“Poderia ter sido um final mais ameno em respeito às crianças”, diz Nando Cunha sobre morte em As Aventuras de Poliana

Publicado em 14/05/2019

A novela As Aventuras de Poliana do SBT completa aniversário na próxima quinta-feira (16). A trama escrita por Iris Abravanel, baseada no romance de Eleanor H. Porter, já passou de 250 capítulos e ainda nem chegou na metade. Nesta semana, o público infanto-juvenil que acompanha a trama verá na tela, a primeira morte do folhetim. O personagem Ciro, interpretado por Nando Cunha morrerá após o teto de sua casa desabar sobre ele no meio de uma tempestade.

O personagem que tem um quê cômico, sairá de cena deixando na trama um mistério a ser resolvido. Ciro deixará a cargo de Lindomar (Ivan Parente) um pen drive contendo informações sigilosas sobre o Senhor Pendlenton (Dalton Vigh), porém na mesma tragédia que tira sua vida, Lindomar acaba entrando em coma e perdendo a memória. O Observatório da Televisão entrou em contato com o ator, que falou sobre a experiência na novela e sua saída da trama do SBT.

Como foi para você participar de uma trama infantil?

Foi maravilhoso. É um público que interage o tempo todo nas redes sociais e nas ruas, um público honesto, verdadeiro e muito carinhoso.

O Ciro é um personagem querido. Você sentia essa receptividade nas ruas?

Demais. Tanto quanto o Pescoço [Salve Jorge – 2012]. Era impressionante a abordagem tantos das crianças como as das mães. Virei o pai da Kessya.

Morte de Ciro

Ciro (Nando Cunha) em As Aventuras de Poliana
Ciro (Nando Cunha) em As Aventuras de Poliana (Divulgação/ SBT)

A morte do Ciro vai acontecer numa situação trágica, que infelizmente muitas pessoas viveram nesse início de ano. Como foi para você gravar essa cena?

Foi bem triste. Nunca vivi uma situação dessa pessoalmente, e nem profissionalmente. Infelizmente isso acontece por uma ingerência e descaso do poder público, como aconteceu na Comunidade da Muzema, no Rio de Janeiro, mas acontece em todas as comunidades do Brasil que não têm a presença do poder público, mas sim da milícia e outros podres paralelos. Na cena foi bem triste ter deixado os amigos, o público, a equipe, mas encarei como mais uma etapa de um trabalho. Tenho a consciência tranquila de um dever cumprido, e de ter entregue meu trabalho com eficiência e dignidade.

Por ser uma trama infantil, você acredita que a cena pode chocar o público?

Sim, acho que sim. Poderia ter sido um final mais ameno em respeito às crianças e ao público da novela.

Alguns psicólogos defendem a ideia de que as crianças precisam desde cedo aprender a lidar com as perdas. Você acredita que a morte do seu personagem é uma forma de a autora reforçar essa teoria?

Não acho não! Nós como pais podemos escolher abreviar ou não esse assunto. No caso da novela aconteceu de uma maneira chocante. O que dizer para a personagem da menina que faz minha filha na trama, que não foi preparada para essa perda?

Carreira

O que As Aventuras de Poliana acrescentou em sua carreira?

Nada de muito relevante. Foi mais um trabalho dentro desse meu ofício que gosto tanto de exercer.

Quais as novidades que podemos esperar na sua carreira nos próximos meses?

Estou viajando com minha peça Filho do Pai, junto com Antônio Pitanga. Estou fazendo duas séries. Uma delas Cinema de Enredo com direção de Luís Antônio Pilar, para a Prime Box Brasil, e a outra Me Chama de Bruna, para a Fox Premium. Estou também em Os Suburbanos que estreia a quinta temporada nesta quinta-feira (16) no Multishow.  E ainda tenho 3 longas para estrear nesse ano, Os Suburbanos – O Filme, O Novelo, no qual sou protagonista, e O Pulo do Gato.  

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