“Estou sempre tentando surpreender de alguma forma”, diz Eduardo Sterblitch, ganhador do Melhores do Ano na categoria comédia

Publicado em 11/12/2018

Eduardo Sterblitch foi o ganhador da categoria humor no Troféu Domingão Melhores do Ano. A premiação aconteceu no último domingo (09), data em que o ex-integrante do programa Pânico, conversou com nossa reportagem.

Durante o bate papo ele falou sobre ter vencido concorrentes de peso como Marcelo Adnet e Welder Rodrigues, ambos do Tá No Ar: A TV na TV. Ele ainda falou um pouco sobre seu personagem na nova série do globoplay, Shippados, que ele estrela ao lado de Tatá Werneck. Confira!

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Como é para você ganhar o Troféu Domingão Melhores do Ano?

“Não faz sentido porque estou com dois gênios ali. São duas pessoas inclusive só estou no Tá no Ar e ganhando o prêmio por causa do Adnet, do Welder, do Marcius, da Dani. Eles que me deram essa oportunidade. Acredito que pessoas do calibre do Adnet e do Welder não precisam de prêmio porque já representam a qualidade. Num momento em que as pessoas estão falando tão mal de artistas, por uma questão de lei Rouanet, todo mundo que é artista virou alvo político. Então a gente se sente tão odiado e receber um prêmio é muito legal. Acho que minha mãe teve participação real nisso, não é piada (risos). Ela realmente votava muito em mim, sem parar. Acho que só isso faz esse sentido, porque nem tenho tantos fãs”.

Amor & Sexo

Você disse que só está no programa por causa desses dois humoristas. Você não acha que pode ter recebido o prêmio pelo Amor & Sexo?

“Acredito que minha indicação foi um carinho da casa, uma moral da Globo para mim. Sinto isso, porque realmente não me sinto merecedor. Não posso questionar também o voto popular, mas fico agradecido porque estava me sentindo um pouco desestimulado. Eu trabalho para o público, e o público é cruel também, sei disso porque também faço parte do público. Existe o tempo das coisas, mas sou muito ansioso, e receber um prêmio assim é incrível. Acho que tem a ver com tudo, até com o Encontro com Fátima Bernardes, porque participo tanto que já sou quase funcionário de lá”.

Esse ano o público pegou muito pesado com Amor & Sexo, e você foi um dos que estava lá…

“Mas eu adoro. Eu trabalhei no Pânico também que era um programa que provocava o público, então sempre quero estar num lugar de provocar principalmente o público careta, que faz parte de uma sociedade arcaica (risos). Sempre vou provocar essa galera, tanto para o bem quanto para o mal. No Amor & Sexo é uma coisa mais didática, não é humor. O Pânico era um programa de humor que a gente sangrava a piada, por isso às vezes até machucava. O Amor & Sexo é um programa social, político. As pessoas aprendem a transar ou se percebem pensando nisso. Falamos de assuntos que são tabus, e acho importante existir um programa desse. Minha intenção é falar com o maior número de pessoas”.

Contrato

Quanto tempo você tem de casa?

“Eu assinei contrato com a Globo faz dois meses. Os programas que participei antes como PopStar e Amor & Sexo foram por obra desde 2016. Fui contratado para Shippados, que é uma série que estou fazendo com a Tatá Werneck”.

Carisma

Você acha que esse prêmio veio por causa do seu carisma?

“Acho que veio por causa de São Jorge. Acho que foi meu ‘xangozão’ que me ajudou (risos). Claro que não vou desmerecer o público, porque o público é a engrenagem principal disso, mas não tenho dúvida que para ganhar de pessoas tão absurdas, um prêmio popular assim, só com um santo feliz”

E o nude do Amor & Sexo?

“O nude poderia ter me atrapalhado (risos). Acho que meus nudes não me ajudam”.

E você está em Tá no Ar?

“Não estarei na próxima temporada do Tá no Ar, porque estarei em Shippados, série que estou gravando. É escrita pela Fernanda Young e Alexandre Machado, e no elenco temos Tatá Werneck, Luis Lobianco, Clarice Falcão, Rafael Queiroga, Julia Rabelo, e direção da Patrícia Pedrosa. Os criadores são muito maravilhosos, a série é muito legal. Lançamos esse fim de semana na CCXP, e o público amou os trechos exibidos. Está muito divertido fazer, e quando você está feliz fazendo, dá confiança e o público gosta. Quando é o contrário, o público percebe na hora.

Shippados

E vai estrear na Globo?

“É para o globoplay. Na verdade tudo é globoplay agora. O futuro é a internet, a televisão já era! É um caminho natural, mas é uma coisa homeopática porque muita gente ainda não tem internet.  É uma das primeiras séries produzidas direto para a globoplay, teve Ilha de Ferro também, que é uma das mais caras que a Globo já fez. A globoplay está investindo muito, parece até uma coisa separada da Globo. Isso é legal porque gera mais trabalho para o artista brasileiro.

Meu personagem é meio sociopata, um cara que não consegue se dar bem com outras pessoas direito, porque é muito genuíno. A personagem da Tatá também, e eles se encontram depois de uma noite frustrada de ambos e acabam resolvendo processar o aplicativo de encontros. O advogado sugere que eles fiquem juntos, e eles começam a tentar. A primeira cena que gravamos foi uma cena de sexo, e isso liberou a nossa intimidade”.

Você saiu do Pânico, e veio para a Globo. Você precisou moldar o seu humor?

“Eu moldo de acordo com o que eu sinto que o público quer. Não gosto de fazer a mesma coisa. Quando sinto que estou confortável em um lugar, me sinto mal. Minha vontade é sempre estar um passo à frente do público, para ele querer me ver e gostar. Estou sempre tentando surpreender de alguma forma para manter o interesse das pessoas com minha figura”.

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano

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