Nova novela das 21h

Letícia Lima revela semelhança com sua obsessiva personagem em Amor de Mãe

Na história, ela interpreta a piloto de avião Estela

Publicado em 11/11/2019

Em Amor de Mãe, nova novela das 21h que estreia no próximo dia 25 de novembro, Letícia Lima dá vida à piloto de avião Estela. A jovem empoderada apesar de jeito racional, e até duro no trabalho, demonstra grande fragilidade quando o assunto é sua vida pessoal, tudo por causa de Raul, personagem vivido por Murilo Benício.

Ela mantém um affair com o empresário mesmo sabendo que ele é casado, o que não a deixa confortável, segundo sua intérprete. Quando o coração de Raul começa a bater mais forte por Érica, de Nanda Costa, Estela passa a mostrar uma nova faceta, completamente obsessiva.

O Observatório da Televisão conversou com Letícia Lima durante a festa de lançamento da novela, para saber mais sobre a personagem, sua construção, e como foi para ela o convite para integrar a trama, já que estava estudando nos Estados Unidos na ocasião. Confira:

Como veio o convite e o que mais a seduziu na personagem?

Estava morando em Los Angeles, e tomei um susto com o convite porque é um produto que eu queria muito fazer, e todo mundo queria fazer. A novela ia acontecer, e rolou A Dona do Pedaço antes, e Amor de Mãe veio tomando forma. É um projeto que estava sendo muito esperado, e com muita expectativa. Eu já queria fazer um teste, qualquer coisa para tentar estar no projeto e trabalhar com o José Luiz Villamarin (diretor), e com a Manuela Dias (autora), com quem nunca trabalhei, e estava focando em mim, sem expectativa nenhuma quando veio o convite.

Você acha que quando não está preocupada com uma coisa, o universo trabalha a favor?

Sei lá. Eu acho que tem de tudo. Você falou, e a palavra universo para mim é a mais forte que existe. Eu foquei na minha carreira, e no momento que eu consegui parar para estudar, foi quando fui convidada para fazer um projeto que eu queria tanto, então tem tudo a ver.

Você morou quanto tempo fora?

Três meses mais ou menos.

Fala mais sobre sua personagem…

Eu faço a Estela, uma piloto de avião poderosíssima, chiquérrima, feminista, a frente do seu tempo, independente, livre, fala milhões de idiomas, já morou em milhões de lugares, voa o mundo todo e tem uma paixão maluca e obsessiva pelo Raul, personagem do Murilo Benício. Eles começam juntos na novela, então entende-se que são um casal, mas ela é amante dele, porque ele é casado, mas eles se amam. Depois o Raul se apaixona pela Érica, que é personagem da Nanda Costa.

Como Estela vai receber essa notícia de que vai ser deixada de lado?

Estela perde totalmente o chão, fica irracional.

Como foi para você encontrar o tom dessa mulher que extrapola tanto o limite do amor?

A primeira coisa que fiz foi pesquisar mulheres que precisaram se tratar quando a paixão e o amor se tornavam algo não saudável para elas, quando anulavam a própria vida em prol disso. Então conversei com muitas mulheres, e existe um grupo, um fórum de mulheres que conversam sobre, e botam para fora.

O que te surpreendeu conversando com essas mulheres?

Todo mundo quer se curar, todo mundo ali entende que é um vício e é necessário um processo de cura. Mas ao mesmo tempo é muito confuso porque o amor é uma coisa tão positiva e tão bonita, que é difícil perceber quando deixou de ser um amor saudável. O amor tem um quê de não saudável em alguns momentos na relação, mas quando isso se torna o padrão, é um sinal de alerta.

Você já passou por alguma situação parecida?

Nunca nada parecido. Inclusive acho que essa é uma das coisas que me difere da Stela. Eu tenho igual a ela a coisa da liberdade, tenho vontade de falar milhões de línguas, sou independente, gosto de viajar, tudo isso… Gosto de morar sozinha, preciso ter meu canto, mas essa questão obsessiva passional, que chega no dodói, eu não tenho.

A Estela é ciumenta?

Ela é.

Como você é nessa questão?

Sou bem tranquila, acho que até mais que o padrão, digamos. Eu ter problemas na relação por causa de ciúme nunca aconteceu. Tive ciúmes pontuais, mas o contrário já aconteceu, de a pessoa ser muito ciumenta.

Você fez o quê? Deu um basta?

Não. Eu faço análise há muitos anos e nada para mim é tão simples. Eu estudo a profundidade daquilo ali. Quando eu percebo algo desse tipo eu uso como gatilho para a minha profissão. Estar em contato com esse tipo de emoção é importante para a profissão porque como eu não tenho algo assim, eu vejo aquilo como forma de enxergar para onde é aquele buraco que a pessoa vai.

Você já disse ‘não’ a muitos personagens?

Eu sou muito sortuda. Essa é a minha segunda novela. A primeira (A Regra do Jogo) foi um convite do João Emanuel Carneiro (autor), a segunda foi um convite do Zé (José Luiz Villamarin) com a Manu (Manuela Dias), e dou sorte de ganhar esses personagens. Aliás, não é só sorte, mas é tudo junto, muito universo.

Segunda novela, e segunda no horário nobre. Cinema e teatro são campos que você também caminha com facilidade?

Sim. Cinema eu tenho filmes que já lancei, alguns que vou lançar ainda entre esse ano e ano que vem. Um com o Marcelo Adnet (O Pulo do Gato), tenho o filme do Fábio Porchat, cujo nome não foi definido ainda, tem o filme Quem Vai Ficar com Mário.

Voltando à novela, qual a importância de trazer para a tela uma mulher tão empoderada como a sua personagem?

Toda, inclusive esse contraponto de ela ter o lado emocional tão frágil e fazer coisas não tão aceitáveis hoje em dia, como fazer mal a outra mulher por exemplo, não ter sororidade, zero sororidade, são legais para o público acompanhar essa virada, e apontar exatamente onde aquilo deixou de ser saudável.

Se ela fosse sua amiga, o que você falaria para ela?

Tenho pouco material da Stela, mas na real, eu diria para ela fazer terapia. A vida não tem resposta e solução para muita coisa, mas a terapia, e a conversa são o início.

Para ela é tranquilo se envolver com um homem casado?

Não é. Ela ama e o amor é a coisa mais importante na qual ela se agarra. Isso tudo é por conta do amor, e por isso está na situação. Ela engole aquilo, mas não acha confortável.

Você está namorando?

Quem falou? Gente, eu não vou falar disso porque não vou dizer se estou ou não. Estou feliz, e isso diz respeito só a mim…

Você aceitaria uma condição de relacionamento assim?

Eu acho muito difícil conseguir lidar bem com isso. Como tenho a inteligência emocional num outro lugar que o da Estela, eu acho que naturalmente eu percebendo que uma coisa está ficando tóxica, eu já iria dar uma tratadinha. Não posso dizer que ‘sim’ ou ‘não’, mas tentaria tratar. Eu trato qualquer coisa gente, não trataria isso? (risos).

Como foi fazer as cenas profissionais da Estela?

Eu rodo muito num jatinho, e sei básico para simular o pouso, e a decolagem, então o público vai ver cenas que eu sento na nave com headphone, mas nada além disso. Eu teria que estudar sete anos se quisesse realmente pilotar um avião. É uma formação longuíssima!

Você chegou a tentar mexer de verdade na aeronave?

Não. Quando gravamos, o jatinho está lá paradinho no hangar, não gravamos com ele no ar, somente parado. Teve um piloto que me ensinou o básico que eu precisava aprender para a personagem. Não aprofundei muito na relação como piloto, mas no emocional da personagem sim. Tive preparação com a Tatiana Lena, que é incrível, e fomos muito nessa questão da Estela.

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano

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