Toda Forma de Amar

Mariana Santos conta sobre o triângulo amoroso Carla, Madureira e Major de Malhação: “A tendência nesse momento é a Carla ficar com o Major”

Atriz revela como supera seu relacionamento à distância

Publicado em 30/09/2019

Vivendo Carla na atual temporada de Malhação, Toda Forma de Amar, a atriz e humorista Mariana Santos faz sucesso entre a garotada que acompanha a novela adolescente.

Envolvida em um triângulo amoroso na trama com Marco Rodrigo (Julio Machado) e Madureira (Henri Castelli), Mariana Santos conta com exclusividade ao Observatório da Televisão sobre os rumos de sua personagem na novela, revela sua torcida para Carla e fala sobre superar as dificuldades de um relacionamento à distância.

Confira a entrevista:

A Carla ficou dividida entre o Madureira e o Major. Conta para a gente o que você já sabe que vai acontecer…

Agora ela vai assumir que está apaixonada. Finalmente ela entendeu e vai contar tudo para o Madureira. Gravamos uma cena muito bonita em que ela foi muito honesta com ele, e eles finalmente se portaram como adultos. A Carla apesar de ser mãezona e madura em outros aspectos, estava feito adolescente no quesito amor, não entendia a paixão que sentia, e claro não queria enganar o Madureira. Ela vai se culpar muito, mas vai abrir o jogo com ele sobre o Marco Rodrigo.

E o seu público cobrava o desenrolar desse relacionamento?

Cobra! Na internet eles ficam cobrando: ‘Como vai ser isso? Eles se gostam! Desenrola isso!’, as pessoas ficam pedindo, sabe?! Mas tem muita gente que também torce pelo Madureira, então é meio a meio. A tendência nesse momento era a Carla ficar com o Major.

E você tem torcida pra sua personagem ficar com alguém?

Eu tenho torcida pros personagens serem bons e terem várias cenas boas (risos). As cenas que gravamos agora foram muito boas, de conversas maduras e até sofrimento, afinal terminar com alguém que você ama, e porque ela ama também, não é fácil. Todos esses sentimentos foram trabalhados, fiquei feliz por isso.

A Carla se dá bem com os jovens, então fica tudo mais fácil, né?

Sim, a Carla se dá bem com todos os adolescentes. Ela é uma mãezona que entende, ajuda, e tem uma relação boa com a Anjinha. Não sei o que vai acontecer quando ela começar a namorar o Marco Rodrigo e como essas cenas de família vão se dar, mas acho que será bem divertido.

E esse público do Twitter, do Instagram que acompanha Malhação também vai ao teatro assistir à sua peça?

Todo mundo que vai no espetáculo diz ‘Eu tô assistindo!’, ‘Ai o Major e o Madureira…’. As pessoas gostam de um romance em uma novela, né?! Como as pessoas gostam de um romance, gente… Mas nem todo mundo que vai ao teatro vê TV, ou vice-versa, mas as pessoas recebem muito bem o espetáculo, e eu entrego uma proposta completamente diferente na peça, então as pessoas às vezes saem pensando: ‘Ai, que interessante… Eu não sabia o que ia acontecer com a Mariana em cena…’, então é uma surpresa boa.

E você vem do humor. É uma mudança total…

Mas a peça tem um humor também, é outra pegada. Acho que a gente tem várias possibilidades como artista.

Você mora em São Paulo e trabalha no Rio. O pessoal para pra falar contigo durante as viagens?

Fala. É ótimo porque eu adoro conversar. A gente trabalha para isso. Às vezes acontece de você estar perdendo um voo, chorando, sentada, atrasada, e vem alguém tirar uma foto e tem uma lágrima sua caindo, você enxuga, a pessoa vem e te abraça, e tira a foto. A pessoa não está sabendo o que está acontecendo com você, e a pessoa não tem o porque saber. E a gente trabalha com TV, então eu acho que a minha relação com o público é muito boa.

Você acha que a sua peça está conseguindo cumprir a função de mostrar para as pessoas o que é depressão, ansiedade, etc?

A peça é sobre sensações. Sobre o fluxo de pensamentos. Então ela é toda recortada em fluxos, é para ser sentida. Então eu toco no assunto, mas ela não fala diretamente que a pessoa tem isso. Tem várias cenas que quem aprofunda, que quem entende o espetáculo, que quem está na história, vai sentindo tudo o que está acontecendo e vai se identificando com vários trechos do espetáculo. Ele tem relação com os nossos familiares, relações de amor próprio, a personagem quer ser amada, o que acontece com a maioria de nós. O artista em geral tem muito problema de aceitação. Ele quer ser amado o tempo inteiro, a gente tem que trabalhar isso na gente. Eu fui trabalhando isso.

Você e a Ingrid Guimarães estão no ar em telenovelas. Isso é muito legal para as pessoas verem que as atrizes de humor também são artistas com outras faces, não é?

Isso é muito bom. Acho que fazer humor é muito difícil, mais difícil que fazer um drama, mas é bom você não ficar em uma caixa só. Quando te tiram de um lugar comum, que já sabem que você vai fazer e vai se entregar, e te dão outras possibilidades, isso é muito bom! Eu estou amando fazer isso aqui [Malhação].

E você tá gostando de fazer parte desse triângulo amoroso da novela?

Estou adorando fazer a Carla. Ela é tão legal, tão maravilhosa, tem tanta coisa boa nela, e também esses desvios, que ela gosta de um, gosta de outro, ela é humana. É legal humanizar isso.

E qual o retorno do público sobre esse triângulo amoroso?

As pessoas ficam muito divididas. Tem gente que não gosta e tem gente que não. E o grande barato é saber que na sua vida vão passar pessoas interessantes caso esteja aberto. Corremos o risco de nos apaixonarmos por outras pessoas enquanto estamos numa relação, como a Carla.

Você acha que esse casal [Carla e Marco Rodrigo] vai fluir e chegar até o fim?

Eu acho que vai! Mas não sei se chega até o fim. Eu torço para que seja um final bom e que todos fiquem bem. Eu torço para que tenham cenas legais.

Você acha que a história do Major perder a esposa e a Carla o marido aproxima o casal na trama?

Eu acho que sim, porque eles são viúvos e têm tudo a ver. Teve uma cena recente que eles se beijam, e eu achei tão bonito, porque eles estão ali frágeis. Tem outra cena em que eles se beijam e não é nada programado, foi algo bem delicado. Ela é muito amiga da Neide e fica chateada por isso, mas elas não vão disputar homem. Elas têm amizade acima de tudo. As duas são mulheres, adultas, e têm que trabalhar isso também.

Você já viveu uma situação de se apaixonar por mais de uma pessoa ou estar nesse papel de conselheira?

Eu já estive no papel de tudo (risos). Eu já fui conselheira,já precisei de conselho, já me apaixonei por duas pessoas. A gente passa por tudo. Quando eu era mais nova eu namorava um carinha e me apaixonei por outro, e eu ficava naquela ‘Ai meu Deus, quem eu gosto mais?’. É um horror. É melhor ter uma paixão só, porque dá muito trabalho você administrar dois. É muito sofrimento. E eles me largaram (risos).

Você acha que a Carla poderia ficar com os dois?

Eu acho, igual Dona Flor.

Você tá em cima do muro, não tá torcendo nem pra um e nem pro outro…

Eu acho que nesse momento a Carla tem que assumir sua paixão pelo Major. Tá muito na cara.

Você considera esse beijo que a Carla deu no Major é uma traição ou se enquadra em outro lugar?

Acho que se enquadra em outro lugar, não houve uma traição. Ela não premeditou isso, ela não queria isso. Ela está lutando contra isso há um tempo, porque ela fica muito mal por ter lealdade ao Madureira.

O que você acha que é mais importante num relacionamento: a lealdade ou a fidelidade?

Acho que a lealdade é o mais importante. E os combinados que são feitos na relação. Porque o combinado não sai caro. Combinou a fidelidade monogâmica na relação, você tem que ter lealdade para cumprir isso.

Você saiu de Pega Pega e entrou em Malhação que é uma novela longa, mais de um ano no ar entre as temporadas, e seu nome já tá sendo cogitado em uma outra novela. Como seu marido e você se dão com o tempo do seu trabalho?

Meu marido é muito companheiro, vocês não estão entendendo (risos). Olha, eu não queria casar, eu nunca pensei em casar, mas quando eu casei eu disse ‘É ele!’. Quando estou com o Rodrigo, eu sou muito eu, e ele é ele. A gente sente uma paz… Ele me apoia muito. Por exemplo, eu estou há mais de três meses sem ir para minha casa, porque estou em cartaz no teatro e gravando Malhação todos os dias, então ele vem para cá. Já trabalhamos juntos, e ele me perguntou se terei férias após Malhação para podermos viajar juntos.

E você pretende viajar com a sua peça pelo Brasil?

Pretendemos viajar sim. Nós já fizemos quatro cidades e agora a gente vai esperar acabar a novela, porque é muito cansativo, é um solo, então eu tenho que chegar antes porque eu preparo sozinha e tal, sem datas.

E o que você gosta de fazer com o seu marido?

Eu gosto de viajar com ele. É muito bom. A gente é uma é uma ótima companhia de viagem um pro outro.

Muitos artistas estão fazendo peças falando de amor ou que remetem ao psicológico das pessoas. Você acha que nesse momento que estamos vivendo tão conturbando, os artistas encontraram a necessidade de falar de amor, depressão e essas coisas?

Eu acho que é uma coisa muito atual que a gente vive… Estamos entendendo que precisamos cuidar da gente também. Cuidar do nosso interior, cuidar do nosso coração, porque está barra pesada o que a gente tá vivendo.

Como você se protege dessas notícias negativas do mundo?

Eu acho que a arte me protege muito. O teatro é uma catarse, cada apresentação eu me libero, e isso é muito bom.

Você tem medo de censura?

Pânico! É horrível a censura, e ela pode voltar. Não podemos retroceder assim. A liberdade é tão duramente conquistada e a gente não pode perder isso. Eu tenho pavor.

Você está se sentindo uma diva com o seu corpo?

Eu estou me sentindo muito bem. Me cuido, faço exercícios e estava até conversando com uma figurinista que disse não ter tempo de ir a academia, para mim quando fazemos isso, saímos de outro jeito. Para mim faz um bem enorme.

O que você tem medo na sua vida?

Eu sofro de pânico, mas está super equilibrado, e a gente com autoconhecimento consegue lidar com a vida. Eu sou muito feliz, e tento me autoconhecer. Tenho muitos medos, mas um medo geral é o da violência, falta de empregos das pessoas, pessoas tendo que procurar empregos na terceira idade porque precisam, a saúde que não melhora, pessoas sem empatia, muito intolerantes.

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano

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