“Fico pensando na criança que não passou e choro”, diz André Marques sobre candidatos do The Voice Kids

Publicado em 03/12/2018

André Marques poderá ser visto em dose dupla na tela da Globo a partir de janeiro. Além de apresentar o É de Casa, ele estará à frente de mais uma temporada do The Voice Kids.

Em conversa com o Observatório da Televisão durante a coletiva de lançamento, ele falou sobre as novidades da atração. Ainda no bate papo, ele contou como é sua relação com as crianças, e revelou que deseja ter um programa de culinária.

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O que o público pode esperar de diferente nesta nova temporada do The Voice Kids?

“Mudamos o cenário, que está com elementos muito bonitos. O nosso lounge, onde a gente entrevista as crianças, também mudou. agora tem brincadeira, pintura, é uma bagunça generalizada, como se fosse a hora do recreio. Posso garantir que diferentes serão as novas crianças, suas histórias, e emoções que se retratam de formas diferentes. Têm crianças por exemplo que se inscreveram nas temporadas anteriores, e estavam há muito tempo tentando. O que podemos prometer é a emoção de sempre”.

E como é essa questão das crianças que não passam nas audições?

Acho que não tem melhor ou pior. Já fiz muitos testes quando criança, e eu não passava. Minha mãe e o (diretor) Roberto Talma me disseram: ‘Se a pessoa passou e você não, não significa que ela seja melhor que você. Talvez aquele dia ele foi melhor, ou o perfil de um garoto com uma cara assim assado, se encaixava mais do que o seu perfil’. Cada um tem sua particularidade, sua peculiaridade que aparece numa hora ou não”.

Relação com as crianças

Quando o programa está no ar você vive para ele. Se transforma em uma criança ali no palco junto com as outras, não é?

“Eu já sou uma criança normalmente e com eles mais ainda (risos). Até o Boninho diz: ‘Tem que segurar, tem que se concentrar’. Tento segurar a emoção. No primeiro programa me perdi, no segundo tentei segurar a emoção. Eu chego em casa às 21h e tem dia vou dormir às 5 da manhã. Fico pensando na criança que não passou e choro. Não tem jeito, é uma competição. Mas ao mesmo tempo uma brincadeira de grande conhecimento cultural.

Eu não falo isso para puxar para a gente, mas se você perguntar para o pessoal da música, perguntar para o Roberto Carlos por exemplo, ele vai te falar que nossa banda aqui, nossos diretores musicais são os melhores do Brasil. E realmente são mesmo. Então talvez essas crianças não iam ter oportunidade de ter um conhecimento com profissionais desse gabarito. Quem continua mais tempo, aprende mais, absorve mais. E é uma experiência única, que não dá para não assumir que é fantástico por mais que uma só criança vença”.

Redes Sociais

E como é seu relacionamento com eles fora do programa, nas redes sociais?

“No início não posso ter contato, porque se coloco uma foto com um, o outro vai ficar com ciúme, vai achar que estou o protegendo, etc.. Temos uma ordem que não podemos nem tirar fotos com eles, aí eles pedem para tirar, e eu digo: ‘Seu Boninho vai brigar. Se eu tirar foto, não pode postar, só quando o programa terminar’. No início, quase todos me mandam inbox nas redes sociais, aí não respondo.

Depois, quando já foram eliminados, eu aceito e converso. Da temporada do ano passado, eu tenho quase todos na internet, e metade deles são meus amigos mesmo, e têm até meu celular. A Valentina é uma delas, amiga mesmo. E não é só porque ela veio trabalhar aqui não. Eu a admiro como cantora, acho ela sinistra. Me vejo no futuro assistindo todos eles num baita show”.

Onde você vai passar seu natal e réveillon?

“Normalmente passo o natal com a minha mãe e com minha família mesmo. No réveillon às vezes viajo, às vezes faço festa em casa. Como a minha babá linda que cuida de mim e dos meus cachorros está de férias, devido aos barulhos de fogos que os cachorros não gostam, devo passar em casa com meus cachorros para eles não ficarem sozinhos nesse momento, e aí depois eu viajo”.

O que você mais deseja para 2019?

“Peço saúde mesmo. A frase que eu mais gosto é ‘Saúde e paz, o resto a gente corre atrás’. Com saúde você pode fazer qualquer coisa que é colocado para fazer. É a única coisa que espero”.

Cirurgia bariátrica

Você fez a cirurgia bariátrica, e agora passou a postar nas suas redes sociais, fotos de antes e depois de pessoas que também fizeram. Como é para você se tornar um tipo de referência para as pessoas nesse aspecto? E como lida com as redes?

“Cara, não tenho ninguém que mexe nas minhas redes sociais. Sou eu que faço tudo, ninguém tem a minha senha, nem minha empresária. A minha rede social é a minha vida, e mostro o que quero mostrar. A coisa do antes e depois, muita gente me pergunta como é, e se fiz abdominoplastia, mas eu não fiz. Se eu fizesse, por que iria dizer que não fiz? Há 10 anos fiz lipo e falei, operei o estômago, falei. Outro dia, meus amigos acharam estranho porque coloquei no Instagram uma foto quase nu, mas coloquei para mostrar que não tenho cicatriz.

Quando você faz abdominoplastia, fica uma cicatriz de ponta a ponta, e sei disso porque minha mãe já fez. Se eu tivesse feito, não seria vergonha nenhuma. Eu não faço apologia [à cirurgia], mas mostrei que para mim a cirurgia funcionou sim. Conheço pessoas que não se deram bem, e conheço pessoas que se deram muito melhor que eu, então quis contar a minha história. E aí muita gente mandou mensagem dizendo ‘depois da sua foto me encorajei a fazer também’. Agora no meu inbox deve ter umas 10 mil fotos de pessoas que fizeram bariátrica, está sinistro”.

Balanço da carreira

Qual o balanço que você faz da sua carreira, primeiro como ator e depois como apresentador?

“Eu tenho o maior orgulho de trabalhar aqui [Globo]. Se eu botar no papel, eu já fiquei muito mais aqui do que na minha casa mesmo. Vou fazer 40 anos ano que vem e faz 25 anos que tenho carteira assinada. Depois que entrei aqui, nunca fiquei sem contrato. Obviamente devo ter meu talento, meus méritos, mas tenho uma empresa que me apoiou na época do seu Mário Lúcio, seu Boni, e de todo mundo que passou por aqui. Quando resolvi operar, eles me liberaram, cuidaram de mim. Me sinto mega protegido e meu balanço é superpositivo. Sou empregado, o que falarem para eu fazer, eu vou fazer, não tenho tempo ruim.

Quando virei apresentador, cheguei a conversar com a Marluce Dias e falei ‘não vim pedir aumento não, queria que vocês investissem em mim como apresentador’. Me despertou esse desejo quando tinha a Malhação ao vivo na casa do Mocotó e aí as coisas aconteceram. Cheguei num lugar que eu jamais pensei que chegaria até porque nunca almejei chegar. Só vou trabalhando, aceitando as coisas, tem algumas que não achei muito a minha cara, mas fiz mesmo assim, e nesses caminhos bons da vida, ganhei um presente ao trabalhar no The Voice, que é o que mais gosto”.

Carinho do público

Geralmente no Carnaval o setor 1 quando você passa, grita seu nome e vibra. Como você recebe esse carinho?

“Ali é o pessoal de Niterói da minha área, o pessoal tem mais moral (risos). Eu me amarro, sou um cara povão. Sou de Niterói, minha mãe foi jurada de carnaval muito tempo, sempre desfilei e sou assim. Minha galera, que vai lá em casa é e equipe técnica, desde a Malhação. Nunca fui o galã, e os caras não têm implicância comigo. Aquilo ali é povão que encontro no maracanã, que encontro no boteco. Não tenho uma vida de glamour, tenho uma vida normal. Adoro ir no mercadão de Madureira, e outro dia fui na feira de Caxias. Eu não faço nada para as pessoas me acharem de uma maneira que não sou. Podia conquistar mais coisa e ganhar grana fingindo ser um personagem, mas não sou assim. É meu caráter”.

Nas redes sociais, você costuma mostrar algumas receitas, e já vi alguns comentários de pessoas te pedindo para apresentar um programa de culinária.

“Esse é meu plano para 2019 e já estamos estudando a possibilidade de um piloto. Já conversei com meus chefes que vou gravar um piloto, porque é algo que quero. Não é um programa de dicas de passo a passo, mas quero algo que é como o que eu já faço em casa e redes sociais. Mas o pessoal reclama muito, porque não passo as quantidades exatas por exemplo, então quero fazer mais bem feito do que já faço na minha casa”.

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano

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