Éramos Seis

“Ele vai sofrer um pouco, mas já estou ficando craque em sofrer nas novelas”, revela Danilo Mesquita sobre seu personagem em Éramos Seis

Ator fala sobre seu personagem Carlos, filho de Lola

Publicado em 15/10/2019

Com uma breve, mas marcante carreira na televisão, Danilo Mesquita ganhou de vez o coração do público ao interpretar o mocinho Valentim, de Segundo Sol.

Prestes a entrar na segunda fase de Éramos Seis, da TV Globo, para dar vida a Carlos, filho de Lola (Glória Pires), o ator conversou com o Observatório da Televisão sobre como será o seu personagem na nova fase da trama de Angela Chaves, relembrou o sucesso de seus papéis passados e abriu o jogo sobre sua vida amorosa.

Confira a entrevista:

Como está sendo fazer Éramos Seis após viver o Valentim em Segundo Sol?

Está sendo uma delícia. É a minha primeira novela de época, e uma grande oportunidade de viver um personagem clássico da literatura, que já foi interpretado também em radionovelas. Ele vai sofrer um pouco, mas já estou ficando craque em sofrer nas novelas que faço. Estou ansioso, nervoso, com medo de não dar certo, mas acho que é normal. A novela está muito bonita.

Você sabe quem já fez seu personagem nas versões anteriores de Éramos Seis?

Sei que em 1994 o Caio Blat viveu ele criança, e o Jandir Ferrari interpretou o Carlos adulto. O mais legal de fazer o Carlos é que quando pensarem nele no futuro se lembrarão do Caio, do Jandir, e também do Danilo. É um personagem que faz parte da história da dramaturgia, e espero que eu possa ser honesto com os atores que já o interpretaram e que eles me ajudem também, mandando energias positivas. Acredito muito nisso.

Como você preparou seu personagem para essa novela?

O Carlos é o filho mais velho dessa família e é muito sério. Acredito que naquela época, o filho mais velho tinha grandes responsabilidades como o homem da casa, além de ter a obrigação de dar certo na vida, estudar, trabalhar, manter a postura ética. Assim o construí, um rapaz que devido a essa responsabildiade é sério, introspectivo, romântico, e se transformou nessa figura. É um pouco díficil para mim que sou mais brincalhão, mas ele não é mal humorado, nem desgostoso com a vida, é só sério, e tem um amor de muitos anos que foi embora. Ele estuda medicina, e acredita que precisa ser o melhor. Assim, faz de tudo para que a família caminhe bem.

Como está sendo contracenar com a Gloria Pires?

É um honra, um sonho. A Gloria é uma querida, um amor. Nos conhecemos há algumas semanas durante a leitura dos capítulos e ela me recebeu superbem. Quando olho para essas pessoas que admiro muito, como aconteceu com Adriana Esteves e Vladimir Brichta, sindo até um medo porque cresci as vendo, e as admirando, querendo ser como elas. Olho para a Gloria e penso: ‘O que estou fazendo aqui?’ (risos). Temos que chegar preparados para estar ao lado desses artistas incríveis, aprendendo, ouvindo, e ver como eles fazem.

Você está numa boa fase em relação aos personagens, tanto na TV como no streaming. Como enxerga sua carreira?

Estou muito feliz com esse momento. I Love Paraisópolis foi minha primeira novela e já com um bom papel, depois fui para a Record TV, fiz 3% na Netflix, e Rock Story, dirigida pelo Dennis Carvalho, responsável por me dar uma nova oportunidade em Segundo Sol, algo que agradeço imensamente, porque ele confiou no meu trabalho mesmo não sendo um ator conhecido, o que é difícil. O Valentim foi o personagem que mais me deu projeção, o que mais me emocionou por questões famíliares, o que mais gostei de assistir no ar, e claro por falar da minha cidade, do meu povo. Entre uma novela e outra, eu fiz teatro, musicais, o que foi importante para mim. Quando peguei esse persoangem em Éramos Seis, vi que seria uma grande oportunidade, e vim hoje fazendom inha oração pois quero entregar o melhor como artista. O ator precisa experimentar, e ir criando essa casca.

E seu personagem toca música na novela, que é uma coisa que você gosta na vida real, né?!

Na vida real, você se dedica também à música, não é?

Sim. Essa é vida de louco que pedi a Deus, de gravar 12 horas por dia, e ainda chegar em casa, e pegar o instrumento para ensaiar. Não posso reclamar, tenho 27 anos, e tenho tido a oportunidade de estar ao lado dos maiores atores do Brasil, aprendendo, e musicalmente ao lado do Milton Nascimento, meu ídolo maior, minha referência. Ele é muito noveleiro e tem carinho pelos atores, dá muita moral ao projeto da minha banda, tanto que iremos abrir o show dele em um festival. Tem sido cansativo, mas é muito legal. Estou vivendo um momento muito especial.

Você comentou que seu personagem é muito romântico. E na vida real como você é?

Eu sou muito romântico. Sou do signo de peixes, e dizem que pisciano é muito romântico, e sofre. Eu sofro (risos). O personagem é um pouco diferente de mim, pela época, e também pela seriedade. Já eu sou mais questionador, me assemelho mais ao Alfredo, mas não tão irresponsável.

Você comentou que seu personagem vai ter uma sofrência amorosa na novela. Como será isso? Na vida real você está namorando?

Eu estou solteiro! O Carlos tem um amor de infância pela Inês, mas ela acabou sendo tirada dele, mas não do seu coração. Ele pensa nela todos os dias, e a sofrência vem desse lugar. Além de todas as questões que ele já vive em casa com família, ainda tem esse amor que desapareceu.

Você fez uma novela bíblica e agora está fazendo uma novela que se passa nos anos 1920. Qual a diferença do texto contemporâneo para o texto dessas novelas?

Muda um pouco a forma de falar, o sotaque, algo que estudamos durante a preparação. É o que mais tem me preocupado, pois tem sido um desafio para mim fazer isso de forma orgânica e natural. O texto bíblico é completamente diferente porque data de antes da civilização. Fazendo um comparativo, o texto da Record era muito mais difícil que o de Éramos Seis, apesar de o meu personagem ter certa liberdade por ser um cara que questionava Deus. Mas para mim, aqui é mais barra pesada pelo Carlos ser extremamente sério.

Você contou em algumas entrevistas que antes de Segundo Sol, passava muito perrengue. Sua vida mudou muito depois dessa novela?

A única diferença é que não pego mais ônibus diariamente, só de vez em quando (risos). A partir do momento que você trabalha mais, vai se organizando e percebendo que não vai ficar sem trabalhar, e com isso compra um carro financiado aqui, outra coisinha ali. A gente compra com medo, mas compra acreditando que vai ter um dinheirinho para pagar. A minha vida é a mesma de antes, faço as mesmas coisas, vou aos mesmos lugares, só não pego ônibus, pego metrô, e às vezes carro por aplicativo porque não gosto de dirigir. Tenho carro, mas só uso para vir trabalhar, e me permito hoje comer umas coisinhas melhores, mas fora isso, não estou rico, vivo apenas do meu trabalho como ator, não ganho dinheiro com milhares de outras coisas, e estou felizão assim.

E sua avó continua orgulhosa do seu trabalho na televisão?

Muito. Quando contei a ela que faria uma série da Netflix, ela perguntou se eu não iria mais fazer novelas porque gosta de me ver nas novelas. Argumentei que quando eu não faço novelas, tenho mais tempo para vê-la, e ela disse: ‘Mas eu quero ver você trabalhando, quero te ver na televisão’. Ela é o amor da minha vida, noveleira, deve ter assistido todas as novelas da história. Quando contei que faria Éramos Seis, ela disse que acompanhou como radionovela.

Sua avó gostou que você vai estar em Éramos Seis?

Ela ficou muito feliz! Pessoalmente ela ficou muito feliz! E como a minha avó é muito noveleira, e o Milton também é muito noveleiro, são duas pessoas que eu pensei de cara que iriam gostar.

Sua avó fica questionando como será o seu personagem?

Não. Eu até perguntei para ela como era o Carlos, mas ela não se lembrava dos detalhes. Também, é muita novela que ela assiste, cinco por dia (risos).

Você é muito pé no chão. Como você se dá com o mundo das celebridades? Publicaram recentemente que você estava namorando com a Giovanna Lancellotti…

Eu sou um ser humano, uma pessoa normal, e faço com que a minha vida seja assim. Essa coisa de celebridade foi criada pelo público, mas eu acordo e vou trabalhar como todo mundo. Às vezes alguém me pede uma foto, e me lembro que sou reconhecido porque trabalho na televisão, mas é só, tenho uma vida normal. O meio das celebridades não é um meio que frequento, não me entrelaço, nem cultivo. Sobre a Giovanna, somos amigos. É uma pessoa que amo, somos solteiros, não temos nada. Somos amigos e essa notícia não nos afetou. Está tudo certo!

Como você se dá com a imprensa?

Acho massa todo mundo querendo falar comigo, sempre irei falar com a imprensa com o maior prazer. Gosto de conversar, só fico nervoso com medo de falar besteira, mas ninguém nunca me faltou com respeito.

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano

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