Roberto Bonfim descreve características do seu personagem em Segundo Sol e afirma: “Ele é um escroto!”

Publicado em 30/04/2018

Roberto Bonfim é um dos nomes confirmados no elenco de Segundo Sol, nova novela das 21h da Rede Globo, que estreia no dia 14 de maio. Em um bate-papo com o Observatório da Televisão, o ator falou um pouco sobre o ranzinza Agenor, seu personagem na trama escrita por João Emanuel Carneiro.

De acordo com Roberto, o cara é infeliz por natureza e desconta as amarguras na família, em especial na esposa. “Ele nunca está contente com nada, está sempre maltratando a mulher verbalmente”, revelou. Além de um matrimônio conturbado, Agenor também viverá uma relação difícil com a filha Rosa, interpretada por Letícia Colin, que cansada da arrogância do pai e passando por dificuldades financeiras entrará para o mundo da prostituição.  Confira:

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Como será o seu personagem Agenor?

Pobre (risos). Ele está como garçom, já fez de tudo, sustentou a mulher e duas filhas, e mora num conjunto habitacional. Ele é amargurado, nunca está feliz com nada, briga sempre com a mulher, é ranzinza. Na verdade, ele é um escroto! Ele não é mau, é um cara que provém a família, mas é um cara que nunca está feliz com nada.

O João Emanuel Carneiro sempre apresenta tramas bem humanizadas. Você se sente lisonjeado em fazer parte de um projeto comandado por ele?

Sem sombra de dúvida, porque todos os personagens têm alma. Por exemplo, há muito tempo que não faço personagem negativo e, de repente, cai essa prenda na mão, e ele tem alma, fica fácil de fazer. Fazer bandido é complicado às vezes.

O Agenor terá uma filha, a Rosa (Letícia Colin), que entrará para a prostituição e será expulsa de casa. Ele também é bem rude com a esposa. Como é para você representar um cara como esse?

Exatamente! É um cara que maltrata a mulher, infeliz na vida, ele odeia o emprego, odeia a patroa que manda nele, então ele desconta em casa. Ele entra em casa e já começa a torturar a mulher, de certa maneira, a torturar verbalmente. Ele nunca está contente com nada, está sempre maltratando a mulher verbalmente. Quando o prédio desaba, a filha prostituta vai botar eles num apartamento legal, mas ele fica reclamando até descobrir que ela é prostituta e sair dali.

Parece que no decorrer da trama o seu personagem terá outra filha, né?

Nem eu sei. A gente não sabe se confirma ou não. Teoricamente está lá (na sinopse).

Você é um ator bastante conhecido pelo público. Como você acredita que a galera vai reagir ao Agenor?

Eu estava fazendo papéis de bonachão, o avô, outro cara. Agora eu estou fazendo um escroto, vou tomar porrada no meio da rua, vão me dar pedrada.

Numa forma geral, a dramaturgia é sempre ambientada no eixo Rio-São Paulo. Agora, Segundo Sol traz o cenário nordestino da Bahia como destaque. Como você vê a dinâmica?

Isso é maravilhoso! Finalmente está se abrindo o mundo do Brasil, as cores do Brasil. Esse meu personagem é maravilhoso, é uma descrição clara do brasileiro, o que tem desse homem na sociedade não é mole. Um cara que amargurado na vida, que não vence na vida, que o trabalho machuca ele, que tudo machuca ele e desconta em casa.

Qual o segredo de interpretar um personagem mau? Um cara como o Edgar pode ser humanizado?

No começo da carreira eu fiz muitos papéis de bandido, muito cara mau. O segredo é não poupar, a tendência é tentar melhorar a maldade dele. Na verdade, é ao contrário, tem que ir fundo nele (no personagem) porque indo fundo descobre a humanidade dele. Todo mundo tem um lado bom, por mais mau que seja. Então, tem que mergulhar fundo para descobrir este lado humano, é descobrir a humanidade de cada personagem.

Segundo Sol irá falar muito de recomeços. Você teve algum recomeço marcante e exitoso?

Ah, eu estou sempre recomeçando. A vida inteira eu estou recomeçando, sempre. O bom é isso na profissão da gente, você vai vivendo várias vidas. Então, você vai cumprindo várias etapas de karma, você vai vivendo vários karmas em uma vida só.

Você se considera um homem abençoado por conseguir viver da profissão de ator? O Brasil é um país que não dá o devido valor para a cultura.

Sem dúvida alguma! Você trabalhar no que gosta é uma dádiva de Deus, um privilégio. Eu gosto do que faço, eu faço com prazer.

Você ficou quanto tempo sem trabalhar em novela?

Tem uns dois anos e meio. A última novela foi ‘Império’.

Você teve um probleminha de saúde, né? Está 100% recuperado?

Estou bem. Eu tive que fazer cirurgia porque tive artrose nos quadris. Foi até rápido, eu consegui fazer as cirurgias e ter a recuperação bem rápido.

* Entrevista feita pelo jornalista André Romano

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