franciscana. Magda era grande amiga de Salomão, basicamente a única pessoa em quem o milionário confiava. Na versão de Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro para o horário das 23h, em 2011, Rosamaria Murtinho viveu a personagem, que ganhou um destaque especial e uma trama surpreendente: ela na verdade fora a vida inteira amante de Salomão (Daniel Filho), por quem era apaixonada e com quem não pôde se casar porque a família empurrara a sobrinha Clô (Regina Duarte), mais jovem que ela, para a união com o mascate enriquecido que poderia salvá-los da ruína. No desfecho, sem o amado que fora assassinado e com o desprezo da sobrinha, que ao descobrir a verdade passa a odiá-la, Magda se suicida.

As duas intérpretes de Tia Magda: Rosamaria Murtinho e Ida Gomes
As duas intérpretes de Tia Magda Rosamaria Murtinho e Ida Gomes

Walkíria Limeira Brandão
Uma personagem de destaque na trama de Pai Herói, novela de Janete Clair exibida no horário nobre da Globo em 1979, foi a de Walkíria, única mulher entre os filhos da matriarca Januária Limeira Brandão (Lélia Abramo), que comanda a família com severidade e conforme seus preceitos, mesmo que já seja idosa e já esteja perto de ter bisnetos. Walkíria nutria um profundo ressentimento pela sobrinha Carina (Elizabeth Savalla), porque fora com ela que o primo César Limeira Reis (Carlos Zara) se casara, mesmo tendo sido seu noivo dez anos antes. A opressão da mãe, a infelicidade amorosa e outras frustrações levam Walkíria a um estado de instabilidade psicológica que vai se agravando, e somente o romance que surge com Gustavo (Cláudio Cavalcanti), que inicialmente se aproxima dela por interesse, mas acaba se apaixonando de verdade, a salva da loucura total. Mas o final reserva o sanatório como destino para ela.

Rosamaria Murtinho como Walkíria em Pai Herói
Rosamaria Murtinho como Walkíria em Pai Herói

Irene
Em Água Viva, novela de Gilberto Braga no ar às 20h em 1980 pela Globo, Eloísa Mafalda interpretou Irene, secretária da clínica particular do cirurgião-plástico Miguel Fragonard (Raul Cortez) que passou a vida sustentando a família do irmão pouco dado ao trabalho, Evaldo (Mauro Mendonça). Enquanto sua cunhada Vilma (Aracy Cardoso) só pensava em morar na zona sul carioca, a sobrinha Janete (Lucélia Santos) era a única que contestava o modo de viver dos parentes e incentivava a tia a levar adiante sua própria vida, sem sustentar o irmão nem a ela própria. Ao final da história, Irene encontra um amor: Marciano (Francisco Dantas).

Lucélia Santos e Eloísa Mafalda em Água Viva
Lucélia Santos e Eloísa Mafalda em Água Viva

Mocinha
Em Roque Santeiro, novela de Dias Gomes com coautoria de Aguinaldo Silva, grande sucesso da Globo em 1985/86, Lucinha Lins deu vida a Mocinha, filha do atual prefeito de Asa Branca, Florindo Abelha (Ary Fontoura), e namorada do filho mais ilustre da cidade, Roque Santeiro (José Wilker), que se mantinha “intacta” como se fosse viúva, já que acredita que seu amado esteja morto há 17 anos. O mais do que sabido interesse do professor Astromar Junqueira (Rui Rezende) por ela não significa nada diante de seu desejo de se manter virgem para sempre. Mas as mentiras em torno da história de Roque e da cidade são muitas, e o reaparecimento do santeiro, vivo, torna Mocinha ainda mais instável psicologicamente.

Lucinha Lins e Rui Rezende nos bastidores de Roque Santeiro
Lucinha Lins e Rui Rezende nos bastidores de Roque Santeiro

Ilka Tibiriçá
Uma das personagens mais memoráveis da carreira de Cássia Kiss, Ilka fez parte de Fera Ferida, novela de Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares baseada na obra de Lima Barreto, escrita para o horário nobre da Globo e levada ao ar em 1993/94. Secretária da Prefeitura de Tubiacanga, Ilka era cunhada do prefeito Demóstenes (José Wilker) e irmã da mau-caráter Salustiana (Joana Fomm), que a diminuía sempre que tinha a oportunidade. Cheia de manias, entre as quais cuidar da vida alheia, ela e o ex-jogador de futebol Ataliba Timbó (Paulo Gorgulho) sentiam muita atração um pelo outro, o que a levou a estudar e preparar diversas receitas afrodisíacas para curar o problema de impotência que ele tinha. No fim da novela os dois enfim se casaram e tiveram filhos.

Cássia Kiss em Fera Ferida
Cássia Kiss em Fera Ferida

Genésia
Beata inveterada interpretada por Júlia Lemmertz, Genésia não lidava bem com a sexualidade exacerbada dos pais, Deodato (Flávio Galvão) e Epifânia (Cláudia Alencar), e da irmã mais nova, Socorrinho (Mônica Carvalho), em Porto dos Milagres, novela de Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares baseada em Jorge Amado, exibida pela Globo às 21h em 2001. Sempre de roupas fechadas, golas altas, mal-humorada e moralista, Genésia escondia por trás de sua mania de limpeza e dos aros grossos de seus óculos uma mulher que ansiava por ser amada. E acabou sendo, por Ezequiel (Vladimir Brichta), garçom do bar de Seu Babau (Cláudio Corrêa e Castro), ponto de encontro da cidade de Porto dos Milagres.

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