“Estamos aqui para inovar, desconstruir”, diz Darino Sena sobre trabalho na TV Aratu/SBT

Publicado em 03/05/2018

Contratado no início de 2016 como a grande novidade da última grande mexida na programação da TV Aratu, afiliada do SBT na Bahia, Darino Sena defende uma televisão diferente do habitual.

Atualmente, ele tem três funções na casa: a primeira é apresentar o Tudo Novo, programa de variedades exibido diariamente, a partir das 12h45. A segunda é narrar as partidas da Copa do Nordeste, que está sendo exibida pelo SBT Nordeste a partir desta temporada.

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Já a terceira é apresentar o programa No Campo do 4, exibido nos domingos de manhã. Multifacetado, ele ainda é comentarista esportivo no rádio de Salvador. Mesmo respirando trabalho, ele ainda lê críticas.

Nesta entrevista ao Observatório da Televisão, Darino respondeu as críticas do próprio repórter, que já criticou seu desempenho como narrador, e também o conteúdo de seu programa, o Tudo Novo. “Não dá para fazer nada na TV Aratu naquele formatinho engessado, a gente está aqui para inovar, desconstruir. A missão no futebol está sendo assim também e a gente está caindo cada vez mais no gosto da galera. É lógico, com algumas cornetadas, como a sua (Gabriel Vaquer, repórter do Observatório que realizou a entrevista) cornetada por exemplo, quando eu fui efetivado narrando você criticou, mas está aí, estou calando a sua boca e a dos outros críticos também”, diz ele.

Darino também fez uma avaliação de seu programa diário, que está no ar desde fevereiro de 2016. Ele confessa que o primeiro ano foi complicado, mas que agora, ele achou o seu caminho.

“O Tudo Novo é um programa que a gente demorou um tempo para encontrar uma identidade, então foi um processo bastante difícil para todo mundo. E para encontrar essa identidade a gente sofreu bastante, a gente mudou muito a equipe, a gente teve algumas oscilações em termos de audiência, mas eu acho que hoje depois desse primeiro ano de procura, de dúvida, de tatear muito, de arriscar e de errar muito a gente já teve um segundo ano mais consolidado”, afirma ele.

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Leia a entrevista na íntegra:

Observatório – Darino, você além do Tudo Novo, faz a narração da Copa do Nordeste. Eu queria que você falasse sobre essa novidade que as afiliadas do SBT trouxeram para cá… 

Darino Sena – Faço a Copa do Nordeste, faço No Campo do Quatro todos os domingos pela manhã. Isso para mim é a realização de um sonho antigo, porque eu só entrei nesse negócio de comunicação, jornalismo e televisão, porque eu tinha um sonho lá atrás de ser narrador de futebol, com cinco anos de idade eu já jogava futebol de botão no chão do meu quarto e inspirado em grandes narradores como Galvão Bueno, Luciano Do Valle, Silvio Mendes um mito do rádio esportivo da Bahia, eu narrava, eu tinha meu time de botão, meus campeonatos e fui crescendo e falei: “Eu quero viver disso, quero narrar futebol”. Só que aí hoje, depois de 20 anos na minha carreira, eu nunca havia tido essa oportunidade até que a TV Aratu adquiriu os direitos juntos com as outras afiliadas do SBT Nordeste e eu vi uma oportunidade ali, falei que iria falar com meu chefe e falei: “Pô, a Copa do Nordeste vai ser nossa?” e ele falou: “Vai! E que bom que nós temos um comentarista” Para quem não sabe eu fui comentarista durante 6 anos na TV Bahia, afiliada da Globo aqui em Salvador e tive um relativo sucesso, apesar de muita polêmica, muita cornetada, mas o comentarista vive disso, se o cara não incomodar, não despertar emoções ainda que negativas, tá ali pra quê? O cara tem que incomodar, provocar uma reflexão do torcedor, do cara ali que está assistindo, mas enfim…

Observatório – E aí você pediu para narrar, não é isso?

Darino Sena – Como eu tinha sido um comentarista de relativo sucesso, meu chefe falou: “Não, você vai ser o comentarista, estamos resolvidos, vamos resgatar o grande comentarista.” E aí eu falei: “Não, não vamos resgatar nada.” Eu vim para a TV Aratu para me desafiar, para realizar meus sonhos, para provar não para ninguém, mas para mim mesmo que eu posso ser um comunicador multifacetado, que eu faço programa de esportes, faço esse programa de entretenimento com notícias que é o Tudo Novo, já fiz transmissão do Carnaval, já fiz reportagem sobre vários temas e eu queria já que a vida me deu essa oportunidade, me desafiar quanto narrador. E aí quando fui falar para ele… “Cê tá louco! De jeito nenhum”, então se eu estou louco, eu não vou fazer parte do projeto, porque me chamaram lá atrás pra vir para a Aratu mostrar o que realmente eu posso fazer e como eu disse, para me desafiar. E aí eu levei mais umas duas horas para convencer ele, ele topou essa loucura e estamos aí. Eu já fiz a narração de cinco jogos, a gente tá melhorando, tá evoluindo, tá bacana, na última transmissão eu narrei dez gols, porque a gente fez uma transmissão meio que simultânea com flashs do jogo do Bahia aqui em Salvador. E está sendo fantástico o retorno das pessoas é uma linguagem diferente, uma proposta irreverente, porque não dá para fazer nada na TV Aratu naquele formatinho engessado, a gente está aqui para inovar, desconstruir. A missão no futebol está sendo assim também e a gente está caindo cada vez mais no gosto da galera. É lógico, com algumas cornetadas, como a sua (Gabriel Vaquer, repórter do Observatório que realizou a entrevista) cornetada por exemplo, quando eu fui efetivado narrando você criticou, mas está aí, estou calando a sua boca e a dos outros críticos também.

Observatório – Darino, eu queria que você falasse um pouquinho também sobre o Tudo Novo, você deu uma fala nessas transmissões de Copa do Nordeste que você é pago para se divertir. Qual é sua avaliação que você faz do Tudo Novo depois de dois anos?

Darino Sena – O Tudo Novo é um programa que a gente demorou um tempo para encontrar uma identidade, então foi um processo bastante difícil para todo mundo. E para encontrar essa identidade a gente sofreu bastante, a gente mudou muito a equipe, a gente teve algumas oscilações em termos de audiência, mas eu acho que hoje depois desse primeiro ano de procura, de dúvida, de tatear muito, de arriscar e de errar muito a gente já teve um segundo ano mais consolidado. A gente hoje já sabe o que é, já sabe o que quer e as pessoas já entendem a nossa proposta, então o segundo ano foi um ano de afirmação, a gente está entrando agora na segunda temporada, agora como um ano que a gente precisa deslanchar ainda mais na audiência. E os resultados tem mostrado isso, nos últimos 3 meses foram os nossos melhores resultados de audiência, a gente ficou na frente da Globo em alguns minutos alguma vezes, a gente beliscou ali a vice-liderança na média, então a gente sente, esse reconhecimento e essa resposta das pessoas.

Darino Sena no Tudo Novo Divulgação

Observatório – E como você vê o programa hoje?

Darino Sena – O Tudo Novo é um programa que hoje a gente pode fazer de tudo, contanto que seja de uma maneira diferente. A gente pode ter a crítica social, a gente pode ser o humor, a gente pode ter apresentação musical, mas o pré-requisito para estar no Tudo Novo é isso, é fazer diferente. Eu trouxe aqui o Daniel Vieira, cantor que está lançando a música pano de chão e eu sugeri a coreografia, me deitei no chão e comecei a esfregar o chão, tem que ser assim, tem que ser diferente, inovador a começar pelo apresentador. O tudo novo é o programa que você liga a televisão e você tem a certeza que não sabe o que vai acontecer, mas vai acontecer alguma coisa louca, alguma coisa inusitada, alguma coisa diferente.

Observatório – A gente estava vendo aqui sobre uma situação muito atípica, as três principais emissoras estão ali pau a pau o tempo todo. Qual a avaliação que você faz disso?

Darino Sena – Cara eu acho que é um momento, principalmente para mim que estou no horário nobre da TV local, acho que é uma grande oportunidade, porque estamos vendo aí formulas de desconstrução que estão dando resultado. Vemos como exemplo a Record, a gente vê a TV Bahia/Globo correndo atrás do resultado. É um período de efervescência, de mudança, é o período que todas as emissoras estão voltando a olhar para coisas diferentes que é a proposta do Tudo Novo. Acho que eu posso me beneficiar como profissional, a TV Aratu tem tudo para se beneficiar com essas quebras de paradigmas. Tá sendo uma briga acirrada, tá sendo uma briga dura, mas a gente está se mantendo ali com dignidade e o mais importante é que a TV Aratu acredita na gente, da liberdade para fazer o seguinte: “Olha, a gente não quer que vocês profissionais da TV Aratu sigam padrões, porque se a gente for fazer o que está todo mundo fazendo, não tem sentido.” Então assim, criem, experimentem e o mais bacana é o seguinte, quanto mais loucura a gente já fez, melhores foram os resultados, então quer dizer, o público tá pedindo isso, tá pedindo a novidade, talvez a palavra não seja necessariamente loucura, seja novidade. O cara não quer mais ver o repórter padrão, ele quer ver o repórter que comente, o repórter que se emocione, quer que o repórter mostre indignação, então é muito bacana passar por esse momento de transformação, principalmente na TV da Bahia, no horário nobre.

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