Fernanda Chamma ressalta qualidade técnica do Dancing Brasil: “Nós temos dança em vários programas, mas nessa qualidade não”

Publicado em 29/11/2018
Fernanda Chamma, bailarina e coreógrafa faz sucesso todas as quarta-feiras na Record TV no Dancing Brasil. Com quase 40 anos de carreira, Fernanda é temida por alguns artistas na disputa.
Exigente, a jurada divide o juri técnico com Paulo Goulart e Jaime Aroxa.  Fernanda já foi também jurada do Dança dos Famosos, da Globo, por muitos anos. Sucesso comercial na emissora, o Dancing terá uma versão kids ainda neste ano.
 
Fernanda, ser a única mulher da bancada do Dancing Brasil lhe traz mais responsabilidades?
“Eu acho que o fato de ser a única mulher da bancada não me traz mais responsabilidade, mas agrega mais um olha na competição. A gente compõe muito bem, nós nos damos muito bem. Eu já tenho experiência com programas ao vivo de televisão. Eu já participei do Dança dos Famosos antes. Então eu gosto de avaliar e no ao vivo é preciso ter muita concentração e um ritmo diferente. Eu já tinha dividido a bancada com o Paulo Goulart Filho no Faustão, o Jaime eu conheci agora e eu acho que foi um grande acerto do programa. É um trio cheio de responsabilidades e nós três formamos um grupo muito bacana”.

Influência do Dancing

Você acredita que o Dancing Brasil é o programa de dança mais influente nos dias de hoje na TV?
“Eu tenho certeza que o Dancing Brasil é o melhor programa que a televisão brasileira já teve pois ele realmente entrega um trabalho com qualidade de dança e coreografia que a TV não tinha visto ainda. Nós temos dança em vários programas, mas nessa qualidade não. Dança raiz com bailarinos e coreógrafos com mais de 8 anos de formação, que ensaia, monta coreografias e ensina, sabe. Ser bailarino é uma coisa, ser dançarino é outra e o Dancing Brasil é um reality de bailarinos e coreógrafos. Ter um programa desses no ar é um mérito para nós e uma grande honra para mim poder participar. Eu tenho 54 anos de idade e danço há 40 (eu comecei aos 7 anos, acredita). O Dancing Brasil é oconcur”!

Sucesso

Nos Estados Unidos por exemplo, o Dancing With The Stars é um sucesso há anos. Você acredita que o Brasil ainda precisa amadurecer muito e aprender a consumir arte de cultura?
“Eu acho que o Brasil tem consumido muito bem o produto. O Dancing With the Stars é um sucesso pois está em países onde o consumo à cultura é maior e recebe muito mais incentivos. Eu acredito que pelo horário que o programa é exibido, a audiência é enorme. O prestígio que o programa tem mesmo entrando no ar as 23h é grande. O Brasil recebeu o projeto e a Xuxa leva o programa como ninguém. Eu trabalho com muitos americanos, em produções da Broadway, por exemplo, e muitos já assistiram e elogiam o programa. Todos falam sobre a participação expressiva que a Xuxa Meneghel tem. O Dancing Brasil veio para ficar, e eu acredito que a Record está muito feliz conosco. Que venham mais temporadas! Vamos torcer para que a versão infantil dê certo também”.

Talento dos campeões

Dentre as 3 temporadas que já se encerraram, qual campeão de fato mais “dançou”? Aquele que entregou mesmo coreografias e não encenou em sua opinião?
“Olha, o papel dos jurados é analisar, instigar os artistas e coreógrafos a evolução. Nós avaliamos e ‘jogamos’ na zona de risco e o público tem votado muito bem. Até então os vencedores tem sido os de maior êxito na competição. Eu gostei muito do Yudi porque ele tinha um diferencial. Ele tinha uma coreógrafa espetacular, a Barbara Guerra, e ele mesmo sendo muito pequeno, conseguiu ‘levar’ um mulherão daqueles. O Yudi soube dançar com brilhantismo e muita felicidade. No ao vivo nós nos arrepiávamos muito. Assistir na tela é diferente do que nós vemos na palco.
Até então o Yude foi quem mais me emocionou e encantou, ele soube brigar contra a dificuldade da diferença de tamanho e teve uma grande responsabilidade de encarar a Bárbara Guerra, pois ela é durona e entra pra ganhar. O baixinho encarou a parada e soube tirar onda! Claro que todos os campeões do Dancing Brasil trabalharam muito bem também. Vamos ver nessa temporada agora né… a gente tem se emocionado bastante também”!

Dificuldade

Qual o ritmo mais difícil para um leigo aprender?
“Eu não vejo um ritmo mais difícil, mas eu acho que a contagem da valsa é complicada. A valsa precisa ser sempre contada em três e ser contínua. Eu acho difícil dançar em dois. Por exemplo, o Jaime tira de letra. Já eu mesma, detesto dançar com gente grudada em mim (risos). Eu prefiro dançar solo! A dificuldade é encantar e saber dançar em conjunto. Eu acho a valsa difícil pois é bem regrada e corre sempre o risco de cair na mesmice e ser chato. O negócio é o dançar como casal”.
Além do Dancing, você ainda realiza projetos paralelos ao reality?
“Além do Dancing, eu trabalho muito também. Eu tenho uma escola de teatro musical com diversas unidades pelo estado de São Paulo. Formo crianças e jovens talentos na área. Eu tenho uma empresa de coreografias para empresas. Em época de Natal eu trabalho muito, vamos estrear um show natalino no Jardins, por exemplo. Eu fico doida no final de ano… é um show de Natal atrás do outro. Eu sou do mundo do show, e adoro isso! Eu vou começar Aparecida – O Musical com Walcyr Carrasco que estreia em Março. Eu faço 1000 coisas ao mesmo tempo, mas gosto desse ritmo. E eu me apaixonei pela Xuxa e pela Record! Enquanto houver o  Dancing Brasil, nós estaremos juntos”!

Sonho

Qual seu sonho para a dança no Brasil?
Meu sonho para a dança no país é o de que nós tenhamos sempre campo e área para trabalhar. Nós temos poucas oportunidades de trabalho. O teatro musical abriu um pouco esse leque, e o Dancing Brasil também abriu muitas portas para nós! Eu gostaria que a dança fosse vista como um proposta de profissão. No início da minha carreira me perguntavam: “Com o que você trabalha” e quando eu respondia dança, elas diziam “Mas trabalhar mesmo, o que você faz” as pessoas não se conformavam que isso era uma profissão, não viam como algo sério.
Mas eu sustento uma casa com a dança. Eu nasci com duas vértebras a menos e a dança me ajudou muito a ter um postura e fugir de cirurgias. A dança fez e faz parte de minha vida como profissão! Eu quero que o país tenha cada vez mais espaços e festivais de dança para todos nós. Termos a dança como cultura e forma de viver, é isso o que eu almejo”!

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