Há 32 anos, SBT encerrava (pela primeira vez) seu núcleo de teledramaturgia com Uma Esperança no Ar

Publicado em 16/02/2018

Em 15 de fevereiro de 1986, com a exibição do último capítulo de Uma Esperança no Ar, que ia ao ar às 19h45min, o SBT dava fim também a seu departamento de teledramaturgia pela primeira de algumas vezes em que já ocorreu nos quase 37 anos de história da emissora – 42, se incluirmos na conta os cinco anos em que Silvio Santos tinha apenas a TVS, canal 11 do Rio de Janeiro.

Estreada em 5 de agosto de 1985, Uma Esperança no Ar teve três autores por trás de seus roteiros: inicialmente Dulce Santucci, a pioneira adaptadora de 2-5499 Ocupado (1963), responsável pelos primeiros 30 capítulos, depois Ismael Fernandes e Amilton Monteiro. Ambos já haviam respondido pelo texto de novelas na casa anteriormente: o primeiro, por Meus Filhos, Minha Vida, até poucos meses antes, e o segundo por A Justiça de Deus (1983). O argumento e a supervisão de texto eram de Crayton Sarzy e a direção geral de Jardel Mello.

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Passada na cidade fictícia de Tamandaré, interior paulista, a novela trazia como mocinha Ana (Angelina Muniz), namorada de Rui (Celso Frateschi). O casal passa por um desacerto e Rui acaba ficando paraplégico. Ana é apontada como responsável pelo infortúnio do rapaz e precisa deixar a cidade, que está envolta em negócios escusos liderados pelo inescrupuloso Daniel Fiori (Edney Giovenazzi) com a total anuência do prefeito Francisco (Elias Gleizer).

Outro casal de destaque da novela era formado pelo político arrivista Edgar (Mário Cardoso) e a misteriosa Débora (Eliane Giardini), de passado obscuro. Ambicioso e capaz de praticamente qualquer coisa para subir na vida, ele abandonava a carreira política brilhante que poderia conquistar com a ajuda dos poderosos de Tamandaré para viver seu amor por Débora e se redimir de seus malfeitos.

A emissora apostava numa melhora dos números de audiência em relação à atração antecessora, Jogo do Amor, de Aziz Bajur, que entre março e agosto de 1985 oscilou dos 10 aos 12 pontos. Para tanto, investiu cerca de 70 milhões de cruzeiros em cada capítulo e contratou um elenco de peso, cheio de nomes conhecidos do público, como Geórgia Gomide e Angelina, recém-saídas do sucesso global Vereda Tropical; Edney e Elias, egressos de outro sucesso global de pouco antes, Livre Para Voar; e mais Cleyde Yaconis, David Cardoso, Hélio Souto, Kátia D’Angelo, Yara Lins, Turíbio Ruiz, Martha Overbeck, Ruthinéa de Moraes, Geny Prado, Sebastião Campos, Carminha Brandão, Aldine Müller e Zaíra Bueno, entre outros.

Entre abril de 1982, quando estreou Destino, de Raimundo Lopes e Crayton Sarzy com base em original de Marisa Garrido, até fevereiro de 1986, quando do término de Uma Esperança no Ar, o SBT produziu 16 novelas, quase todas partindo de originais da mesma Garrido. 1983 foi o ano do auge, com dois horários nacionais inéditos ao mesmo tempo, além da exibição das estrangeiras. Mas com o desempenho abaixo do esperado, o setor de teledramaturgia foi cancelado e apenas em 1989, e mesmo assim com uma produção independente, Cortina de Vidro, de Walcyr Carrasco, exibida em parceria com a produtora Miksom, de Guga de Oliveira, foi que o “Canal do Baú” voltou às novelas brasileiras inéditas.

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