Amor Sem Igual

Interpretando homem dúbio, Juan Alba fala sobre Amor Sem Igual: “Vai ter vários assuntos para refletir”

Pai biológico da protagonista

Publicado em 06/12/2019

Na próxima semana, o público vai conhecer Ramiro, personagem de Juan Alba em Amor Sem Igual, nova novela da Record TV. O homem é um olheiro que ajuda jovens da periferia a se transformarem em atletas de renome mundial, mas por trás dos bons ideais existe um homem arrogante e preconceituoso.

Oficialmente, Ramiro tem dois filhos, Tobias (Thiago Rodrigues), por quem ele não sente grande afeto, e Fernanda (Bárbara França). Fora do casamento, ele também é pai de Angélica (Day Mesquita), a quem sempre rejeitou. O personagem que sofre com um problema nos rins foi um dos assuntos do bate papo do Observatório da Televisão com Juan Alba. Ele falou ainda sobre seu estilo saudável de vida, a chegada da idade, e o preconceito ainda existente contra as tramas da emissora da Barra Funda. Confira:

Como é o Ramiro, seu personagem?

O Ramiro é um presente para mim. Um personagem que tem muitas camadas, muitas nuances o Ramiro porque com ele nada é o que parece. Ele é um cara que nunca dependeu de ninguém, e que agora não pode mais ser assim por uma questão de saúde, e vai ter que se redimir de alguma forma, indo atrás de alguém que possa ajudá-lo a continuar vivo. Acho que isso dá uma amplitude muito bacana ao personagem. Estou muito muito feliz e este trabalho tem sido muito desafiador.

E ele não sabe que tem uma cobra dentro de casa, que é o próprio filho…

Exatamente! Isso é interessante para poder mostrar o lado amoroso do Ramiro, mesmo com esse filho que sem ele saber, o está matando mais rapidamente. São complexidades muito bacanas, o personagem tem várias facetas, e estou trabalhando para entregar algo bem legal para o público.

Seu personagem veio num ano de reflexão. 2019 mostrou para a gente que não somos nada, pois perdemos diversas pessoas…

Estamos passando por um momento de reflexão muito grande e acho que a novela vai ter vários assuntos para refletir. O Ramiro é um cara preconceituoso. A filha dele é assistente social, e ele acha que ela não tem que ficar do lado de pobre, e ele fala isso explicitamente. Acredito que isso pode gerar uma discussão muito interessante para a gente se recolocar no momento que estamos vivendo. Além do mais ele tem a filha que é garota de programa, que pode salvá-lo , filha essa que ele rejeitou a vida inteira.

Como foi a sua pesquisa em relação ao universo do personagem?

Eu acho que foi mais em relação à vida. Ele é um cara que faz uma coisa tão bacana que é revelar garotos que normalmente são de periferia, de famílias humildes, e transforma esses garotos em astros do futebol, em caras milionários, mas ao mesmo tempo tem esse preconceito e personalidade. Ele se fez sozinho, e isso tudo o deixa mais calejado, e de certa forma acabando passando isso para os filhos, quer que eles ralem tanto quanto ele ralou para conseguir o que tem.

Você já foi atrás de histórias parecidas? Já ouvi histórias por exemplo de filhos que foram vítimas de estupro e que acabaram ajudando a salvar os pais.

A gente vai ter muito dessas complexidades na trama. O nome já está dizendo, Amor sem igual. Você consegue mensurar o amor? É interessante trazer à tona essas discussões.

É uma novela leve?

Leve, colorida, com uma trilha sonora para cima, alto astral, e acho que é assim que a gente tem que levar a vida porque é assim que isso que vamos levar dela, nada mais.

Como está sendo a troca com a nova geração de atores?

Muito boa! Várias pessoas da equipe eu tive contato em Jezabel. Me sinto muito em casa na Record. As pessoas, o ambiente, é tudo muito bacana, e está todo mundo imbuído em fazer algo diferenciado, com uma ótima qualidade para que as pessoas cada vez mais apreciem a dramaturgia da Record.

Você acha que é possível com essa trama vencer um preconceito que ainda existe contra as produções da Record ?

Nós estamos vivendo um momento de transformação, e tudo o que é novo às vezes é difícil que as pessoas aceitem, elas ficam um pouco reticentes em abraçar aquilo, mas creio que elas vão ir se habituando, se interessando e percebendo que existe um bom trabalho em todas as emissoras. A Record está se empenhando em fazer um trabalho diferenciado, o que eu acho que não é fácil principalmente quando existe uma hegemonia, mas está crescendo em audiência. Fico muito feliz em fazer parte desse processo.

Você ainda é galã. Como lida com a chegada da idade?

Eu acho que são hábitos de vida. Sempre fui atleta, hoje não sou mais, mas continuo me cuidando. É importante, não só para a parte estética, mas para a saúde. Eu perdi minha mãe e minha irmã, então sempre me preocupo com a saúde, e quero fazer da minha passagem aqui na terra a melhor possível.

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano

© 2024 Observatório da TV | Powered by Grupo Observatório
Site parceiro UOL
Publicidade