Sonia Braga rebate Ministro da Cultura "não podemos perder as nossas conquistas"

Publicado em 07/06/2016 13:41
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Sonia Braga, uma das atrizes brasileiras mais bem sucedidas, não deixou barato as declarações do novo Ministro da Cultura, Marcelo Calero, que criticou as manifestações da classe artística brasileira em Cannes, contra medidas do governo Temer, que afirmou ser necessário cortes e mudanças no ministério, que apoia grande parte das produções culturais no país.

Integrante do elenco do filme Aquarius, sucesso de crítica no mundo, Sonia Braga ganhou manchetes ao rebater o Ministro e defender as conquistas da cultura nacional.

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Em publicação em seu Facebook ela escreveu: “A foto é a mesma, o recado é novo… O Ministro da Cultura ofendendo artistas é inadmissível. O senhor está nesse cargo para dialogar, para nos ajudar, para fazer a ponte com quem nos explora”, desabafou a atriz.

“Como pode um Ministro dizer que um ato democrático como o nosso é a representação de um País inteiro? Isso é desconhecimento do que significa plena democracia. Se estivéssemos falando em nome de todos não precisaríamos, evidentemente, fazer o ato. Uma coisa é certa: estamos juntos”, continuou a atriz.

Leia abaixo o depoimento de Sonia Braga, na íntegra:

“Aula de História para o senhor Marcelo Calero, 33 anos de idade.

Eu, só de profissão, tenho 50.

Na época da Abertura, os artistas não tinham sequer uma lei que regulasse a profissão. Essa lei foi promulgada em 1978, depois de muita luta, da qual tive a honra de participar.

Naquela época, acredito, o senhor Marcelo ainda não havia nascido. Por isso, não deve ainda ter tido tempo de aprender sobre os nossos problemas e os nossos direitos.

E pouco se importou, ou não notou, que uma atriz brasileira era campeã de bilheteria do cinema brasileiro e sustentou este título por 30 anos – também ganhando, com filmes brasileiros, além de projeção internacional, muitos prêmios no exterior, promovendo assim o nome de Brasil e de nossa cultura.

Como pode um Ministro dizer que um ato democrático como o nosso é a representação de um País inteiro?

Isso é desconhecimento do que significa plena democracia. Se estivéssemos falando em nome de todos não precisaríamos, evidentemente, fazer o ato.

Uma coisa é certa: estamos juntos.

O Ministro da Cultura ofendendo artistas é inadmissível. O senhor está nesse cargo para dialogar, para nos ajudar, para fazer a ponte com quem nos explora.

A propósito, as críticas para Aquarius foram fabulosas. Quatro estrelas em jornais franceses, italianos, poloneses, russos e três citações no The New York Times. Ponto grande para a imagem da cultura brasileira no exterior.

Senhor Ministro, não podemos perder as nossas conquistas. Sobretudo a mais importante delas, o respeito.”

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