Antônio Fagundes fala sobre seu personagem em Se Eu Fechar os Olhos Agora: “O personagem tem muitos mistérios”

Publicado em 26/03/2019

Escrita por Ricardo Linhares, a TV Globo estreia no próximo dia 15 de abril (disponível no dia 8 no Globoplay) a minissérie em 10 capítulos, Se Eu Fechar os Olhos Agora. Na trama, as pessoas da fictícia São Miguel, não aparentam ser quem elas realmente são. O ano é 1960 e muito mistério envolve os personagens da trama, entre eles está Ubiratan, interpretado por Antônio Fagundes.

Em entrevista ao Observatório da Televisão, o ator falou sobre seu personagem e os novos tempos na TV aberta brasileira. Confira:

Nos conte um pouco sobre o Ubiratan?

“O Ubiratan é o auxiliar dos dois detetives da história, que são duas crianças. Ele tá na cidade, mora no asilo e é envolvido nessa trama do assassinato que as crianças descobrem o corpo da menina e eles começam a fazer uma investigação. Eles acabam contando com o apoio do Ubiratan, que tem o apoio das crianças também. São três detetives improváveis tentando descobrir um assassinato.”

Mistérios

O personagem tem um mistério, não é?

“O personagem tem muitos mistérios, mas não posso adiantar. De qualquer forma é um personagem amargo, que tem um passado trágico e você vai descobrindo no desenvolver da trama, mas que em contato com essas crianças, parece que revive e começa a renascer. É uma relação improvável, mas positiva para o personagem.”

Como é contracenar com esses garotos?

“É muito bom, porque você vê aquele brilho no olho. Tem aquela coisa da descoberta e poder participar da descoberta deles, vai ser muito gostoso daqui uns vinte anos eles falarem: ‘Eu comecei com o Fagundes’.”

Streaming

A Globo agora está investindo no streaming, como é isso para você?

“Eu acho que a TV aberta ainda tem uma vida longa, particularmente aqui no Brasil. Por mais que reclamem que TV aberta está caindo, em lugar nenhum no mundo uma TV aberta tem a audiência que a Globo tem. É uma coisa que você pega um Game of Thrones que faz sucesso lá fora, tem 16 milhões de espectadores, isso aqui não quer dizer nada.

A gente tem 40, 60 milhões de espectadores. Eu acho que a TV aberta ainda vai existir por muito tempo, com muita força. Mas é bom que a Globo esteja abrindo para os novos veículos, eles estão aí mesmo, não só o streaming, mas as pessoas estão vendo pelo celular agora.”

Você falou sobre o celular e você costuma ler bastante livros. Você já se acostumou a ler pelo celular?

“Não, isso ainda não. Eu ainda gosto de molhar a linguinha e virar a página.”

Livro

Você já tinha lido o livro?

“Eu não só li o livro, como eu fiz o áudio book. Por uma coincidência quando me chamaram eu falei: ‘Meu Deus, que bom!’. Então eu já tinha uma certa intimidade com o livro e quando me chamaram eu adorei, um bruxinho velho sempre dá para fazer.”

Esse universo de mistério, todo mundo que aparenta ser o que não é, você gosta dessa temática?

“Muito! E é muito difícil, porque o Ricardo fazendo uma adaptação maravilhosa, respeitando o livro, ele ainda conseguiu criar em cima. É muito interessante a adaptação dele, muito forte e eu adoro policial, então fazer parte de um foi um prazer redobrado.”

Novos formatos

E você gosta desses formatos mais curtos de série, minissérie?

“É mais curto para vocês, para nós é a mesma coisa. A gente trabalha meses para fazer, esse mesmo levou quatro ou cinco meses gravando, então é quase a duração de uma novela. Às vezes até pelo fato de ser mais curto, a gente acaba tendo mais locações, lugares mais distantes, então acaba demorando mais. Para vocês fica mais curto, mas para nós não muda.”

O público sente a sua falta na TV, mas você está nos palcos do teatro, algo que você nunca saiu. Como é voltar para o tablado?

“Eu sempre brinquei que a coisa que eu mais inveja dos meus colegas é quando falam: ‘Fulano de tal volta aos palcos’. Eu nunca voltei porque eu nunca saí. A gente está com uma peça em cartaz em São Paulo, que é a Baixa Terapia, já vamos completar no dia 12 de abril 300 apresentações, já tivemos mais de 200 mil espectadores e está lotando.”

Turnê

Vocês fizeram na Europa também?

“Nós fizemos Estados Unidos e três meses em Portugal, tivemos 60 mil espectadores lá e foi uma maravilha. Agora voltamos para finalizar a nossa temporada aqui no Brasil em São Paulo, mas eu acho que não vai acabar não, porque continua lotando.”

Vocês pretender ir para o Rio?

“No Rio a gente está tentando há anos, mas é complicado o Rio de Janeiro. Como diz o Crivella: ‘Uma esculhambação’. Não sei porque, um prefeito tão bom.”

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano.

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