Eliminado do Dancing Brasil, Oscar Filho critica votantes do reality: “Não é uma disputa de popularidade, é uma disputa de dança”

Publicado em 19/11/2018

O ator e humorista, Oscar Filho, conhecido nacionalmente por sua passagem pelo extinto CQC da Band e suas peças de stand up comedy, recentemente passou por um novo desafio em sua carreira. Ele experimentou ser um aspirante a bailarino no Dancing Brasil da Record TV. Oscar foi o sétimo eliminado do reality musical após receber apenas 28,22% dos votos do público na última quarta-feira.

Lu Andrade e Camila Rodrigues foram as outras estrelas que completaram a zona de risco e foram para a votação popular junto ao humorista. Após anunciada a sua eliminação, o comediante demonstrou-se muito abalado e surpreso com o resultado, e abraçou sua companheira de dança, Dani por longos minutos. Em entrevista exclusiva para o Observatório da Televisão, Oscar comenta sobre a sua saída do espetáculo semanal.

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Confira:

Oscar, como surgiu o convite para o Dancing Brasil?

“No final de 2017, eu já tinha sido sondado pela emissora para fazer o programa. Como o Dancing Brasil 3 foi no início de 2018, não pude participar por estar fora do Brasil. Aí veio o convite para participar do Dancing Brasil 4. Preciso confessar que eu dei uma titubeada. Prometi a mim mesmo nunca participar de realities por causa do alto apelo junto com o público, o que faz com que a qualidade desses programas se torne bastante questionáveis. Mas aí eu conversei com um monte de gente, e percebi que esse era um reality diferente. Afinal, eu iria apresentar algo artístico por semana. Não era apenas ficar ali fazendo propaganda da minha personalidade a troco de nada. Aí deu certo”!

Você gostou da experiência?

“Eu nunca tinha dançado na vida e achei incrível. Entrei de cabeça mesmo sendo completamente sedentário. Cheguei a ensaiar 12 horas num dia. Perdi 12 quilos em 3 meses! Isso tem a ver com o constante confrontamento com os meus próprios limites físicos e psicológicos. Aprender coisas que eu nem imaginava poder fazer foi espetacular. Fora que é um reality, né? Tive mais DRs com a minha parceira de dança em 2 meses do que com a minha namorada em 2 anos! Mas as DRs foram necessárias pra todo o tipo de crescimento, menos na altura… Foi uma baita jornada”!

Eliminação

Após anunciada a sua eliminação na última quarta-feira, você aparentou ter ficado triste. Você não esperava ser eliminado nesta rodada?

“Claro que não! Quando se entra numa competição assim, você espera sair dela sendo o melhor do mundo. Como eu nunca tinha dançado antes, a possibilidade de eu sair vencedor era muito, muito remota. Mas eu imaginei que poderia ir mais longe porque eu me dediquei 100% para o programa. Deixei de fazer eventos, tive que negar um show em Cancun, deixei de ver minha namorada e amigos. Minha vida social foi a 0, deixei de fazer vídeos para o meu canal do Youtube, saí momentaneamente do meu grupo de stand-up chamado Cia do Stand-up… Renunciei a muita coisa para estar ali. Fiz tudo isso consciente, acreditando que isso iria ser o melhor pra minha evolução. Sendo assim, não tem como não sentir uma decepção e uma tristeza, né?

Acho natural esse sentimento naquele momento até porque você se apega às pessoas, à rotina e à sua parceira, e eu não teria mais nada daquilo. Mas, no dia seguinte, eu refleti nisso tudo que eu fiz para estar no programa. Como me doei ao máximo, não tinha mais o que fazer para melhorar em tão pouco tempo. Então bateu o sossego, a sensação de dever cumprido. Não tem como não ser grato ao programa. Tive momentos maravilhosos ali. É um programa que vai na contramão de muita coisa que se vê na TV e que vale a pena acompanhar o desenrolar dos participantes”.

Voto popular

Você acredita que existam artistas com desempenhos inferiores no Dancing Brasil mas que continuem na disputa graças ao voto popular?

“Puxa, é tão difícil responder essa pergunta. Eu não sei o quanto os outros estão se dedicando ao programa. Eu apenas tenho uma ideia. Posso dizer do quanto eu me dediquei. Posso dizer que o fã clube de algumas pessoas é muito forte e, claro, esses fãs clubes irão proteger as pessoas que elas admiram. Mas os fãs precisam entender que não é uma disputa de popularidade, é uma disputa de dança. Precisamos, de modo geral, saber separar o joio do trigo. Quem dançou melhor esta semana? Essa pessoa merece continuar? Houve evolução? Estou apenas votando em tal pessoa porque ela merece ou porque sou fã dela em outro setor que não a dança? Mas o brasileiro é muito apaixonado, passional, e essas emoções fazem com que não pensemos direito na hora de algumas escolhas. Sei que é uma comparação rasa, mas vou fazer…

O exemplo do que estou falando tem paralelo com o presidente eleito. Será que votamos nele racionalmente? Realmente colocamos ele e o Haddad na balança, pesquisamos o histórico de ambos e fizemos uma escolha justa? Será que elegemos o Bolsonaro por ódio ao PT? Será que simplesmente acreditamos em meia dúzia de palavras que o Bolsonaro disse? Voltando ao programa, a saída da Valéria Valenssa responde a sua pergunta, apesar de ela já ter experiência nessa área, saiu de forma bastante precoce, assim como o Beto Marden… e… eu (risos). Claro que eu vou puxar sardinha pro meu lado, né”?

Críticas dos jurados

E as críticas dos jurados, você conseguia levar com bom humor? Concordou com tudo o que eles disseram ou não?

“Imagine-se na seguinte situação. Você não dança nada, tem a rotina da sua vida mudada da água para o vinho, mudam suas relações e você está completamente fora da sua zona de conforto. Aprende uma coreografia nova em 3 dias e a apresenta ao vivo, para milhares de pessoas, uma bancada de 3 jurados que trabalham há décadas com dança. E, de quebra, a Xuxa narrando tudo. É um turbilhão de coisas que eu nem ouso dizer se concordo com o que eles dizem ou não. Provavelmente eu era a pessoa ali que menos entendia de dança. Sendo assim, quem sou eu pra questionar? Mas óbvio que eu questionava porque essa é minha essência. Na minha eliminação o Jaime Arôxa me chamou de Zacarias (risos). Tem como levar isso a sério? Só me restou levar com bom humor o comentário dele”.

Ritmo preferido

Qual ritmo você mais gostou de dançar?

“Todos. Não conhecia nenhum, não tinha ideia básica de nenhum. Queria muito ter podido dançar o Paso Doble, o Tango e o Zouk. Agora, como coreografia, eu gostei bastante do quickstep porque foi na temática filmes e nós dançamos o tema de Austin Powers. Como foi legal fazer aquilo”!

E agora, pra quem vai a sua torcida?

“Que pergunta! Vou fugir dela, tá bom? Sabe por que? Como eu disse ali em cima, você se liga às pessoas. Torcer para um de forma pública me dá a sensação de que eu estarei sendo injusto com os outros que estão se dedicando tanto quanto eu me dediquei. Sendo assim, eu prefiro que a minha torcida seja silenciosa e sirva apenas para mim mesmo. Publicamente eu torço para que a final seja justa. Para que as pessoas que votam, no que for da alçada delas, deixem no programa quem realmente tem evoluído na arte do que o reality se propõe: a dança”!

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