Amor Sem Igual

“Lindas oportunidades”, diz Day Mesquita sobre personagens, rebatendo o rótulo de ‘nova queridinha da Record’

Atriz explicou parte de sua preparação

Publicado em 05/12/2019

A partir da próxima semana, o público vai conhecer Poderosa, a protagonista da nova novela da Record TV, Amor Sem Igual. Interpretada por Day Mesquita a moça precisou aprender a se virar sozinha desde a infância. Abandonada pela mãe, e rejeitada pelo pai, ela sofreu abuso, e daí então lutou pela própria sobrevivência trabalhando como prostituta.

Na história, ela acaba se aproximando de Miguel, um trabalhador rural interpretado por Rafael Sardão, que deixará a moça confusa, já que não está acostumada a receber um tratamento tão carinhoso por parte das pessoas, sobretudo dos homens.

O Observatório da Televisão bateu um papo com Day Mesquita durante a coletiva da trama que aconteceu nesta quinta-feira (05), e ela falou mais sobre a personagem, suas referências, a preparação para vive-la e ainda sobre o rótulo de queridinha da Record TV. Confira:

Você é uma menina que sempre foi atrás de seus sonhos, e agora protagonista. Tem um certo peso?

É a segunda protagonista da minha carreira, mas acho que é a primeira com um grande peso e visibilidade na Record depois de uma longa estrada em cinema, e outras emissoras. Não vejo como peso, mas como satisfação de poder viver isso. O friozinho na barriga continua desde a primeira novela e mais que tudo, numa personagem que é maravilhosa. É emblemático porque é uma garota de programa mas ao mesmo tempo ela é forte, decidida, divertida, alegre. É muito humana e tem muitas nuances que vocês vão poder acompanhar a cada capítulo.

Você foi atrás de garotas de programa de verdade para um laboratório?

Eu assisti a filmes, li algumas coisas, e vi documentários, mas não tive oportunidade de conversar com elas antes de gravar, mas por acaso ontem, eu fui gravar o clipe da música da novela, e estava acompanhada de seis meninas que eram garotas de programa, e que hoje em dia não são mais. Com isso, pude trocar um pouco com elas. Para mim foi muito bom, e acrescenta para entender o preconceito que elas vivem. O não julgamento para mim, significa o amor independente de qualquer coisa, é olhar o outro com respeito, carinho e compaixão. Se todo mundo tivesse isso, o mundo seria muito melhor.

Sua opinião sobre a profissão mudou?

Minha opinião nunca foi diferente. Tenho respeito por todas as pessoas e profissões, e não seria diferente com garotas de programa. Eu respeito a opinião e a escolha de cada um.

Teve uma cena que vimos no clipe da novela que lembrou bastante uma cena do filme Uma Linda Mulher. Será que vai ter aquela icônica cena da protagonista sendo humilhada numa loja de roupas?

Vamos aguardar (risos). Acho que tem algumas coisas que Uma Linda Mulher serviu como referência de inspiração.

Você acha que uma personagem prostituta pode ser um simbolismo do empoderamento? Porque ela faz o que quer com o corpo dela, sem se importar com a opinião alheia…

Sim. Se a gente tiver essa consciência de não se importar com o julgamento do outro, a gente se aceita melhor, e se aceitando, a gente aceita o outro consequentemente.

O amor pelo Miguel chega a assustá-la em algum momento?

Muito. Pega ela de rasteira, ela não entende nada, mas nega o tempo inteiro. Até esse coraçãozinho amolecer leva tempo, até por tudo o que ela já sofreu na vida.

A Poderosa é como se fosse várias personagens em uma só pois ela começa de uma forma e vai se transformando, não é?

Tem muita história e exatamente por conta de tudo o que ela viveu, ela precisou se virar sozinha desde criança. A mãe a abandonou, então ela é muito maleável aos locais e às pessoas de quem ela é próxima, por uma questão de sobrevivência. Ela é uma pessoa de muitas facetas e estou descobrindo isso conforme vou recebendo os capítulos.

Esse seu novo visual? Você já se acostumou?

Sim. Teve uma vez que um fã-clube tinha feito uma montagem comigo ruiva e pensei ‘até que pode ficar bom’, mas nunca imaginei pintar. Quando chegaram para mim e falaram que a personagem teria essa cor de cabelo, eu falei ‘vamos lá’. Achei bacana, encontramos um tom que combinava com a pele através do visagismo, e estou curtindo.

No fim do ano passado, a Julia Roberts deu uma declaração dizendo que se Uma Linda Mulher tivesse sido produzido hoje, não faria tanto sucesso, porque hoje em dia as pessoas querem muito mais história, e o filme não tem um vilão nem nada. Essa novela, pelo visto também vai ser assim, como no dia a dia não é, sem vilões?

Essa novela tem muitos vilões (risos). Não sei se [o filme Uma Linda Mulher] não faria sucesso. É um clássico, todo mundo que assiste, ou até algumas pessoas que conversei que não tinham assistido ainda, mas viram depois, disseram que o filme era muito bom. Na história da nossa novela tem muitos vilões, tanto que no primeiro capítulo ela sofre um atentado e quase morre por causa de um deles…

Na história tudo acontece muito rápido, não é?

Muito rápido. A Cris (Cristianne Fridman) é muito maravilhosa! Eu não sou muito de conseguir acompanhar novela pelo ritmo de trabalho, mas quando assisti ao primeiro capítulo de Topíssima, eu amei, e fui acompanhando. Essa história tem o mesmo dinamismo, claro por ser a mesma autora, mas eu lendo fico querendo saber mais e mais.

Como é a sua troca com o Rafael Sardão?

A gente se conhecia desde A Terra Prometida, mas não tínhamos contracenado juntos. É um grande ator que eu já admirava, um parceiro incrível, e além disso para as coisas darem certo, tem toda uma equipe. O trabalho tem muitas dificuldades, como o ritmo de gravação que é complexo. Temos uma troca incrível, e conversamos sobre o melhor para a cena e para o produto.

Você já fez várias novelas, e no cinema interpretou a mulher do Edir Macedo. Como você enxerga como sendo a nova queridinha da Record?

Eu não penso muito nesses rótulos, mas sou muito feliz de receber tantas lindas oportunidades desde Os Dez Mandamentos, com a Yunet, que foi minha grande primeira personagem aqui na casa – e foi dali que começaram a me ver de outra forma mesmo como atriz. Fico muito feliz com a confiança que eles têm no meu trabalho e a parceria que estamos criando. Sou muito grata.

Você está na Record há quanto tempo?

Há 5 anos, desde Os Dez Mandamentos. Mas comecei a minha carreira na TV em 2004, fiz papéis em outras novelas, e estou aí na estrada. Meu primeiro papel foi como antagonista em Dance Dance Dance, da Band.

Depois que você passou a gravar como Poderosa, você está se sentindo mais poderosa?

Sim! Isso é muito bom porque eu troco muito com as personagens. Dou muito para elas, e recebo muito, e dela eu tenho não a coisa do poder, mas se aceitar, e se sentir autoconfiante.

Você se preparou fisicamente também?

Eu comecei uma reeducação alimentar há dois anos com minha nutróloga, que me mostrou que o equilíbrio é a base de tudo aliado à atividade física. Porque eu gosto muito de doce, então às vezes eu comia só doce o dia inteiro, então o negócio é procurar o equilíbrio. Para essa personagem, tenho feito aulas de tecido que ajuda a definir o corpo, quando dá tempo.

As prostitutas da TV parecem mais gostosonas…

Eu não me preocupo com essa coisa. Prefiro estar o mais sequinha possível porque a televisão aumenta, e sei que na tela vai imprimir uma coisa diferente.

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano

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