“Ela vai dar pano pra manga”, revela Cristiane Amorim sobre sua personagem em Órfãos da Terra.

Publicado em 07/03/2019

Longe das novelas desde que interpretou a personagem Conceição em A Regra do Jogo, exibida pela TV Globo em 2016, a atriz Cristiane Amorim estará em Órfãos da Terra, próxima novela das seis da emissora. Na trama de Thelma Guedes e Duca Rachid, a atriz viverá a personagem Santinha, a empregada da família Nasser, que será parte do núcleo de humor da trama. Em entrevista ao Observatório da Televisão, Cristiane falou sobre sua personagem e sobre seu atual momento da carreira. Confira:

Leia também: Em Órfãos da Terra, Sheik oferecerá a mão da própria filha para fiel escudeiro

Quem é sua personagem?

“A Santinha é empregada da família Nasser, na casa onde recebem os refugiados. Ela já está ali há anos, então tem muita intimidade com a patroa, com o patrão, as filhas. E essa empregada vai dar pano para manga, porque ela é palpiteira, toda cheia de si. Mas traz humor também.”

A maioria das novelas que a gente te vê, você está sempre no humor?

“Realmente, em Cordel Encantado e Joia Rara, por acaso ou não, a gente veio pelo humor.”

Sotaque

E o sotaque dela?

“O sotaque eu já fico bem à vontade, êta lasqueira! Como diz a própria Santinha. Eu conheço Duca e Thelma desde Cordel Encantado e elas me dão essa liberdade. Eu gosto muito de criar. Eu sou aquela atriz de teatro que mete o bedelho, assim como a Santinha mete na conversa. Mas, você tem sempre essa coisa de entender um pouco de cenário e figurino, já fiz figurino e essas coisas. Então, como eu estava falando da liberdade que elas me dão, eu coloco muito caco. Mas comedida, não extrapolo. Tem uma cena lá para o meio da novela que ela cuida do filho do Jamil e ele agradece ela dizendo Shukran, mas não sabe o que é e responde: ‘shukran para o senhor também’.”

E essa troca com a Eliane Giardini?

“Nossa, eu não vejo a hora! Quando eu vi que era ela, eu fiquei muito feliz. Porque ela é muito boa e eu sou fã. Tem um tom diferente, é realismo, mas não é tão naturalismo. Eu já estou imaginando esse bate-bola, eu acho que vai ser muito bom.”

Trama

Os atores estão falando que essa questão dos refugiados, é muito mais um plano de fundo da novela do que o assunto principal. O assunto principal seria mais a empatia, que engloba a questão dos refugiados. Você pode falar um pouco sobre empatia?

“Eu acho que a importância de tudo nessa história… o próprio texto, a própria história fala sobre a empatia. Mas é a questão do amor, porque isso rompe qualquer barreira, qualquer diferença, qualquer distância. Se você olhasse para o outro dessa forma, a gente iria acolher muito mais o outro. Mas não só o outro vindo de fora, de outro país, mas o outro que é diferente de você.

Se você começa a ver tudo dessa forma, facilita, principalmente para os refugiados. Até na minha aula de pilates, quando falei da novela que iria fazer, uma senhora falou: ‘Refugiados? Ave Maria, esse povo que sai de um país e vai para o outro, para atrapalhar a vida dos outros’. Eu não acreditei que estava ouvindo aquilo, são pessoas que estão fugindo de guerras para tentar viver, não estão invadindo o país dos outros. Eles só querem segurança e liberdade.”

Vivência

Você conheceu algum refugiado?

“A gente teve depoimentos na preparação, se eu não me engano tem três atores na novela que são refugiados. Tem o Kaysar, um rapaz do congo e mais alguém. A gente escutando de perto, tem uma outra visão. Um deles falou que trabalhava e estudava, mas depois perdeu a liberdade de escolha e tudo. De repente sua mãe vai para um país, sua irmã vai para outro, e aí 10 anos depois você consegue um visto para outro lugar, onde acabam se encontrando. O Kaysar mesmo precisou ter uma notoriedade, um programa que levasse ele a ficar conhecido para facilitar um pouco isso.”

Com todos esses relatos que você viu, você vê que a gente tem que viver o agora?

“Sim! Eu fiquei muito tocada com a moça do Congo, dizendo sobre a questão do estupro e da violência. Eu fiquei chocada com esse lugar, falei que não quero nem passar perto, porque lá isso é normal. São pessoas que querem viver uma liberdade, escolher com quem quer casar…”

Preconceito

Mas é o que você falou, o preconceito está dentro da gente. Eu vivi algumas situações, mas realmente me toquei que temos que estudar, certo?

“É falta de informação. A menos de um mês teve uma menina que fugiu da Arabia Saudita, por não ter liberdade de escolha. A liberdade de ir e vir, de estudar, de poder escolher. Outra coisa que eu achei interessante é a questão do racismo, a moça do Congo passava por mil coisas lá, mas não sabia o que era o racismo, veio descobrir aqui no Brasil.

Você está feliz?

Nossa, sim! Eu ficava a todo momento perguntando que dia a gente iria gravar. Até porque a preparação foi no início de dezembro, e aí você já fica naquele universo. Paramos para o Natal, eu falei: ‘para que Natal e Reveillon?’. Passou e veio janeiro, aí nos encontramos para começar as gravações, mas a família do Brasil ainda não gravou, retomamos uma leitura para esquentar. Eu estou abrindo mãe até de Carnaval, eu gosto muito de trabalhar.

© 2024 Observatório da TV | Powered by Grupo Observatório
Site parceiro UOL
Publicidade