Caio Paduan fala sobre interpretar o Quinzinho em Verão 90: “É mais um personagem forte”

Publicado em 20/01/2019

Playboy, mimado pela mãe e chegado nas farras como o pai. Quinzinho é o típico mauricinho. Ele gosta do poder e de andar com sua turma de puxa sacos. Quinzinho foi cursar administração nos Estados Unidos, mas não se formou e de volta ao Brasil, tem a ideia de montar uma emissora de TV só de videoclipe. Mulherengo, no início da nossa história se divide entre a noiva, Larissa Almeida e a amante, Mariana Ferraz. Mas a dançarina de axé Dandara Brasil vai virar a cabeça do playboy.

Esse é o personagem de Caio Paduan, que está de volta para as novelas da TV Globo em Verão 90, logo após seu papel em O Outro Lado do Paraíso, novela das nove também da emissora.

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Como você define o Quinzinho?

“Ele é muito divertido, muito extrovertido, simpático, egocêntrico e dialético. Tem momentos que ele é muito legal e tem momentos que impressiona as coisas que ele fala. Ele é fruto do meio, é um produto que projeta o pai e a mãe dele. E que o sistema colocou, eles segregavam as famílias ricas, era mais importante que as outras. Ele é uma pessoa como ele fala: ‘cansa ser o rei do Rio’.”

Mas com a chegada do Jerônimo e do Tobé, ele não é tão bobo e percebe que tem alguma coisa ali, certo?

“Isso, o Jerônimo é enigmático para ele, porque ele fica pensando de onde veio aquele cara que é tão cheio de si. Ele fica encafifado e interessado e aí eles viram melhores amigos, porque o Jerônimo faz o jogo, sabe manipular e é isso. É um moleque bom, mas com éticas e valores deturpados. Ele é ruim e não é.”

Preconceito

O personagem muda de novo quando ele se envolve com a Dandara. Ela é negra e vai ter esse preconceito do branco com uma negra, como foi essa composição?

“Tem esse lugar do social, ele não fala que é pela cor, mas sim pela situação. Ele tem um preconceito com ele mesmo, ele sabe que não pode namorar com ela, mas quem falou isso para ele? Ele sabe que socialmente não vai rolar, porque continua com a Larissa. O Kayky (Brito) tem umas falas pesadas e aí eu falo para ele que a gente tem que fazer, porque ali é 90, mas essas coisas ainda existem.”

Como foi quando você recebeu esse personagem?

“O convite do Jorge foi mais um presentão. Eu sou muito agradecido a Deus, porque é mais um personagem forte. Eu tenho uma sequência interessante de bons seres humanos para contar a história, o Afonso foi legal de contar, o Gabriel foi legal de contar, o Alex era muito cheio de coisa também, tinha profundidade mesmo sendo um vilão. Logo depois veio o delegado e agora mais um cheio de questões dele.”

Acidente

Ele muda muito depois do que acontece com a Nicole?

“Acho que mudaria qualquer ser humano, presenciar o que ele presenciou e ainda saber que a culpa é dele. Assusta ver o amigo dele passar três anos trancado. Ele sofre, acabou a graça na vida dele.”

E o que você pensa que o público vai achar?

“É um ser humano, um moleque, um adulto jovem. Ele se colocou em situações complicadas por escolha dele, a responsabilidade é dele. Ele se colocou nessa situação de amante, de confusão…”

A novela é bem ágil, não é?

“É uma novela rápida e cheia de transformações. É um momento 90, em que o brasileiro se descobre com potencial, com esperança. A gente começa 90 com esperança, aposta em um presidente que não dá muito certo, mas tem esse lugar. A moeda se fortalece, a abertura dos comércios, os Estados Unidos invadem o mundo inteiro, mas a gente vira quintal declarado. O Quinzinho é aquele garoto que cresceu indo para a Disney o tempo todo, casa em Miami, tudo muito do bom e melhor.”

Personagem

O Quinzinho é um personagem muito complicado, mas a gente acredita que você segura o personagem numa boa. Fora que ainda tem a troca com o Jesuíta, né?

“O Jesuíta, nossa, que garoto talentoso. Ele fala com o olhar, é muito apaixonado. Eu tenho grandes parcerias e eles me ajudam muito no surf, nós ficamos muito amigos. A gente está numa espécie de lua de mel.”

O que você espera desse retorno?

“Eu estou esperando primeiro que as pessoas curtam os anos 90, se divirtam com essa novela. É uma novela muito divertida, o elenco é maravilhoso, cheio de gente jovem e gente que viveu 90 jovens, como a Claudia Raia, o Humberto… E vão gastar umas risadas com o Quinzinho, ele é um garoto cheio de graça.”

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano.

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