Stefan Nercessian comenta morte de seu personagem em Sob Pressão: “Deixará muita saudade”

Publicado em 05/12/2018

A trajetória de Stefan Nercessian em Sob Pressão foi encerrada no episódio exibido na noite de ontem (04), na Globo. Na série, o ator vivia Samuel, médico veterano e ex-diretor do hospital público Macedão.

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No enredo, o médico faleceu após passar mal durante confronto com a vilã Renata, interpretada por Fernanda Torres. A “guerra” foi travada quando Samuel passou a chantagear a mulher que tentava demiti-lo do hospital.

Mas, apesar da despedida do ator na série ser dolorosa, a morte do personagem é de extrema importância para a trama. Nesta temporada, a série apresenta a corrupção como ponto central.

Os acontecimentos envolvendo Samuel e Renata, atual diretora do hospital, mostra que a ganância e a corrupção são capazes de matar. Resta a Carolina (Marjorie Estiano) provar que não se trata de um erro médico e sim de um assassinato. A jovem médica acaba levando a culpa pela morte do amigo.

Ela é a única que poderá desmantelar o esquema instaurado por Renata em sua gestão. Já que as melhorias e a modernização do hospital fazem com que todos aprovem sua administração. Inclusive, Evandro (Julio Andrade).

E foi em uma entrevista que Stefan Nercessian reforçou a colaboração de seu personagem para o desenrolar da história. Para ele, Samuel retrava bem a dificuldade que os médicos da vida real têm para se manter na linha da honestidade.

“Eles sofrem uma pressão muito grande e esse é o contraponto entre os dois personagens. Um se corrompe e o outro não”, afirma Stefan, analisando a personalidade de seu personagem e da colega Fernanda Torres.

Confira a entrevista na íntegra com o ator:

Como você define o Samuel na trama de Sob Pressão?

Samuel é um cara apaixonado pelo trabalho, desenvolveu um amor pelo hospital e se tornou um paizão para todos ali. É uma pessoa que ainda tem um pouco do idealismo. Mas um idealismo mais cansado, se tornou mais cético no decorrer da vida profissional. Samuel já não tem grandes ilusões, então, ele transfere o entusiasmo para os mais novos, principalmente para o Evandro e Carolina.

Qual é a importância do personagem na série?

Ele acabou dando uma credibilidade dentro daquele hospital. Os médicos são idealistas e fazem coisas na emoção. Ele também é romântico, mas volta e meia tenta dar um pouco de serenidade, um pouco mais de tranquilidade. Isso é muito importante para trama. Agora, nesta segunda temporada, ele fez um grande contraponto no que eles chamam de modernização, mas é confundido com corrupção.

Samuel trabalhou naquele hospital sempre na adversidade, sem condições, sem conseguir verba, mas também sem se corromper. Sempre pressionado, claro, como na primeira temporada, em que ele acabou comprando um tomógrafo pelo dobro do preço. Mas ou era aquilo ou ficavam sem tomógrafo.

Relação com o elenco e cena no caixão

Como foi sua saída da série? Você acredita que a morte do personagem vai ajudar na descoberta do esquema corrupto instaurado por Renata?

É com coração partido que eu me despeço de Sob Pressão. Primeiro, porque gostei muito de fazer parte dessa trama e, segundo, pela relação muito boa que a gente construiu ali. Temos uma amizade muito forte nos bastidores, criamos uma relação muito boa. E que acontece no bastidor reflete muito na tela: uma equipe unida.

Na vida real não é diferente, também criamos um laço, nos tornarmos todos amigos – elenco, direção, equipe de produção, etc. Fico triste, é claro. Mas se a saída dele contribuiu para desmascarar tudo o que está acontecendo na gestão da Renata vale a pena. Ele é um personagem que deixará muita saudade. Nos bastidores, nós brincamos muito: Samuel precisa voltar como espírito, um fantasma (risos).

Como foi gravar as cenas no caixão?

Precisei ter a disciplina de um morto, ou seja: não fazer nada. Não pude nem respirar, fiquei lá quietinho. Minha única preocupação foi quando carregaram o caixão para colocar no carro, se o fundo ia romper e eu cair. Uma preocupação, aliás, que o morto não tem (risos).

 

 

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