Estúpido Cupido estreava há 41 anos

Publicado em 25/08/2017

No dia 25 de agosto de 1976 estreava a novela das sete Estúpido Cupido. Um grande sucesso da Globo, a trama era escrita por Mário Prata e dirigida por Régis Cardoso, e foi a última novela gravada em preto-e-branco da emissora.

Estúpido Cupido se passava na década de 1960, e era ambientada numa fictícia cidade do interior de São Paulo, chamada Albuquerque. Ali, os jovens viviam a efervescência cultural da época, dançando os acordes do rock e do twist, e seguindo o modismo dos jeans e dos blusões de couro, passeando em suas lambretas pelas ruas.

Neste cenário de anos dourados, a normalista Maria Tereza, a Tetê (Françoise Forton) sonha em deixar a cidade e ser eleita Miss Brasil. No entanto, seu namorado João (Ricardo Blat), extremamente ciumento, não concorda com suas pretensões. Enquanto isso, a família conservadora de Tetê, na qual se destacam sua mãe, a elegante Olga Oliveira (Maria Della Costa), e sua avó Zinha (Henriqueta Brieba), fazem de tudo para que Tetê mantenha a sua reputação de moça direita.

Já João, filho do viúvo Alcides Guimarães Filho, o Guima (Leonardo Villar), vive em conflito com seu pai. Guima projeta no filho um futuro promissor, e deseja que seu João se torne um bem-sucedido médico ou engenheiro. João não aceita os planos do pai, e é aspirante a jornalista. Assim, centrado no romance gracioso entre Tetê e João, e dando destaque aos jovens da cidade de Albuquerque que viviam a vida ao som de Celly Campello, Estúpido Cupido agradou em cheio o público com seu tom de comédia romântica. Destaque para as personagens Adelaide e Eulália, interpretadas por Célia Biar e Kléber Macedo, respectivamente. Nas cenas das personagens, o vídeo era dividido em dois, e o público se divertia com as caretas de quem contava e de quem ouvia a fofoca. O bordão da dupla, “Fala, danadinha, fala!”, se tornou popular.

Primeira novela de Mário Prata na TV, Estúpido Cupido foi a última trama da Rede Globo produzida em preto-e-branco. Apenas seu capítulo final foi feito em cores, e sob a direção de Walter Avancini. O diretor não avisou ao elenco sobre a novidade, pois queria fazer uma surpresa. Com o sucesso da novela, o país voltou a dançar os hits da época, e os concursos de twist se multiplicaram em festas e colégios, ao ponto de a cantora Celly Campello fazer uma participação na trama.

O sucesso da trilha sonora da novela se refletiu nas vendagens do LP da trama, que, gravado pela Som Livre, vendeu mais de um milhão de cópias, superando a marca anterior, de Escalada (1975). Consolidava-se assim a boa vendagem de discos de trilhas de telenovelas, num projeto que fora iniciado em 1971.

Premiado escritor e dramaturgo, Mário Prata começava, com Estúpido Cupido, uma vitoriosa, porém esporádica, carreira na televisão. Na Globo, assinou depois a minissérie Sem Lenço, Sem Documento (1977) e a novela Um Sonho a Mais (1986). Também passou pela Tupi, assinando Dinheiro Vivo (1979), e pela Manchete, com Helena (1987), que assinou com Dagomir Marquesi e Reinaldo Moraes. Depois de um bom tempo afastado da telinha, ensaiou um retorno com Metamorphoses (2004), da Record, da qual trabalhou o argumento, mas acabou se afastando do projeto quando se desentendeu com Arlette Siaretta, produtora da trama. Em 2005, retornou à Globo com Bang Bang, uma paródia de faroeste que, assim como Estúpido Cupido, também se passava numa cidadezinha chamada Albuquerque. Com problemas de saúde, acabou afastado da história, que foi concluída por Carlos Lombardi.

Estúpido Cupido se tornou um musical de sucesso nos palcos do Brasil em 2015. Françoise Forton voltou a viver Tetê, mas o espetáculo não repete outros personagens e tramas da novela.

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