Caetano Veloso rebate críticas e diz: “Brasil precisa repensar tudo”

Publicado em 12/11/2016 12:00
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Conhecido por sua militância de esquerda, contrário ao impeachment de Dilma Rousseff e ferrenho crítico do governo Michel Temer, Caetano Veloso assumiu, em entrevista ao “O Globo”, que não fica de olho nas redes e que, talvez por isso, não tenha ciência do quão cobrado é pelos militantes com ideologias semelhantes às suas.

Considerado um dos artistas mais importantes do país, o músico teve sua importância na época da ditadura civil-militar de 1964, levando, através de suas canções, alento à população em anos difíceis, sem jamais perder o tom oposicionista aos militares.

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Em maio, Caetano foi um dos vários artistas que participaram da frente OcupaMinc, uma resposta dada por músicos, atores, cineastas, entre outros, à extinção do Ministério da Cultura, outorgada por Temer.

Quando Temer extinguiu o MinC, chiei contra a decisão. Eu e muita gente. Ele, mal entrado no poder, recuou. Escrevi em defesa de um grupo que, dentro do ministério, estudava direitos autorais na era digital. Entendo pouco e mal do assunto. Mas confiava na Diretoria de Direitos Intelectuais. Fui cantar no Ocupa MinC, no Capanema. E, junto com outros membros da Associação Procure Saber, aceitei conversar com o ministro. Que foi gentil e pareceu aceitar nossas sugestões. No fim, Marcos Souza (que comandava a DDI) foi fritado e seu grupo desmantelado“, disse.

Quando questionado sobre a CPI da Lei Rouanet, que investiga fraudes em subsídios aos artistas nacionais, Veloso foi enfático ao afirmar que “o Brasil precisa repensar tudo”, não apenas a forma de incentivar a cultura. Ele critica ainda o que chama de “demonização da Lei Rouanet” que “alardeada por ignorantes” vira uma “histeria absurda”.

Me contam que dizem que nós artistas mamamos na tetas do governo do PT e por isso reclamamos. Não mamo em nada. As palavras de apresentação da CPI reproduziam um site grosseiro, e a maior parte das queixas de malucos que escrevem para redações e se multiplicam nas redes sociais é feita de ressentimento e desinformação. Que venha CPI, o diabo, a verdade há de prevalecer, mesmo que seja desrespeitada por algum tempo.

Sobre os últimos acontecimentos do cenário político, Caetano Veloso assumiu que tende a ficar do lado dos adolescentes que encabeçam o movimento de ocupação das escolas, em protesto contra a Proposta de Emenda à Constituição proposta por Michel Temer, que estipula um teto para gastos do governo em áreas sociais, como saúde e educação. Aproveitou a deixa para criticar, também, a falta de cobertura dos veículos de comunicação.

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