Há 19 anos, estreava Pérola Negra

Publicado em 09/11/2017

No dia 09 de novembro de 1998, o SBT lançava a novela Pérola Negra. Protagonizada por Patrícia de Sabrit e Dalton Vigh, a trama, assim como O Direito de Nascer, encarou a “gaveta” da emissora, sendo exibida um bom tempo depois de gravada.

Pérola Negra girava em torno de Pérola (Patrícia de Sabrit), uma jovem que foi entregue ainda bebê para ser criada num tradicional colégio de moças sem saber de sua verdadeira origem. Junto à criança, foram entregues 22 pérolas negras, pedras preciosas que serviriam para pagar a criação da menina. A ordem da mulher misteriosa que entregou a bebê para Miss Helen (Martha Mellingher), que dirigia a instituição, era que 21 pérolas serviriam para sustentar a criança, enquanto a 22ª deveria ser entregue a ela assim que ela deixasse a escola. A mulher misteriosa também sugeriu que a menina se chamasse Pérola.

Os anos passam e Pérola cresce no colégio, sendo criada de perto por Miss Helen e se tornando grande amiga de Eva (Vanusa Splinder). Eva pertencia à rica família Pacheco Oliveira, e havia sido internada ali pela avó Rosália (Maximira Figueiredo), que não gostava da menina porque era contra a relação da mãe dela com o seu filho. Assim, quando o pai de Eva morreu, Rosália a deixou no colégio, onde sempre recebia a visita de seu avô Carlos (Rildo Gonçalves). Eva e Pérola se tornam melhores amigas, fazendo planos de viverem juntas assim que completarem 21 anos e deixarem a escola. Entretanto, um dia, Eva é seduzida pelo playboy Tomás (Dalton Vigh) e acaba engravidando dele. Pérola e Eva prometem, então, que criarão a criança juntas, que ganha o nome de Carlinhos.

Carlinhos é entregue temporariamente aos caseiros do colégio, enquanto Pérola e Eva se preparam para deixar o colégio. Quando Eva recebe a notícia de que seu avô Carlos morreu e deixou tudo para ela, trata de se preparar para voltar à casa de sua família, levando Pérola consigo. Mas, no caminho, um trágico acidente tira a vida de Eva. Levada ao hospital, Pérola é confundida com Eva, já que carregava os documentos da amiga, e decide, então, assumir a identidade de Eva para proteger Carlinhos da família Pacheco Oliveira e garantir a herança do menino. Assim, ela chega à mansão da tradicional família enfrentando a todos e batendo de frente com a “avó” Rosália, a “prima” Malvina (Cibele Larrama) e o “tio” Laureano (Fábio Cardoso). Apenas a “tia” Branca (Lia de Aguiar) trata a menina com carinho.

Logo, a falsa Eva descobre que a Nerta, empresa de cosméticos da família, está indo de mal a pior, e decide assumir os negócios, o que deixa os Pacheco Oliveira ainda mais incomodados. Nesta nova vida, Pérola reencontra Tomás e descobre que ele é noivo de Malvina e, ainda, pertence à família Álvares Toledo, clã inimigo dos Pacheco Oliveira. As duas famílias são rivais no ramo dos cosméticos, já que os Álvares Toledo tocam a marca Madame Aquarel, Além disso, no passado, o avô de Eva, Carlos, deu um golpe em um negócio, o que levou o pai de Fernando Álvares Toledo, pai de Tomás, ao suicídio. Pérola e Tomás acabam se apaixonando, mas estão em lados opostos nos negócios e, por isso, vivem às turras. E a coisa ficará ainda pior quando Tomás descobrir que Carlinhos é seu filho. E outra virada também acontece quando vem à tona a verdade sobre a origem de Pérola: ela é filha bastarda de Rosália.

Pérola Negra começou a ser gravada em 1997, nos estúdios do SBT. A trama seria a substituta natural de Os Ossos do Barão, então o cartaz na faixa de novelas nacionais do canal. No entanto, com o sucesso das novelas mexicanas protagonizadas por Thalia, que eram exibidas na faixa anterior, a emissora então optou por substituir Os Ossos do Barão pela reprise de Maria Mercedes, deixando Pérola Negra engavetada. Ao mesmo tempo, a novela O Direito de Nascer também estava sendo produzida, pela produtora JPO para o SBT, e também acabou engavetada.

Mas, imediatista como sempre, o SBT resolveu voltar a exibir tramas nacionais no ano seguinte, 1998. No entanto, ao invés de exibir uma das duas tramas já concluídas, a emissora optou por produzir uma nova trama, recrutando Walcyr Carrasco, que havia emplacado Xica da Silva na Manchete anos antes. Surgiu assim Fascinação, trama de época simples e graciosa que, aos poucos, foi cativando a audiência do SBT. Com o bom desempenho de Fascinação, a emissora encomendou uma nova história a Walcyr, surgindo então a sinopse de Segredo. Mas logo o SBT desistiu de produzir uma nova novela, já que tinha duas histórias completamente concluídas na gaveta. Silvio Santos, então, submeteu os primeiros capítulos de Pérola Negra e O Direito de Nascer ao seu auditório, para saber qual das tramas agradaria mais. As “colegas de trabalho” de Silvio escolheram Pérola Negra.

A trama conseguiu manter uma audiência satisfatória na faixa das 20 horas do SBT, registrando médias entre 16 e 19 pontos no Ibope. A ideia da emissora, então, era exibir O Direito de Nascer na sequência, mas o plano foi abandonado em razão do sucesso da trama água com açúcar Louca Paixão, que a Record exibia no mesmo horário de Pérola Negra. Como O Direito de Nascer era considerada mais “pesada”, avaliou-se que o público de Pérola Negra poderia migrar para a Record. Deste modo, Pérola Negra foi substituída por A Usurpadora, e O Direito de Nascer aguardou ainda mais uns bons anos até finalmente ser exibida, em 2001.

No entanto, a consagração de Pérola Negra viria mesmo em sua reprise vespertina, entre 2004 e 2005. Exibida na faixa das 14 horas, a história bateu de frente com o Vale a Pena Ver de Novo, da Globo, e se deu muito bem, chegando a liderar a audiência no horário ao concorrer com os repetecos de Terra Nostra e Deus nos Acuda, registrando médias parecidas com as da primeira exibição, em torno de 16 pontos, um excelente resultado para a faixa da tarde. Depois disso, Pérola Negra foi reexibida ainda mais duas vezes, entre 2010 e 2011, e no segundo semestre de 2015.

O par romântico formado por Patrícia de Sabrit e Dalton Vigh deu tão certo, que ele foi repetido anos depois, na Record. Os dois atores foram escalados para viverem personagens centrais em Vidas Cruzadas, exibida em 2000. Na novela de Marcos Lazarini, os atores formavam um triângulo amoroso com Alexandre Barillari. Curiosamente, em Vidas Cruzadas, Patrícia viveria outra personagem que também mudava de identidade: a mocinha Letícia se tornava Luísa.

Pérola Negra foi escrita por Henrique Zambelli, com a supervisão de texto de Crayton Sarzy, baseada no original de Enrique Torres, sendo um remake da telenovela argentina Perla Negra. Foi dirigida por Henrique Martins, supervisão de Nilton Travesso e direção-geral de Antonino Seabra.

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Reveja uma das brigas entre Eva/Pérola e Tomás em Pérola Negra:

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