Em cartaz com o musical Pippin, Nicette Bruno afirma: “Fazer teatro no nosso país é um ato de resistência”

Publicado em 11/08/2018

Nicette Bruno estará em cartaz com o musical Pippin durante a temporada de agosto a outubro, no Teatro Clara Nunes, Rio de Janeiro. Ambientado em um trupe teatral, o espetáculo narra a vida do príncipe Pippin (Felipe de Carolis) que busca o sentido da própria vida, seguindo os conselhos da avó, personagem da veterana atriz, e da madrasta Fastrada (Adriana Garambone).

Um dos musicais mais aclamados de todos os tempos, Pippin fez história na Broadway em 1972 ao arrebatar cinco Tony Awards – premiação mais importante do teatro nos Estados Unidos. Em entrevista ao Observatório da Televisão, Nicette Bruno falou sobre a produção, que está de volta ao Brasil após 44 anos em uma nova montagem, assinada por Charles Möeller e Claudio Botelho. Confira a seguir:

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Pippin fez história na Broadway em 1972 com sua estrutura e coreografias. A ousadia do espetáculo que conquistou o público no passado continua nessa nova montagem?

Continua sim, infelizmente. Não exatamente igual quando foi montada, porque a peça se passa em tempos idos. Mas tem coisas que cabem direitinho e você identifica logo.

Nicette Bruno destaca a importância do musical

Qual a importância de participar dessa produção?

Essa é a importância do trabalho (a ousadia). Além do próprio trabalho de dinâmica dos atores, dos músicos. Ela tem uma importância além de divertir. Tem esse fundamento que já tinha na época e agora vem de forma diferente, mas não tão diferente infelizmente.

Como será a sua personagem?

A minha personagem é um parêntese dentro de todo o espetáculo. Ela é aquela criatura, digamos assim, para frente, que estimula o neto dentro das características dela que não são lá muitos aceitáveis (risos). Mas, de qualquer maneira, ela é um sopro dentro do espetáculo.

O espetáculo tem uma equipe grande em cena e nos bastidores. Como é participar de uma produção como essa em um país que não valoriza o teatro?

É muito bom sempre. Tive a oportunidade de participar de espetáculos que eu produzia. Antigamente era possível se fazer isso. Depois foi cada vez mais impedindo a oportunidade de se montar isso. O Claudio e Charles são corajosos. Eles dominam a produção do musical no nosso país. Eles estão sempre produzindo e fazendo com coragem, vontade e unindo todos os atores que também colaboram com eles.

Como está a expectativa da equipe com relação ao público?

Todos nós estamos esperançosos de que o público vá ao teatro, de que as companhias possam realizar os seus trabalhos cada vez de uma forma mais ampla, melhor. Independente de auxilio, de ajuda, de qualquer coisa. Eu sempre costumo dizer que fazer teatro no nosso país é um ato de resistência, e é isso que nós provamos fazendo o espetáculo.

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano

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