“O Roberval é traumatizado”, analisa Fabrício Boliveira sobre seu personagem em Segundo Sol

Publicado em 11/08/2018

Mocinho ou vilão? Ainda é difícil saber em qual dessas características Roberval mais se encaixa. O público sabe apenas que o personagem de Fabrício Boliveira em Segundo Sol, alimenta uma sede de vingança contra a família Athayde e uma mágoa pela mulher que tanto ama – Cacau, vivida por Fabíula Nascimento.

Em conversa com o Observatório da Televisão, Fabrício analisou as maldades que o empresário já cometeu na novela e os traumas que podem estar por traz de suas ações. O ator também falou sobre carreira, reconhecimento do público, representatividade negra na TV e muito mais. Confira:

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Como está sendo viver o Roberval?

Eu estou muito feliz com tudo que está vindo. É um personagem bastante complexo. Um trabalho um pouquinho maior para destrinchar todo ele, e abrir diálogo dentro das frentes todas que o Roberval apresenta. Para mim está sendo muito trabalhoso, mas ao mesmo tempo muito divertido. É um tipo de trabalho que eu gosto e que qualquer ator estaria feliz também em fazer.

Como você classifica o Roberval?

O Roberval é traumatizado (risos). Essa novela inteira fala sobre traumas do passado e como é que a gente lida com ele. O Roberval parece muito só ser um cara que voltou por vingança, mas, de algum jeito, elas não estão dando certo, ou parece que não tem uma vingança tão relacionada com acabar com alguém. Parece que ele voltou um pouco mais para se resgatar do que para se vingar. Então eu acho que ele fica nesse lugar de um cara traumatizado.

Fabrício Boliveira comenta cena do casamento entre Roberval e Cacau

Como foi fazer a cena do casamento de Roberval e Cacau, personagem da Fabíula Nascimento?

É uma cena bastante violenta e que teve uma outra construção. Ela teve um corte, foi editada e foi de um outro jeito ao ar. De algum jeito, o que ficou no ar é um Roberval muito machucado. 20 anos depois, a causa do trauma dele volta. Claro que a ação que ele fez é indesculpável. É um homem agressor, novamente, se colocando frente a uma mulher.

Eu fico pensando muito sobre as denúncias hoje, até que ponto elas são importantes ainda na arte, ou como na arte a gente já aproveita ela para apontar os novos lugares. Talvez, essa seja uma cena que ficou no meio do caminho. Sobre uma denúncia ou sobre aponta algum outro novo lugar da relação que um homem pode ter com uma mulher.

Não ficou claro se essa é uma cena que eu gosto. É difícil falar que gosta dessa cena. Ver uma cena hoje de violência explícita frente a uma mulher é tão difícil e complicado.

Repercussão do personagem

O que você já ouviu sobre as ações do Roberval?

O que eu tenho ouvido é uma coisa que tinha pensado desde o início sobre esse personagem, porque é um personagem complexo mesmo. Ele tem ações que não são tão corretas, mas ao mesmo tempo os objetivos dele parecem ser corretos. Ele entra nesse espaço de dualidade e de não maniqueísmo, de não violãozinho e nem mocinho.

O que eu sempre quis dentro desse personagem é abrir discussão, questão, e isso eu tenho visto bastante. As pessoas estão discutindo bastante nas redes sociais. Elas estão sem saber como qualificar. Isso é muito interessante para pensarmos hoje num espaço em que estamos sempre julgando alguém de malzinho e bonzinho. A gente qualifica e a pessoa fica eternizada dentro daquela gaveta.

Hoje temos um personagem que não sabemos o que dizer sobre ele. A gente não sabe dizer se ele é vilão ou mocinho. Ficamos acompanhando as ações dele para, a partir daí, ter algum tipo de reflexão sobre até a nossa própria vida. O que eu tenho visto bastante sobre resposta do Roberval é as pessoas trazendo as questões dele para dentro de casa. Pensando, refletindo e julgando também, mas sem ter uma definição.

Acho isso tão interessante para a arte. Uma arte que não está em só uma resposta, uma arte que está na discussão e embate. Para mim essa é a grande vitória desse personagem.

Ambiguidade

O Roberval vai ficar mais revoltado quando souber que é irmão do Edgar (Caco Ciocler)?

Acredito que sim. Acredito que alguma coisa vai mexer mais ainda na cabeça desse cara.

Você disse que o Roberval tem o bem e o mal dentro de si. No momento, ele está sendo uma pessoa má na trama?

Acho que não. Em cada cena tem minúcias partículas de verdade, sinceridade e de possível olhar de compaixão pelo irmão. O Edgar vai trabalhar para ele, só que ele nunca trabalhou na vida, nunca fez nada a vida inteira. Esse cara que está dizendo que vai se vingar do irmão está, de algum jeito, dando um emprego e a possibilidade do irmão ter algum tipo de experiência profissional na vida.

Na mesma cena que parece que ele está destruindo o irmão, ele está dando uma possibilidade de emprego para o irmão. Ele está dando uma possibilidade de emprego para a Karen (Maria Luisa Mendonça). Ele está dando uma possibilidade de educação para a Rochelle (Giovanna Lancellotti). É muito louco isso!

Eu também fico super confuso dentro disso tudo e tentando, ao máximo, clarear e destrinchar cada pecinha, fala e ação dele para que se mantenha nesse espaço que a gente não consiga definir com exatidão se ele é vilão ou um mocinho.

Rótulos

A maldade do Roberval é justificável?

Justificável não é porque nenhuma violência hoje, principalmente a do casamento, é justificável. E essa, para mim, é a grande maldade até agora do Roberval dentro da história. Não é justificável, mas a gente entende.

De algum jeito, você olha para trás e entende que é possível, e que não pode definir esse cara só como o destruidor. Até porque tem um lugar dentro dele que é de um cara que precisa de escuta, que não teve família e que foi renegado três vezes.

Eu acho que lida muito com o nosso presente, de como vamos olhar para o outro a partir de uma ação que você fez. Tudo que você fez antes é legado? Você é só isso? Você entra em um rótulo? Eu acho que estamos discutindo rótulos.

Trajetória do personagem

O público vai perdoar o Roberval? Depois do casamento, o público não está mais tão contente com ele.

O que aconteceu com o Roberval é uma coisa muito interessante de analisar como o público decide, mas é bastante levado pelas coisas que já estão escritas também dentro da sinopse. É um trabalho que a gente está fazendo junto, de algum jeito.

O Roberval começou amado. Na volta dele foi muito odiado porque, talvez, fosse se vingar da Cacau. No pré-casamento foi amado de novo. Ele ama a Cacau e todo mundo quer que ele volte e tenha essa relação. No pós-casamento é odiado de novo.

Então as cenas dos próximos capítulos nem eu sei o que vai acontecer. O que parece é que dentro do que o João construiu, dentro do trabalho que eu estou fazendo junto com os atores e a resposta do público, está tudo condizendo. Está tudo indo por um caminho já meio pensado. Eu sabia que ele teria esse momento de resignação como público.

Redes sociais

Você acompanha a repercussão do personagem nas redes sociais?

Eu estou acompanhando o Twitter e me divirto muito. É uma coisa quase que esquizofrênica. Um dia é um amor e, ali mesmo, tem gente que odeia, que tem um resquício. No outro dia é um ódio absoluto, ranço total do Roberval (risos). Eu amo isso!

Assédio

Como consegue sair nas ruas? Como está sendo o assédio?

Na rua é muito engraçado. Eu fui levar meus pais para viajar para Salvador, eles estavam no Rio de Janeiro comigo e com meus irmãos. Eu fui no caixa para resolver passagem, ckeck-in, documentação, e a que mulher estava digitando me olhou e falou: ‘eu não sei se te amo ou se te odeio’.

Eu fiquei em silêncio e ri, meus também riram. Depois falei: ‘mas você está falando de mim ou do personagem? ’. Ela respondeu: ‘você sabe muito bem quem é’. E voltou ao trabalho, para o espaço dela de reflexão, de pensar cenas dos próximos capítulos.

O Roberval passa a ter um caso com a Karen. Existe algum sentimento verdadeiro nessa relação?

Você vê que de alguma forma ele é um homem carente. É um homem que teve todo aquele problema do casamento, a Cacau não quer mais o ver, mas ele ainda ama ela.

Ele tem o afeto da Karen, mas ao mesmo tempo parece que com ela é uma vingança. A Karen nunca foi uma mulher tão forte depois do Roberval. Então a gente não sabe julgar.

Sentimento de Roberval pela mãe

E como qual o sentimento dele pela mãe Zefa (Claudia Di Moura)?

Com a mãe tem ainda esse espaço que é do trauma passado que ele não consegue resolver de jeito nenhum. Com a mãe e com a Cacau é onde eu sinto que passa longe a coisa da vingança. É um amor mesmo.

Você ainda acredita no casal Roberval e Cacau?

O que eu sinto pelos capítulos e dentro dessa construção é que esse cara ama essa mulher, mesmo fazendo toda aquela merda. Eu acho que ele vai insistir nisso um pouco mais, mas eu também não sei se ela vai ceder. Acho que foi traumático para ela.

Eu acho que ainda abre uma brecha para o amor. Com vilania, mocismo, o amor impera se for um sentimento de verdade. E ele dever correr muito atrás porque aquela cena foi muito agressiva.

Comportamento passional

O Fabrício seria passional como o Roberval?

Na vida não, de jeito nenhum. Vamos conversar, papo reto, seres inteligíveis. Dá para a gente resolver. O máximo de passionalidade que a gente faz, pelo menos eu já fiz, é escorregar na parede chorando. Fazer uma cena clássica de novela, de sofrimento (risos). Agressividade não. Hoje em dia já não cabe mais, principalmente de um homem frente a uma mulher.

Também tem uma questão que toda essa coisa do casamento trouxe, que era uma discussão que ficou pouca na cena, mas que eu quis que na feitura dela ficasse muito explícita, que é a mentira dentro das relações. De como você pode estar vivendo uma história, acreditando em um casamento, e alguém vivendo uma outra história. Ainda tem isso que eu acho que eles têm que resolver mais para frente.

Por exemplo, ela (Cacau) nunca contou que Luiz é irmã dela. Ela nunca confiou nele também. Eram mentiras que tinham ali dentro também. Tanto que na cena do dinheiro ele fala: ‘você mentiu para mim. A sua irmã está aí’. Então, de algum jeito, a gente percebe que tem muitos pontinhos para eles acertarem para além do casamento. Tem a desconfiança que ela não para de ter dele. O cara já mostrou todo o amor dele e ela continua tendo uma desconfiança de vingança.

Reconhecimento

Os seus últimos trabalhos têm recebidos grandes elogios da mídia e do público. Como você lida com o reconhecimento?

Tem a ver com as glórias e as bênçãos mesmo. A gente trabalha tanto, rala muito. Com o medo dentro da nossa profissão é tão difícil da gente abdicar de coisas da nossa própria vida. Mudar de cidade, dia que você não sai, que você treina e estuda o dia inteiro. Temos 20, 23 cenas por dia, para mim é muito difícil ter que fazer essa minúcia inteira desse cara. Eu divido ele como cobra, com intenções de animais.

É tão bom quando a gente vê que as pessoas, de algum jeito, estão dialogando. Acho que para além do elogio que é lindo, eu fico super feliz, se abre uma discussão. Todo mundo discutindo as ações do meu personagem quer dizer que todas as horas que eu estudei e tudo que tinha pensando está fazendo sentindo, está criando diálogo e questão. Eu fico muito feliz de ver que está mexendo com as pessoas. Minha intenção como artista é criar alguma questão dentro de você. Tem muita gente dando passos comigo dentro do meu aprendizado com o Roberval, e dentro da história do bombeiro Marco Aurélio (série Treze Dias Longe do Sol). Para mim essa é a grande glória.

Ascensão de Roberval

O público ainda não sabe como o realmente o Roberval enriqueceu. Você está preparado para o que pode acontecer quando essa história vier à tona?

Eu estou superpreparado para o que vier. Acho que é uma história que se está construindo para além só das impressões do público, mas também para a cabeça do João (autor), para as coisas que estamos fazendo e para as relações que estão indo. Essa é uma novela que foi escrita muitos capítulos antes, todo mundo sabe disso. Vai ser uma super para mim e estou preparado para lidar com ela.

Você já sabe como o Roberval enriqueceu?

Não tenho ideia como ele enriqueceu de verdade. Tem a história da joia. O Roberval já estudava economia, desde a primeira fase ele falava isso em cena. Então, quem sabe através dessa joia, quem sabe ele tenha conseguido outro negócio na África. Ninguém sabe de nada. Eu não tenho nenhuma informação de como ele conseguiu essa fortuna inteira. O homem de R$ 350 milhões (risos).

Postura contra a violência

Na cena do casamento somente o Ícaro (Chay Suede) tenta impedir que o Roberval bata na tia Cacau. Na vida real, denunciaria uma briga de casal vizinho, por exemplo?

Denunciaria e bateria na porta. Eu ia dentro para descobrir o que estava acontecendo. Fato que eu não ia deixar essa mulher ser agredida. A gente ia parar a discussão sem saber para onde ia, mas eu estaria no meio. Hoje em dia não dá mais! Estou acompanhando pouco o jornal, mas vi que tivemos cinco casos de feminicídeo. Isso é muito sério! E tem algum lugar que estamos deixando isso acontecer de forma tranquila.

Se eu vir duas mulheres brigando na rua vou parar e falar: ‘desculpa, gente, mas esse não é o lugar e não é a forma de se tratar uma questão’. Já fiz isso algumas vezes também.

Reconhecimento

Você é um ator que tem muitos trabalhos no teatro e na televisão, mas somente agora está sendo reconhecido pelo grande público na TV. Como é isso para você?

Isso para mim é muito engraçado porque eu vim para o Rio de Janeiro há 13 anos para fazer televisão, para a minha primeira novela Sinhá Moça (2006). Eu me sinto como uma fênix que está sempre ressurgindo e sempre tem um novo personagem que vai contar uma nova história, e as pessoas vão esquecer um pouco dos outros. Acho gostosa essa sensação, parece que eu estou sempre virando uma outra pessoa.

E uma coisa que eu adoro é ser chamado pelo personagem. Adoro ser confundido na rua. As pessoas me chamam de Roberval e eu acho uma maravilha, parece que não lembram de nada, parece que eu só viro o Roberval.

Semelhança com outros famosos

Você parece muito com o cantor Seu Jorge. As pessoas já te confundiram com ele nas ruas?

Eu tenho uma lista de confusões: Seu Jorge, Lázaro Ramos, Flávio Bauraqui, Sabiá que é o Negueba (apelido do ator Jonathan Azevedo). Eu trato isso de duas formas. Uma brincando, onde eu falo que nós negros no Brasil somos como chineses. As pessoas não conseguem ver e discernir quem é um e quem é outro.  E a outra que é muito séria que é a falta de negros na televisão. Isso faz com que a pessoa tenha um personagem uma vez e que a gente ache sempre que é o anterior que está ocupando.

Eu fazendo agora o Roberval, no início as pessoas achavam que era o Sabiá. Por que ele não está comigo nessa novela? Por que o Lázaro não está comigo nessa novela? Por que não estamos nós três, quatro, cinco? E não só nessa, mas em outras novelas e trabalhos. Por que não temos maiores contingentes negros numa novela?

O Fabrício Boliveira não parece com o Lázaro Ramos, com o Jonathan Azevedo, com o Seu Jorge. Somos totalmente diferentes, com idades e pensamentos diferentes.

Crescimento do personagem

Você sabia que o Roberval teria um grande destaque na trama? A reivindicação por mais atores negros no elenco ajudou no crescimento do personagem?

Eu acho que já tinha mesmo. Eles tratam que são duas novelas. Essa novela que é mais dramática, briga dentro de casa, e a novela que segue com a Luzia.

Muita gente associou a volta do Roberval com a da Nina, personagem da Débora Falabella na novela Avenida Brasil (2012), né?

Perfeito! E na volta eu achei parecido também com a Flora (Patrícia Pillar em A Favorita, 2008). Ninguém sabia qual era a dele, se ele tinha voltado para se vingar, se era bonzinho ou não. Eu falei que isso para o João, mas acho que nem ele tinha pensado nisso. Como eu vejo sempre coisas do João já sabia onde tinha a Flora, onde tinha um pouquinho de Nina.

O também tem muito de cinema nas novelas dele. Consigo ver bastante nas novelas cenas de coisas que ele escreveu, de coisas que ele bebeu, coisas que a gente já viu.

Projetos no cinema

Você está com algum projeto no cinema?

Esse ano eu já estreei dois filmes no cinema, que são Além do Homem e Tungstênio. O Além do Homem a gente fez em Minas Gerais e Tungstênio eu fiz em Salvador, que é um filme do Heitor Dhalia. Dia 20 agora, em Gramado (RS), eu estreio Simonal. É um filme superinteressante com toda discussão da época de 70 e 80, sobre a trajetória do Simonal, o racismo no Brasil e tudo isso.

Estreio no início do ano que vem o filme do Eryk Rocha, Breves Miragens. Foi um filme que eu fiz no final do ano passado e é uma joia. Nem sei como vai ser, estou ainda intuindo tudo que ele tem para percorrer na história. É uma história sobre um taxista na noite do Rio de Janeiro nesse tempo, e coisas aconteceram.

Tinham várias coisas programadas no roteiro que a gente não precisou fazer ficcional porque tudo aconteceu. Polícia me parou, me pediu dinheiro, fogo na rua, polícia militar na rua. Tudo isso aconteceu durante as filmagens do filme. Eu vi um cara morrendo no jogo de futebol, foi uma coisa bizarra no final do jogo do Flamengo.

Fim de Roberval

O que você deseja para o Roberval no final da novela?

Eu queria que o Roberval resolvesse esse trauma da vida dele. Que de algum jeito conseguíssemos entender quais foram as questões que levaram esse cara a todas essas ações. Tem uma coisa interessante que eu estou desejando para o Roberval, mas para o país também. O Roberval traz uma questão muito delicada que é sobre o trabalho servil, sobre o lugar do negro no Brasil, sobre isso que não conseguimos vencer ainda de o negro estar sempre no lugar servil.

Eu queria muito que no final disso tudo, independente do Roberval mocinho ou vilão, conseguíssemos pensar e refletir de verdade sobre isso. Sobre como estamos tratando esse trabalho que é resquício da escravidão dentro do Brasil. As empregadas domesticas existem quase só no Brasil, porque fora as pessoas fazem faxinas diárias, ganham sua grana justa, mas morando em casa. Deixar de ter as vidas com os filhos para poder tratar dos filhos dos padrões, isso só acontece ainda no Brasil. De algum jeito, esse personagem traz essa discussão. E eu não queria que essa discussão fosse encoberta sobre mocinho e vilão.

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano

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