Georgiana Góes retorna às novelas da Globo e faz revelações sobre o fim do Tá no Ar: “Vai fazer falta”

Publicado em 14/12/2018

A atriz e humorista Georgiana Góes volta ao ar na sexta e última temporada do Tá no Ar, da Globo. Em entrevista ao Observatório da Televisão a atriz faz um balanço do que a atração significou para a TV, contou sobre as novidades da nova temporada que tem estreia agendada para 2019 e dos novos rumos da sua carreira após o fim da atração. Confira:

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Como está sendo pra você essa expectativa para a última temporada do Tá no Ar: A TV na TV?

“Eu estou aproveitando cada minuto e cada detalhe de cada dia de gravação, despedindo e agradecendo a experiência incrível que tivemos esses anos todos. Construímos uma família de muito afeto. É um clima muito bom de trabalho, é uma coisa divina que vivemos todos esses anos”.

Por ser o final, vocês capricharam mais ainda?

“E a gente nunca soube qual seria a ultima temporada. A gente nunca começou uma temporada sabendo que tinha outra. Só essa que a gente sabe que é a última”.

Destaque da temporada

O que você gravou de mais importante, algo que você acha que vai ser o grande destaque?

“Nunca posso falar muita coisa, mas a gente tem uns clipes. A gente tem um clipe que acho que vai ser bem polêmico e que vai abordar temas bem atuais e fortes. Tem a ver com este momento do feminismo que estamos vivendo agora. Eu protagonizo o clipe e acho que vai dar muito o que falar”.

Quando vocês vão fazer externa, qual é o clima?

“Na verdade sempre têm aqueles curiosos para ver o que é. As pessoas se aproximam achando que é gravação de novela. Quando elas se tocam que não é novela, já não criam tanto interesse. Quando eles não reconhecem um Tony Ramos ali no meio. (risos) Mas como algumas vezes tem o Adnet ali, ou quando estamos disfarçados, rola um interesse dos curiosos”.

Você tem muitos figurinos no programa?

“Nessa brincadeira de paródia a gente usa muitas coisas. É uma brincadeira que nos permite usar um acervo maravilhoso como o da novela Orgulho e Paixão“.

Novelas

Você tem saudade de fazer novela?

“Eu estava falando aqui antes, que a gente se conhece [jornalistas] desde a minha primeira novela que foi A Próxima Vítima em 1995. Eu costumo falar que eu gosto muito de trabalhar em coisas muio diferentes. Acho que qualquer coisa que a gente faz só aquilo, a gente desenvolve muito aqueles músculos, mas atrofiamos outros. Então eu procuro fazer coisas bem diferentes até para não ficar reconhecida só por aquele trabalho”.

Já tem algum trabalho encaminhado para depois do Tá no Ar?

“Sim, vou fazer uma novela das 19h (Verão 90).

Este ano tivemos a eleição e muitas atrizes e se colocaram na linha de frente contra determinada candidatura. Como você vê este movimento daqui pra frente?

“Existe um movimento organizado que não é dentro da empresa. Eu até faço parte de um desses movimentos que não é de dentro da empresa. Não tem como retroceder. É como a Fernanda Lima falou no Amor & Sexo, não tem como perder direitos. É claro que, qualquer ameaça de perdas de direitos a gente vai lutar até o fim para que não demos brecha para o retrocesso. Estamos muito atentos e atentas para que ninguém largue a mão de ninguém”.

Política

O fato de vocês serem artistas e estarem na Globo, você acha que isso deu uma impulsionada e abriu o olho de mais pessoas para essas questões?

“Eu acho que a gente vive esse momento da potência das redes. Não à toa elegemos o presidente que elegemos, pela rede. Então, acho que como os atores de uma maneira geral que tem uma relação com as redes ganham uma certa quantidade de seguidores muito grande quando estão em evidência e não à toa incomoda tanto e não à toa sai tanta notícia falsa sobre isso. E não à toa também há uma tentativa horrorosa de criminalizar os artistas. Então se cria uma ideia de que os artistas são os corruptos, de que os artistas mamam na teta da Lei Rouanet. As pessoas quase nem sabem o que é Lei Rouanet. Então vira uma ideia de uma marginalização que é completamente desconectada com a realidade, que trabalha com a ignorância, manipulação e falta de informação”.

Você tem alguma esperança com este governo?

“Eu ainda não estou muito esperançosa, ainda venho do impacto da eleição que foi totalmente oposta ao desejo que eu gostaria. Mas acho que sim, pensando para frente as pessoas que pensam parecido como vão se fortalecer, organizar como já aconteceu no final da reta. Se o movimento que aconteceu de união e conscientização tivesse acontecido mais cedo, talvez o resultado seria diferente. Ainda estamos na ressaca, mas em janeiro quando haverá a posse, e as propostas absurdas começarem a ser anunciadas, como já está acontecendo, não tem muito como não ter essa esperança de que este movimento possa continuar”.

Humor

Você acha que o Tá no Ar vai fazer falta neste momento da política que estamos vivendo no Brasil?

“Sim e não. Pra mim com toda certeza. Mas acho que estamos vivendo um momento muito legal aqui dentro da casa, que tem a ver com o sucesso do Tá no Ar, que é o Marcius Melhem ocupando um lugar diferente dentro da empresa. E ele tem um guarda-chuvas de projetos, eu acho que muitos projetos possam ocupar esse lugar dentro das possibilidades. Por mais que a gente tenha toda liberdade, trabalhamos na maior empresa de comunicação do país”.

E o lance do humor, você se surpreendeu com você?

“Eu acho que sempre tive um pouco disso. Desde A Primeira Vitima eu já tinha um pé no humor. Ela falava errado, já era uma personagem de composição. Por mais que eu tenha feito muito drama também, o humor sempre esteve comigo”.

Seu personagem na nova novela também vai ter humor?

“Sim. Tem umas carateristas que dá pra carregar algo do humor, mas ela não é do núcleo de humor”.

Confissões de Adolescente

As pessoas ainda te falam sobre Confissões de Adolescente?

“Muito. É uma série que entrou num lugar muito afetivo. Era um momento que não tinham produções para adolescentes, era pré-Malhação. Era super moderno, tanto pela linguagem, temas, timing, formato. A gente fazia em película para a televisão. Era um projeto que deu origem a outros projetos, inclusive na Globo Filmes. Era uma qualidade de imagem muito especifica e a linguagem também. É um trabalho meu que mais comentam”.

Como está a sua relação com as meninas?

“A Deborah Secco é a que eu mais vejo, tenho um super carinho. Acompanho muito a Dani Valente, que está morando fora. E a Mariana volta e meia eu falo também”.

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano

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