Há 41 anos, Os Trapalhões estreava na Globo

Publicado em 13/03/2018

No dia 13 de março de 1977, estreava na Globo o humorístico Os Trapalhões. A atração era exibida aos domingos, antes do Fantástico, e consagrou em definitivo o quarteto formado por Didi (Renato Aragão), Dedé (Dedé Santana), Mussum (Antonio Carlos Gomes) e Zacarias (Mauro Faccio Gonçalves), que se tornaram verdadeiros ícones do humor nacional.

Os Trapalhões era um programa formado basicamente por esquetes diversos, dos quais participavam os quatro protagonistas, ou apenas alguns deles. Didi, Dedé, Mussum e Zacarias podiam aparecer em qualquer contexto ou época, como cowboys do Velho Oeste, super-heróis, soldados do Exército ou apenas como amigos que dividem uma casa. Mas sempre mantendo intactas suas características: Didi era o líder, divertido, sacana e que sempre (ou quase) se dava bem; Dedé era o galã, o elo mais sensato do grupo; Mussum era o sambista boêmio, apaixonado por mulheres e cachaça; e Zacarias o ser pueril, ingênuo e que sempre disparava sua risadinha característica.

Em seus quadros, Os Trapalhões sempre adotavam o humor pastelão, meio circense, voltado principalmente à família. Por isso mesmo, boa parte de sua audiência era formada por crianças, que adoravam o quarteto. E, além dos quatro principais, Os Trapalhões também contava com um elenco fixo, no qual se destacavam Roberto Guilherme, o sargento Pincel; Tião Macalé; Jorge Lafond; entre muitos outros.

Apesar de terem estreado na Globo em 1977, Os Trapalhões já eram famosos na TV brasileira, pois passaram também pela Excelsior, Record e Tupi. A estreia foi na TV Excelsior, no ano de 1966, com o nome Os Adoráveis Trapalhões, com um elenco bem diferente da versão mais famosa. O programa era estrelado por Renato Aragão, Ted Boy Marino, Ivon Cury e Wanderley Cardoso, com participação de Dedé Santana. Conforme foram passando os anos, o elenco foi mudando.

Em 1972, o programa se mudou para a Record, mudou de nome para Os Insociáveis e ganhou a presença de Mussum. Já em 1974, os humoristas migraram para a TV Tupi, desta vez já chamados de Os Trapalhões e agregando Zacarias à sua formação. Estava formado o quarteto mais querido do grupo, que se mudaria para a Globo em 1977, atendendo ao chamado de José Bonifácio de Oliveira, o Boni.

Com a mudança, Os Trapalhões se tornou um grande fenômeno. Líder de audiência em seu horário de exibição, o humorístico se tornou também uma marca poderosa, com muitos produtos licenciados, discos lançados e uma carreira cinematográfica formada por grandes campeões de bilheteria. O formato do programa também foi mudando conforme os anos foram passando, ora priorizando esquetes diversas, ora apresentando atrações típicas de programas de auditório. Ficaram famosas as participações especiais nas paródias de clipes protagonizadas por Didi, Dedé, Mussum e Zacarias, como Terezinha de Jesus. Outro quadro clássico trazia Didi e Zacarias entoando os versos de “A Filha do Seu Faceta”, aquela música que começava com “Papai, eu quero me casar!”.

Nem tudo foram flores nesta trajetória de sucesso de Os Trapalhões. Em 1983, o quarteto se separou, quando Dedé, Mussum e Zacarias romperam com a Renato Aragão Produções, empresa que cuidava dos negócios do grupo, formaram sua própria empresa, a Demuza, e optaram por seguir sozinhos na carreira cinematográfica e deixar o programa. A separação durou cerca de seis meses, período em que Renato Aragão estrelou sozinho o programa. O quarteto retornou em grande estilo no dia 25 de março de 1984.

Em 1990, o grupo enfrentou o duro golpe da morte de Zacarias, que morreu de embolia pulmonar. Com o falecimento de Zacarias, os três remanescentes cogitaram encerrar o programa, mas acabaram resolvendo seguir adiante. Sem o comediante, Os Trapalhões mudou e passou a ser dividido em duas partes: a primeira apresentava shows musicais e esquetes de humor em que Didi, Dedé e Mussum contracenavam com vários comediantes; e a segunda era o Trapa Hotel, espécie de sitcom que se passava num hotel, no qual Didi era o gerente, Dedé era secretário de esportes e lazer, e Mussum era o segurança. O Trapa Hotel trazia também o cozinheiro Divino (Jorge Lafond), o carregador de bagagens Sorriso (Tião Macalé) e o diretor Batatinha (Roberto Guilherme), além da atriz mirim Duda Little.

Em 1992 surgiram outros novos quadros em formato de sitcom, como A Vila Vintém, onde Renato Aragão vivia o vagabundo Bonga, que morava numa rua de um subúrbio, e a Agência Trapatudo, onde Didi, Dedé e Mussum recrutavam talentos diversos. No ano seguinte, mais mudanças: sem plateia, sem claque e com quadros fixos, como Os Piratas, além da nova sitcom, Nos Cafundós do Brejo, com Renato Aragão vivendo Zé do Brejo e contracenando com Alessandra Aguiar, Sérgio Mamberti, Chico Diaz, Letícia Spiller e Roberto Bomtempo.

Em julho de 1994, veio o falecimento de Mussum, em decorrência de problemas cardíacos. Nesta época, o programa deixou de ser produzido e apenas reprises eram exibidas. Em 1995, houve uma reestreia, desta vez nas tardes de domingo e em formato de programa de auditório. Nesta fase, Didi e Dedé brincavam com a plateia, enquanto esquetes antigos eram reprisados. Esta versão ficou no ar até agosto de 1995, quando Os Trapalhões deixa de ser produzido definitivamente. Mas as reprises permaneceram por um bom tempo.

Os Trapalhões ganhou um remake, produzido em parceria entre a Globo e o canal Viva, e exibido no ano passado. Na nova versão, Didi e Dedé ensinam seus sobrinhos Didico (Lucas Veloso), Dedeco (Bruno Gissoni), Mussa (Mumuzinho) e Zaca (Gui Santana) como serem legítimos trapalhões. Valeu como homenagem, mas não repetiu o brilho do original, que vem sendo exibido no Viva desde janeiro deste ano.

Criado por Wilton Franco, Os Trapalhões era escrito por Augusto César Vannuci, Carlos Alberto da Nóbrega, Adriano Stuart e Mário Wilson, com direção de Augusto César Vannucci, Adriano Studart, Osvaldo Loureiro, Gracindo Junior, Paulo Araújo, Walter Lacet, Wilton Franco, José Lavigne, Fernando Gueiros, Maurício Sherman e Paulo Aragão Neto.

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Relembre uma cena clássica de Os Trapalhões:

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