Natal nas novelas: relembre histórias que celebraram a data

Publicado em 24/12/2018

A época do Natal mexe com as pessoas. Seja porque nos recordamos dos entes queridos, seja porque o significado religioso nos toca, ou ainda pelo espírito de tolerância e concórdia que toma conta de todos, o dito aniversário de Jesus Cristo é uma data de forte apelo emocional. E é claro que a teledramaturgia não deixaria isso passar em branco. Hoje vamos recordar algumas celebrações do Natal nas novelas.

Na década de 1960, uma das representações mais antigas do Natal nas novelas

Uma das primeiras representações do Natal nas novelas, senão a primeira, ocorreu em 1968. Escrita por Geraldo Vietri e Walther Negrão, Antônio Maria era sucesso às 19h na TV Tupi. O personagem-título, interpretado por Sérgio Cardoso, era um imigrante português que trabalhava como motorista de uma tradicional família paulista. Eram os Dias Leme, cujo patriarca era o Dr. Adalberto (Elísio de Albuquerque). No Natal de 1968, os autores transmitiram ao público uma mensagem de esperança no futuro da humanidade pela boca de Antônio Maria.

Em 1984, a novela das 19h Vereda Tropical, de Carlos Lombardi e Silvio de Abreu, acertou em cheio no Natal. Na mansão de Oliva (Walmor Chagas), um Papai Noel inesperado fez a alegria de seu neto Zeca (Jonas Torres). Não era ninguém menos do que Luca (Mário Gomes), jogador de futebol que o menino adorava e que vivia um romance com a mãe de Zeca, Silvana (Lucélia Santos). Àquela altura da história o avô detinha a guarda do menino e restringia seu contato com a mãe. No entanto, a presença de Luca, descoberto em seu disfarce, acabou fazendo com que Oliva o deixasse passar o Natal com Zeca.

O Natal de 1987 foi muito movimentado para a feirante Aldonza (Lolita Rodrigues) e sua família em Sassaricando, novela de Silvio de Abreu. Sumido da família havia anos, Ricardo (Carlos Zara), o marido dela, ressurgiu em meio aos festejos do nascimento de Cristo. Espiando a família, Ricardo tem sua presença identificada pela esposa, que consegue ver seu rosto durante a fuga, iluminado por um farol de automóvel. Capítulos depois, Ricardo enfim retorna de fato, durante os festejos do noivado de sua filha Tancinha (Cláudia Raia) com o publicitário Beto (Marcos Frota).

Manoel Carlos, um dos autores que mais celebraram o Natal nas novelas

Como em geral suas histórias são centradas em grandes conflitos familiares, Manoel Carlos é um dos autores que mais inseriu celebrações de Natal nas novelas. Em História de Amor (1995), a casa de Helena (Regina Duarte) teve momentos de emoção. Especialmente pela presença do ex-marido dela, Assunção (Nuno Leal Maia), agora preso a uma cadeira de rodas. Por Amor (1997) mostrou os Natais dos diferentes núcleos, com direito à paz armada entre Branca (Susana Vieira) e a filha Milena (Carolina Ferraz).

Na novela Páginas da Vida (2006), Manoel Carlos colocou Jorge (Thiago Lacerda) fantasiado como o bom velhinho. Alegrou o Natal da imensa família de Tide (Tarcísio Meira), especialmente das crianças, claro. No trabalho seguinte do autor, Viver a Vida (2009), coube ao médico Miguel (Mateus Solano) a função de tornar o Natal dos pequenos mais feliz. Mas no hospital onde trabalhava.

A primeira versão brasileira de Chiquititas, estreada em 1997, celebrou o Natal de forma memorável. Carolina (Flávia Monteiro) e o médico Fernando (Nelson Freitas) festejaram a data com as crianças do Orfanato Raio de Luz, com direito a um bonito presépio, “símbolo do amor que renasce”, nas palavras de Carol.

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De pagode a chuva de batons, o Natal nas novelas teve diversão e presentes para todos os gostos

Na novela O Clone (2001), Glória Perez uniu Ocidente e Oriente no bairro de São Cristóvão. De Dona Jura (Solange Couto) a Nazira (Eliane Giardini), todo mundo caiu no pagode que, sem dúvida, contagiou a todos.

O bem-sucedido remake de Ti-ti-ti (2010), escrito por Maria Adelaide Amaral, apresentou um dos muitos momentos cômicos de Ariclenes (Murilo Benício). Encarnando o estilista Victor Valentim, fantasiado de Papai Noel ele atirou batons criados por ele sobre a plateia de um dos desfiles de suas criações. Desta vez, na Praça Charles Müller, em plena feira livre.

Em Passione (2010), de Silvio de Abreu, o Natal também ocorreu na reta final da novela. Com efeito, foi uma ocasião propícia para uma confraternização dos Silva, a família do “Rei do Lixo” Olavo (Francisco Cuoco). Na ocasião, eles receberam o novo membro Totó (Tony Ramos). Este era filho de Olavo com uma namorada da juventude, Bete (Fernanda Montenegro). As cenas tiveram direito a Olavo vestido de Papai Noel, analogamente à data.

Em 2012, Gabriela, adaptação de Walcyr Carrasco da obra de Jorge Amado, ocupou a faixa das 23h. As irmãs Florzinha (Bete Mendes) e Quinquina (Ângela Rebello) tiveram uma vez mais vários elogios ao já tradicional presépio que montavam em Ilhéus todos os anos.

Algumas ocasiões em que o Natal nas novelas não foi tão feliz

Nem na ceia Eva (Ana Beatriz Nogueira) privou as filhas Manuela (Marjorie Estiano) e Ana (Fernanda Vasconcellos) de suas críticas cheias de sarcasmo. As personagens estavam no núcleo central de A Vida da Gente (2011), estreia de Lícia Manzo como autora titular do gênero.

Um Natal nada feliz, com toda a certeza, foi o de Ernest Hauser (José de Abreu) em Joia Rara (2013). A história de Duca Rachid e Thelma Guedes mostrou-o sendo obrigado a tolerar a presença do indesejado bastardo Manfred (Carmo Dalla Vecchia). Já em Amor à Vida (2013), na época do Natal a história de Walcyr Carrasco ainda tinha lenha para queimar. Havia mais de um mês pela frente. A desagradável Amarílis (Danielle Winits) lamentou o Natal infeliz que passa ao lado de Eron (Marcello Antony), seu companheiro, aliás roubado do amigo Niko (Thiago Fragoso).

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Para além das novelas, celebrações interessantes do Natal na teledramaturgia

Exibido em 2009, O Natal do Menino Imperador foi um unitário com roteiro de Péricles Barros. D. Pedro II (Sérgio Britto) aparece já idoso, exilado em Paris após a deposição do trono brasileiro. Ele conta ao neto Antônio (Rafael Miguel), na noite de Natal, como era sua vida na infância. Na ocasião, ele tinha a mesma idade do garoto e havia acabado de perder seu pai, D. Pedro I (Reynaldo Gianecchini).

Além das novelas, nos anos 2000 foi de lei acompanhar os Natais da série A Grande Família. Houve de tudo com os Silva nessa época do ano. Lineu (Marco Nanini) se desentendeu com o sogro Floriano (Rogério Cardoso). Em outra ocasião, contudo, a briga foi com o genro Agostinho (Pedro Cardoso). Os irmãos Bebel (Guta Stresser) e Tuco (Lúcio Mauro Filho), a saber, também brigaram no Natal. Houve também o Natal no qual Lineu não queria que Nenê (Marieta Severo) convidasse pessoas de fora. As regras e as restrições orçamentárias eram então muitas. Amigos como Marilda (Andréa Beltrão) e Beiçola (Marcos Oliveira), a princípio, teriam que ficar de fora da ceia.

Um dos Natais da série A Grande Família, com Lineu (Marco Nanini) vestido de Papai Noel (Divulgação/TV Globo)
Um dos Natais da série A Grande Família com Lineu Marco Nanini vestido de Papai Noel DivulgaçãoTV Globo

Todavia, no final todos acabavam se acertando, uns reconhecendo seus erros e outros os perdoando, enfim. E assim os Natais sempre terminavam felizes e cheios de amor e fraternidade. Como devem ser também os nossos, ademais, na vida real. Feliz Natal!

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