Nathalia Dill revela detalhes do futuro de Fabiana em A Dona do Pedaço: “Acaba passando a perna em outro vilão”

Publicado em 15/08/2019

Nathalia Dill atualmente está dando um show de vilania ao interpretar a malvada Fabiana, em A Dona do Pedaço. A atriz que está empolgada com os rumos que a personagem está seguindo na trama, contou detalhes do futuro da moça na trama de Walcyr Carrasco.

Em conversa com o Observatório da Televisão, Nathalia falou sobre o que está achando de interpretar uma personagem tão intensa, o encontro de Fabiana com Maria da Paz e as maldades com Agno (Malvino Salvador). Confira:

Como está sendo para você fazer essa vilã?

“Estou muito feliz, e fiquei muito feliz pelo convite porque sabia que a personagem era completa, tinha uma curva dramática muito interessante. Quando a Amora (Mautner – diretora artística) me convidou já me disse que ela era uma personagem dúbia, e acho que desperta sensações conflitantes no espectador. A gente não sabe se odeia, se ama, se diverte, se irrita.

Vejo muito pelas redes sociais os memes, e repercussão, e fico feliz porque a própria novela está tendo uma boa repercussão. Os personagens são interessantes, e as ideias completamente malucas que o Walcyr (Carrasco – autor) vai colocando, reverberam de uma forma incrível.

Mas pessoalmente, em lugares que você frequenta, o público diz o que para você?

Não tenho saído muito na rua, mas sempre que saio fazem brincadeira com o fato de ela ser freira e ser vilã. Isso é o que instiga mais no público.”

Agno

Agora que ela se aliou ao Agno, ele vai se dar mal com certeza, não é?

“Com certeza. Acho que isso é o que as pessoas gostam. Porque como o Agno também é perverso, ela acaba virando meio que uma heroína, acaba passando a perna em outro vilão.”

Você conhece alguém assim?

“Não, nem quero conhecer (risos).”

E esse amor pelo Rock? É de verdade?

“Não sei. Todo mundo me pergunta isso. Eu acho que ela é muito sozinha, ela não tem ninguém, não tem família, nem com quem contar. Tanto que tem poucas cenas que você consegue ver a real dela, porque nas vezes em que ela está sozinha é que ela se mostra verdadeira, porque ela não é verdadeira com ninguém, então são poucas as cenas que a gente vê a Fabiana de verdade, e acho que na briga com a Vivi também deu para ver um pouco do que ela é.

Com o Rock, acho que ela gosta, ele a conquistou de algum jeito, mesmo que seja sexualmente ou na base da amizade, eles têm um parceria bonita, mas não era o suficiente para ela largar tudo e ficar com ele.”

Maria da Paz

E o encontro dela com a tia (Maria da Paz)?

“A gente gravou ontem uma cena, e foi a primeira vez que eu entrei no cenário do apartamento louquérrimo que a Maria da Paz mora, ainda não gravei na fábrica e não comi o bolo da paz, estou arrasada (risos). Tanto a Maria da Paz, quanto a Vivi, como a Evelina têm uma sensação ao verem a Fabiana, mas a Fabiana não. Acho que talvez pelo caráter, ou talvez por não estar em contato com os próprios sentimentos, talvez faça com que ela não perceba. Ela não tem essa sensação.”

A personagem tem uma carga muito negativa. Qual o cuidado você tem para que seu corpo reconheça que aquilo é apenas uma personagem?

“Engraçado você falar isso, porque torci meu pé ontem, e acho que pode ter a ver também (ela torceu o pé fora dos estúdios Globo). Acho que a carga da personagem é densa, e com isso a gente lida com sensações, reflexão e linha de empatia totalmente diferente da nossa, mas não sei como cuidar disso não.”

Vilãs

Você tem feito muitas vilãs, né?

“Na verdade, foi bem variado, e estou muito feliz de ter uma variação do meu trabalho aqui dentro. Em Joia Rara, eu fiz uma vilã. Em Liberdade, Liberdade, a minha vilã era meio cômica, em Rock Story eram gêmeas, então, eu tinha a boa e a má, então não me sinto totalmente distanciada das vilãs.

Nenhum personagem é igual, claro que a função na novela é similar, mas o personagem, a história, a forma de fazer é totalmente diferente, são desafios diferentes, e como essa eu acho que nunca fiz. Essa vilania, essa coisa da dubiedade, é uma trajetória nova para mim. Talvez o horário, ou o próprio autor, me trouxeram algo bem diferente.”

Você não acha que a Fabiana é muito esperta e muito sagaz para quem foi criada em um convento?

“Eu não conheço pessoas que foram criadas em convento, mas eu não subestimo lugar nenhum. Eu estudei brevemente em um colégio de freiras, minha irmã também, e a gente ouve histórias do Vaticano, e acredito que nenhum lugar é isento de perversidades humanas.

Sei que a gente bota no estereótipo, e ela pode não saber pegar um metrô, mas lidar com relações humanas, acho que independente de onde ela foi criada. Se ela tivesse sido criada num orfanato, talvez as pessoas não se chocassem tanto porque tem uma coisa ali do abandono, mas no convento também tem o isolamento.”

Fui criada em convento

Ela reforça o tempo todo que foi criada em convento, e me passa a ideia de que ela fala isso como quem diz: ‘você tem que me perdoar porque eu fui criada em convento e não sei das coisas’. Em algum momento ela vai gostar da Vivi?

“Acho que passou muito rápido, mas tinha um apontamento. Quando ela ganha a medalhinha, ela fala que queria uma boneca, foi uma coisa muito sutil para dar essa personalidade, mas desde o início eu vi um pouco assim. Quando ela é abandonada, diferente da Vivi, ela não chama pela mãe, ela só diz que está com fome. Eu não sei se em algum momento ela vai mostrar que tem afeto pela Vivi.

Eu acho que ela não tem empatia. Eu acho que o abandono para ela foi muito mais brutal, e talvez se ela fosse criada pelos pais da Vivi talvez ela fosse essa pessoa perversa também, e talvez a Vivi fosse uma pessoa bondosa. O abandono fez com que ela se sentisse sozinha, e por isso, ela tenta conquistar as pessoas por onde ela consegue analisar muito bem, então acho que no convento ela era muito eficiente, e para algumas pessoas ela joga isso, usando as armas para tentar enredar.”

Mulheres

Como é para você estar junto de mulheres tão fortes?

“Eu sempre fui da inclusão, e nunca curti essa coisa da disputa. Sempre fui assim em todas as novelas, até em Orgulho e Paixão, que eram cinco irmãs. Existe um discurso enraizado dentro da gente que mulher disputa com a outra, se arruma para a outra, e estamos trabalhando um discurso mais embasado atualmente para ir contra isso. Agora estamos conseguindo colocar palavras no que a gente sentia.”

Você acha que a Fabiana vai sentir ciúme do Agno por conta do Rock?

“É dúbio né? Às vezes acho que ela está jogando, às vezes acho que ela tem ciúme, mas também não sei. Isso não se revelou para mim.”

Sua personagem virou uma máquina de memes. Como você recebe isso?

“Cara, é a primeira vez que tenho feito isso, tenho repostado e tem tido muito envolvimento. Agora não tem mais like, mas eu vejo os comentários. As pessoas têm muito engajamento com esses memes.”

Para uma atriz que faz uma vilã, é melhor a redenção da personagem ou é mais gostoso ver ela se dar mal no final?

“Os dois. Eu gosto de surpresa, não tenho torcida.”

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