Com nova edição do Super Chef Celebridades, Ana Maria Braga fala sobre o amor pela culinária: “Eu fico muito feliz”

Publicado em 18/08/2018

O programa Mais Você vai receber mais uma edição do Super Chef Celebridades. A competição que desafia atores, cantores e outras figuras públicas brasileiras a cozinharem estreia no dia 20 de agosto, sob o comando de Ana Maria Braga – presente nas manhãs da Globo há quase 20 anos.

Na nova temporada, Carla Diaz, Daiane dos Santos, Maria Joana, Françoise Forton, Raul Gazolla, Rafael Cortez, Rafael Zulu e Rainer Cadete enfrentarão provas que questionarão seus dotes culinários. Em entrevista ao Observatório da Televisão, Braga adiantou algumas novidades do quadro. “A novidade consiste no conteúdo, nas pessoas que estamos trazendo e nas provas”, garantiu.

Querida pelo público brasileiro, a apresentadora também relembrou como desenvolveu o amor pela culinária. De acordo com o seu relato, o gosto pela cozinha foi despertado ainda na infância com as vizinhas fazendeiras no interior. Confira:

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Quais são as novidades do Super Chef?

A gente sempre teve equipes maravilhosas aqui, mas a seleção desse ano está exatamente com tudo que está mudando, inclusive na culinária, com o jeito de molhar a comida e tudo mais. A novidade consiste no conteúdo, nas pessoas que estamos trazendo e nas provas.

Ana Maria Braga fala sobre novidades da temporada do Super Chef

Como serão os desafios na nova temporada do quadro?

Os desafios este ano estão boladíssimos, vocês não imaginam. É bonito ver o desenvolvimento de cada um. Eu estava dizendo que entre o primeiro dia de prova e o último dia de prova a gente vê o crescimento de interesse, saem pessoas diferentes. Acho que cozinhar é um ato de amor e doação. Não precisa gostar de cozinhar, precisa gostar de agradar o outro. E eu acho que é isso que a gente propõe aqui com essa brincadeira com gente que obrigatoriamente não vai para a cozinha.

Qual celebridade mais te impressionou no Super Chef?

O Fiuk não sabia nada de nada, nem onde era a cozinha da casa dele. Nunca tinha entrado na cozinha a não ser para tomar água e comer. E de repente, ele foi o ganhador do jogo. O Gabriel Louchard também.

Em breve, o Mais Você completa 20 anos. Você imaginava que o programa fosse ser um grande sucesso?

Claro, eu tinha certeza! Eu tinha certeza porque vinha de uma história de sucesso da Record. Levantei a Rede Record com oito anos de trabalho. Eu ficava seis horas no ar, sabia exatamente tudo que tinha aprendido, a mulher que eu era, tudo que a vida me tinha permitido aprender. Eu tinha certeza que ia dar certo. Não tinha dúvida nenhuma.

Sucesso

Ao que você atribui o sucesso do Mais Você?

É uma questão de ser verdadeiro com o que sente. Eu não acredito naquele apresentador que não presta atenção no que faz. É um privilégio ter um espaço de uma hora e meia dentro da Globo todo dia. Eu faço parte da equipe que aprova as matérias, que tem um direcionamento. O que é o coração do programa a gente aprendeu ao longo desses vinte anos. Eu acho que isso é o que faz a diferença, é fazer o que acredita e saber o que está fazendo.

Mudanças no Mais Você

O programa Mais Você mudou muito ao longo dos anos. A chegada da internet foi uma das grandes responsáveis por essa mudança?

O mudou mundo. A comunicação mudou. A linguagem é outra. Se você não souber o que os jovens estão falando, o significado de cada expressão, você não tem condições de ter um portal como o meu, não tem condições de falar com os jovens, que também assistem o programa. A gente tem uma gama de idade e sexo.

Temos o homem logo no começo do programa, que vem do Bom Dia Brasil e conseguimos manter com os conteúdos das matérias do primeiro bloco. São matérias de economia ou de alguma coisa que está acontecendo no mercado de trabalho. Depois a gente vai fazendo uma passagem suave para a dona de casa, mulheres e jovens.

Se não fizermos matéria a respeito de novidades da internet, se não tiver coisas que possam inserir na vida do jovem, ele não vai estar com a gente. O Louro também me traz muito do frescor da juventude de 20 anos. Então eu acho que tudo isso faz um bom casamento.

Memes

Sempre viraliza na internet frases e dicas motivacionais que você passa no Mais Você. Como é saber que muitas pessoas são inspiradas por você?

Todo dia que eu atravesso a porta (do estúdio), não importa o que esteja acontecendo no outro lado da minha vida e os problemas que tenho, eu faço a minha oração. Eu tenho uma felicidade danada porque tenho uma equipe e uma energia grande todas as manhãs. Isso me dá um oxigênio. Eu esqueço o que tenho, o que teve, o que terá e todas as preocupações. Tenho uma produção muito carinhosa, voltada para o momento do povo brasileiro, seja ele qual for ao longo desse tempo.

A gente vem mudando de acordo com as coisas que acontecem na nossa volta. Então a gente tem a certeza de que tem um produto legal. A gente vai entrar e fazer a diferença na casa de alguém. Até terminar o programa, isso aqui para mim é um santuário. A gente faz com a verdade. Por isso eu não tenho vergonha de falar errado, de ser quem eu sou.

Louro José

E como é a relação com o Louro José?

O loro me ajuda muito. Ele é um contraponto para mim. O que eu não posso falar, ele fala. Às vezes, o que eu esqueço ele me ajuda. É uma parceria que dura 25 anos. Eu acho que essa conjunção de gente que se acredita, de gente que é gente, faz isso acontecer. Eu não faço nada sozinha. Sem dúvida esse grito de guerra da manhã me faz chegar mais feliz.

Como você vê os memes feitos com os seus momentos no programa? Compartilham com você os memes?

Eu recebo todos. Replico. Eu acho uma delícia! Se você não aprender rir de você mesmo, você não vai conseguir ser feliz nunca na vida. Lá atrás quando não existia a internet, tinha aquela coisa de fofoca e eu era a rainha da fofoca.

No início da minha carreira, onde eu estava querendo me firmar e precisava trabalhar, aquilo me magoava. Às vezes eu sonhava com aquela maldade, que era porque eu tinha escolhido um marido mais novo ou porque optei para ir para algum lugar, e as pessoas achavam que eu não devia ir.

O tempo foi passando e eu percebi que não mudava absolutamente nada no meu dia, nem dos meus amigos, nem das pessoas que gostavam de mim, nem das pessoas que sabiam quem eu era. Hoje em dia eu morro de rir, ainda mais com a velocidade da internet. Eu acho uma delícia. O que eu não gosto é da maldade e da mentira.

Início na culinária

Como foram os seus primeiros passos na culinária?

Nunca tivemos empregada, éramos muito simples. O cheirinho da comida da minha mãe era sempre muito bom, mas o resultado não era (risos). Eu tinha a maior curiosidade de conhecer novas comidas. Uma das coisas que marcaram para mim foi o fogão a lenha. Na minha casa tinha um fogão a lenha, mas minha mãe não cozinhava muito.

Quando eu comecei a crescer no interior e a descobrir as receitas que as vizinhas fazendeiras faziam, amigas da minha mãe, fui ficando cada vez mais interessada nisso. Quando saí de casa com 18 anos, automaticamente, eu tive que me virar como todo mundo. Aí eu acho que fiquei muito com aquela memória de interior, de gostar de comer com aquele sabor mineiro do interior.

Então eu acabei caindo nisso para o resto da vida. Eu morava em pensionato, ninguém sabia cozinhar, e eu ia para a cozinha. Quando vim estudar em São Paulo, comprei uma barraca linda e quando íamos acampar quem cozinhava era eu.

Experiência na cozinha

Você vai para a cozinha quando está em casa?

Eu fico muito feliz. Gosto de chegar em casa e cozinhar. Eu sempre tenho duas cozinhas nos meus lugares. No apartamento, eu tenho uma cozinha e fiz um canto em cima, onde eu consigo cozinhar. Eu gosto de chegar e fazer massa em casa, pão. Eu gosto do cheiro da comida.

Inclusive, as minhas cozinheiras primeiro aprendem comigo. Elas vêm com uma base e nós vamos aprendendo fritando um bife, fazendo massa de macarrão, coxinha. Aí vamos evoluindo, indo para a comida chinesa. Vamos evoluindo devagarzinho e cada uma escolhe um caminho. Só fica quem quer aprender.

Você é uma figura que está presente há muitos anos nas manhãs de várias mulheres. Como é a sua relação com elas quando rola um encontro nas ruas?

É divertido! Elas nem falam oi, já falam: ‘aquilo que você falou me ajudou’ ou ‘não concordo com aquilo que você falou’. Continuam uma conversa comigo que tem uma referência (do programa). São sempre muito carinhosos, tanto homens como mulheres.

Você é responsável pelo início dos programas culinários na TV Brasileira. De onde veio a sua inspiração para esse segmento?

Eu mesmo! Por mais incrível que pareça, eu gosto de cozinhar. No espaço que eu tinha na Record, que para mim era um desafio, além do artesanato e saúde, achei que tinha um espaço para fazer uma culinária diferente daquilo que existia. Aquela culinária quadradona, daquele jeito que tinha a Ofélia na época. Achei que coisas mais leves e light, sem ter aquela cozinha tradicional, poderiam dar certo. Foi assim que começou lá.

Mulheres no poder

Como é para você ver mulheres no poder?

Falta muito ainda. A única coisa que eu tenho pena é que quando tivemos a oportunidade de ter realmente uma mulher no poder, que foi a nossa presidente da república, perdemos muito. Com todo o respeito que ela merece.

Eu fiquei muito triste com essa falta de capacidade de dirigir uma nação. Uma mulher bem preparada, como eu imaginei que fosse, poderia fazer isso. E acho que falta muito espaço para a mulher ainda.

Além das suas vizinhas, algum familiar despertou seu interesse pela culinária?

Eu tinha uma tia, chamada tia Venice, que casou com um russo. Ela aprendeu muito culinária russa, então eu tinha uma outra curiosidade das comidas dela. Ela gostava muito de cozinhar, e cozinhava melhor que a minha mãe. As duas já morreram, então ninguém vai ficar brava (risos).

Exigências

Você é uma pessoa exigente em casa?

Como dona da casa, eu acho que a gente tem que respeitar o tempo dos outros. Sou uma pessoa que nunca passou a mão em cima de móvel nenhum para ver se estava com poeira. Eu acho que cada um sabe para que está sendo pago para fazer.

Na primeira vez, eu falo: ‘olha, acho que a gente está precisando dar uma geral’. Na segunda vez, eu falo: ‘olha, a geral não foi feita’. Na terceira, eu falo: ‘olha, acho que você não gosta muito do que está fazendo’ (risos).

Como você consegue manter o corpo cozinhando e comendo tão bem?

O que vocês me veem comer é o que está no ar. Depois eu entro em reunião, como alguma coisa, porque tenho que fazer teste de comida, e depois não janto. Eu como muito pouco. À noite praticamente eu não como.

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano.

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