Há 11 anos, estreava a novela Paraíso Tropical

Publicado em 05/03/2018

No dia 05 de março de 2007, estreava na faixa das 21 horas da Globo a novela Paraíso Tropical. A trama, escrita por Gilberto Braga e Ricardo Linhares, mostrava o turismo sexual do Rio de Janeiro tendo como cenário o luxuoso Hotel Duvivier, localizado no bairro de Copacabana. Protagonizada por Alessandra Negrini e Fábio Assunção, a trama é mais lembrada pelo casal de vilões, formado por Camila Pitanga e Wagner Moura.

Em Paraíso Tropical, o executivo Daniel Bastos (Fábio Assunção) é o preferido do poderoso empresário Antenor Cavalcanti (Tony Ramos), dono do Hotel Duvivier, para assumir os seus negócios. Antenor, casado com Ana Luiza (Renée de Vielmond), perdeu um filho muito jovem, e via em Daniel, que é filho de seu caseiro, o filho que acabou não vendo crescer. No entanto, outro executivo do grupo, Olavo Novaes (Wagner Moura), sobrinho de Antenor, tem muita inveja de Daniel e faz de tudo para prejudicá-lo e conquistar a confiança do tio para que possa sucedê-lo.

Quando Daniel faz uma viagem ao Nordeste para resolver a construção de um resort do Grupo Cavalcanti, acaba conhecendo a honesta Paula (Alessandra Negrini), por quem se apaixona. Paula é filha de Amélia (Susana Vieira), uma cafetina que toca um prostíbulo no local onde será construído o resort e, por isso, acaba tendo uma discussão com Daniel. Ela passa mal e, antes de morrer, revela à Paula que não é sua mãe biológica, e que a mocinha tem um avô que vive no Rio de Janeiro. Mas ela morre sem dar mais detalhes. Enquanto isso, Olavo arma para prejudicar Daniel, contando com a ajuda de Bebel (Camila Pitanga), uma das prostitutas do local. Daniel e Paula, então, acabam se separando.

No Rio de Janeiro, Daniel conhece Taís (Alessandra Negrini), e acredita que ela seja Paula, mas logo percebe que deve se tratar de uma irmã gêmea, tamanha a semelhança. Taís, uma grande mau-caráter, vive de pequenos golpes, e maltrata muito o avô Isidoro (Othon Bastos). Até que Paula chega ao Rio de Janeiro em busca de suas origens e descobre que tem uma irmã gêmea. Ela também reencontra Daniel e os dois voltam a se relacionar, ao mesmo tempo em que Olavo se envolve com Taís. Olavo e Taís, então, se unem para derrubar Daniel e Paula, contando com a ajuda de Bebel. Trazida ao Rio de Janeiro pelo cafetão Jáder (Chico Diaz), Bebel e Olavo se apaixonam verdadeiramente. Ao mesmo tempo, Taís se envolve com Ivan (Bruno Gagliasso), um bad boy irmão de Olavo. Os dois são filhos de Marion Novaes (Vera Holtz), uma socialite falida que vive de aparências.

Paralelamente, Antenor vive uma crise no casamento, pois tem um caso antigo com sua advogada Fabiana (Maria Fernanda Cândido), além de se envolver com várias outras mulheres. Ana Luiza, doce e elegante, sempre se manteve firme nesta relação, mas sofre com as constantes traições do marido. Até que ela decide dar um basta na relação, quando se apaixona por Lucas (Rodrigo Veronese), um homem bem mais jovem que ela, e vai embora. Fabiana também deixa Antenor, que se deprime, já que sonha em ter um filho novamente. Mas Antenor passa por uma transformação ao conhecer Lúcia (Glória Pires), uma mulher batalhadora, forte e que criou sozinha o filho Mateus (Gustavo Leão). Antenor se apaixona por ela, que também se encanta por ele. Mas o relacionamento entre os dois é cheio de obstáculos, já que eles vivem em universos bastante distintos.

Com Paraíso Tropical, Gilberto Braga e Ricardo Linhares assinavam uma novela juntos pela primeira vez. Embora Linhares tenha colaborado com Braga em várias obras anteriores, foi a primeira vez que os dois apareciam juntos como titulares. Com a parceria, os dois buscavam trazer novidades ao folhetim, apostando forte na narrativa episódica. Ou seja, Paraíso Tropical propunha várias tramas que iam se resolvendo, enquanto outras apareciam, dando a impressão de movimentação constante e sem barrigas. A fórmula foi levada às últimas consequências em Insensato Coração, trama seguinte da dupla.

Gilberto Braga escreveu as gêmeas Paula e Taís para a atriz Cláudia Abreu. O autor chegou a afirmar que seria o encontro entre Vitória, a mocinha que Cláudia viveu em Belíssima, e Laura, a vilã de Celebridade. A atriz, no entanto, engravidou de seu segundo filho, tendo que se afastar da produção. A produção da novela, então, tratou de buscar uma nova mocinha e vilã, chegando a cogitar Débora Falabella e Camila Morgado. Mas o diretor Dennis Carvalho acabou elegendo Alessandra Negrini, que viveu uma situação inusitada: sofreu críticas pela sua performance como Paula, mas muitos elogios pelo seu trabalho vivendo a vilã Taís.

Cláudia Abreu não foi a única baixa do elenco de Paraíso Tropical. Mariana Ximenes já estava escalada para viver a prostituta Bebel, mas a atriz pediu dispensa do trabalho para ter um descanso maior, pois havia emendado muitos trabalhos naquela época. A prostituta, então, foi parar nas mãos de Camila Pitanga, tornando-se um marco em sua carreira. Já o vilão Olavo foi oferecido, inicialmente, para Selton Mello, que recusou. Wagner Moura assumiu e fez um trabalho brilhante. E o casal Bebel e Olavo se tornou o preferido do público. A prostituta conquistou a audiência com seu figurino extravagante e sua linguagem “peculiar”, sempre repetindo que tinha “catiguria”. Outra baixa foi Joana Fomm, que chegou a gravar as primeiras cenas como Marion Novaes quando precisou se afastar para cuidar da saúde. Foi substituída por Vera Holtz.

Adepto do “quem matou?”, Gilberto Braga não fugiu à regra em Paraíso Tropical, matando a vilã Taís na reta final da obra e instalando o mistério sobre quem a teria matado. No último capítulo foi revelado que Olavo matou a pilantra. O final não surpreendeu.

Com 179 capítulos, Paraíso Tropical foi escrita por Gilberto Braga e Ricardo Linhares, com a colaboração de Ângela Carneiro, João Ximenes Braga, Maria Helena Nascimento, Nelson Nadotti, Sérgio Marques, Rosa Maria e Marília Garcia. Foi dirigida por José Luiz Villamarim, Amora Mautner, Maria de Médicis, Cristiano Marques, com direção geral de Dennis Carvalho e José Luiz Villamarim, e direção de núcleo de Dennis Carvalho.

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