“Eu acho que esse programa realmente deu uma revolucionada no humor”, afirmou Luana Martau sobre o Tá no Ar

Publicado em 13/12/2018

A atriz Luana Martau é uma das presenças confirmadas no elenco da nova e última temporada do programa Tá no Ar: A TV na TV. Ela esteve presente na temporada 2018 do humorístico que estreou no inicio de janeiro, pouco tempo depois de ganhar bebê. E contou em entrevista ao Observatório da Televisão, que já tem um novo trabalho em andamento na TV Globo. Luana estará na novela Filhos da Terra, próxima novela das seis da emissora. Confira:

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Nesse tempo de programa, tem algum momento que você pode eleger como muito importante ou muito engraçado? 

Eu acho que esse programa realmente deu uma revolucionada no humor. Ele veio com um movimento que começou na internet e a TV correu atrás. Acho que depois disso já tiveram novos frutos e uma liberdade de poder falar sobre tudo, sempre de maneira muito respeitosa e eu acho isso muito legal. O programa realmente ficou na história, pelo menos na minha.

Feminismo

É um programa de humor que começou a respeitar a mulher. Antigamente a mulher era tida como a gostosa e puxava muito para a sexualidade. Agora ela pode ser quem ela quiser e isso é bacana, não é? 

Totalmente. Durante essas temporadas o feminismo foi ficando cada vez mais comum, hoje em dia está mais claro que o feminismo é uma questão de igualdade e não contra o homem. Durante essa temporada foi tendo cada vez mais comerciais e coisas feministas. A gente criticou propaganda de absorvente, propaganda de cerveja, tiveram inúmeras propagandas. Eu me lembro de uma de absorvente que era da mulher se sentir totalmente segura e na verdade a mulher nunca se sente totalmente segura andando na rua. Inclusive com o olhar dos homens do próprio comercial de absorvente. E acho isso um trunfo enorme do programa.  

O que você acha de fazer um programa satirizando a TV dentro da maior emissora? Você imaginou lá atrás que um dia você faria isso? 

Não, mas eu cresci muito fã do TV Pirata, para mim era o melhor programa e aquelas pessoas eram as melhores. Então teve um lugar de dizer que eu estou fazendo o que eu mais admirava.

Momentos marcantes

Teve alguma personagem que foi mais importante, mais divertida ou alguma temporada que você mais gostou? 

Isso é difícil, porque na minha cabeça meio que se mistura as temporadas. A segunda foi bem marcante porque na primeira a gente estava entendendo tudo. A linguagem, o elenco estava se conhecendo, então acho que a segunda veio com uma força muito boa. Eu gosto muito de muitas coisas de várias, eu não poderia eleger uma temporada só. Eu amo muito fazer os personagens populares do final do programa, eu adoro fazer essas piadas que tem cinco segundos, a VJ da MTV foi muito legal, a moça do quadradinho também é muito bacana.  

Hoje o público não está mais aceitando esse humor fácil e depreciativo, para você está mais complicado?  

Assim, eu não sou uma comediante, eu sou uma atriz com tempo de humor. Eu não consigo nem me imaginar num programa que não fosse dessa característica. No humor antigo eu não participei e nem sei se eu teria lugar porque eu não sou gostosa. Eu realmente não consigo me imaginar fazendo humor de outro jeito.

Saudades

Você é daquelas que quando termina um programa fica um vazio? 

Esse programa acho que vai rolar uma abstinência, vai ser muito difícil não passar esse momento de natal com essas pessoas. Todo verão ficou marcadinho passar fazendo isso com essas pessoas. Hoje no camarim ficamos falando sobre quando é que vamos estar juntos assim de novo. Isso dá uma nostalgia. Eu sou chorona também, total. 

Como é o carinho do público com vocês? 

É muito diferente do público de novela. Quando eu faço novela, eu saio na rua e sou chamada pelo nome da personagem. O Tá no Ar é muito diferente, porque existe um público muito especifico e geralmente as pessoas sabem meu nome. No Saara quando eu vou bater perna, rola uma galera falando ‘é ela que faz o Zorra, ela é engraçada’. Mas é muito legal porque de repente no grupo da família do meu marido de Pernambuco, rola um vídeo do Tá no Ar, tempos depois, sobre política e é legal porque está nesse momento de viralizar os vídeos.  

Novelas

Você tem vontade de voltar a fazer novela? Você gosta de se rever? 

Eu não gosto de me ver muito, mas Cordel Encantado foi uma novela muito especial para mim. Foi a minha segunda novela, mas foi tudo incrível, viajei para a França e gravei num castelo. Gravei com o Luiz Fernando Guimarães e a Débora Bloch, foi muito especial. Então eu estou louca para assistir. Eu estou na novela Órfãos da Terra, hoje estava fazendo workshop, mas minha personagem só entra depois do capítulo trinta. Desde Paraisópolis eu não fazia novela, porque eu engravidei e estava de licença.  

Como é para você viver da arte em um país como o Brasil? 

É difícil. O meu pai é músico, eu cresci já nessa instabilidade desde criança e eu já entendia que tinha meses que dava para determinadas coisas e meses que não. Todo ator tem uma coisa que não dá para recusar trabalho jamais, porque você nunca sabe quando vai ter e você tem que ter uma reserva para as entressafras. E a televisão foi o que me deu uma estabilidade, porque o teatro é muito mais difícil. A partir do ano que vem eu não faço ideia de como será, mas a televisão dá essa estabilidade, então quer dizer… estamos aí, Deus abençoe a minha família (risos).

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano.

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