Márcio Garcia sobre não chorar no Tamanho Família: “Não sou um cara frio”

Publicado em 12/04/2018

A nova temporada de Tamanho Família estreia na Globo no próximo domingo (15), e terá algumas novidades, diferenciando-a das duas temporadas anteriores do programa a começar pelo número de episódios: serão 17 no total, com a exibição dividida em antes e depois da Copa do Mundo, que acontece em Junho.

O apresentador Márcio Garcia bateu um papo com nossa reportagem durante a coletiva do programa, e falou sobre sua carreira de comunicador, a emoção que sente ao fazer parte da equipe da atração, e revelou qual família gostaria de levar ao palco. Confira a reportagem completa abaixo:

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Quais serão as novidades do Tamanho Família em 2018?

O Tamanho Família traz como novidade nesta temporada o Tio Mala, que é um personagem inusitado, que aparece sem ser convidado. Ele geralmente traz ou tira pontos e aquece a competição. Fizemos uma mudança básica no cenário e temos novas provas, mas cada programa é uma novidade por ser uma família diferente. Por mais que a gente ache que família é tudo igual, cada uma tem sua peculiaridade e vale a pena conferir.

E os convidados se emocionam, não é? Conversamos com a Fernanda Rodrigues e ela cantou a bola que havia participado, e comentou que foi a melhor coisa da vida dela.

Isso não tem preço. Esse retorno dos convidados é muito gratificante de ouvir. Recebo muitas mensagens um ou dois dias depois da gravação, que é geralmente o tempo que a ficha demora a cair. Interessante como as famílias até voltam a se enxergar, porque num programa como esse, elas ficam muito juntas, e recebo feedbacks do pessoal dizendo que se aproximou mais de suas famílias, e é o melhor presente que podemos ter.

Você tem uma família grande, esse programa caiu como uma luva para você não é mesmo?

A minha família é grande e tradicional, sou casado, tenho quatro filhos, mas sempre friso que família não tem fórmula. Ela pode ser de dois homens, duas mulheres, uma galera que mora junto. Família são pessoas convivendo sob o mesmo teto. E mesmo que as pessoas achem que minha família é perfeita, o que não é, porque temos discussão e discórdia como todas e tentamos levar isso.

Sabemos que a primeira e segunda temporada foram sucessos, e agora na terceira, sarrafo só aumenta. Como é isso para você?

Eu acho que falar do sarrafo é falar da direção. Nossa equipe é muito unida, todos trabalham bem conectados e falam a mesma língua. Passamos de 11 para 17 episódios e não sentimos nenhum peso. Fazemos muito bem o dever de casa de pesquisar sobre a vida do convidado e sua família, e nosso grande objetivo é divertir o público. No momento que entro no palco, quero me divertir e fazer com que as famílias ali se divirtam também, porque o próprio ambiente principalmente para as famílias é de nervosismo. Estamos sempre nos empenhando para levar diversão a todos.

Essa temporada será dividida ao meio por causa da Copa do Mundo?

Isso. A primeira parte exibida antes da copa, e a segunda parte depois da Copa. Difícil é gravar tudo antes da Copa para exibir depois sem saber o que aconteceu por lá. Vai que eu falo “Fomos campeões”, e tomamos de sete a um?

Como é para você lidar com a emoção das famílias e até mesmo com a sua própria?

Essa para mim é a parte mais difícil. Tento ser o único ali a não chorar para não ficar uma choradeira geral. Na gravação de ontem estava me segurando tanto que estava até pensando nos boletos que tenho para pagar (risos). A gente se envolve muito, primeiro durante a pesquisa sobre as famílias porque acabamos nos identificando, e enxergamos quase uma forma genérica de comportamento de mães, pais, irmãos, tudo é muito próximo. E depois durante o programa, no papo, quando fazemos uma pergunta e a pessoa responde já acontece uma emoção não só do convidado, mas de toda a equipe, muitas vezes os câmeras estão chorando, a Família Lima chorando, mas é um choro gostoso, uma emoção verdadeira, genuína. Eu tento não chorar porque preciso terminar o programa pra cima. Me controlo, mas a emoção está sempre comigo. Não sou um cara frio, apenas me contenho.

Existe alguma família que você ainda tem vontade de colocar no programa?

Tenho vontade de colocar a Família Lima no programa, sentadinha no sofá (risos). Eles participam muito. Infelizmente não conseguimos colocar no ar tudo o que gravamos, porque nos divertimos muito mais do que é visto pelo telespectador em casa, mas meu grande desejo é colocá-la no programa.

Como você avalia sua carreira como comunicador?

Estou sempre aprendendo. Não tento me apoiar no sucesso ou na convicção de estou pronto ou na certeza de que já sou bom. Me preparo como eu falei anteriormente, e converso muito com a equipe, temos uma conexão de backstage muito boa. Temos uma sala de convívio que é colada no meu camarim e passo o dia inteiro com o pessoal. A maior parte desse sucesso vem da equipe, e acho que não conseguiria fazer esse trabalho, e estar tão à vontade se não fossem eles. Eu tenho meu pontinho eletrônico, não que eu use muito (risos). Meu perrengue é quando está rolando a música e o diretor tenta falar comigo, aí criamos um código: quando eu coço a cabeça é porque não entendi muito bem. Vocês vão me ver coçando a cabeça várias vezes no programa (risos). Esse é um trabalho de equipe, e tento me divertir. O segredo para divertir o público é se divertir junto, porque se você não fizer, ninguém vai. Por mais que a gente tente ler as pesquisas, não posso me apegar a isso no momento em que estou ali, não sei qual a resposta o convidado vai dar, e se eu partir para a próxima pergunta sem absorver a resposta, eu não tenho troca com ele. O grande barato é se preparar, e na hora se divertir.

Como você lida com as críticas negativas ou positivas?

Sinceramente não ligo muito. Claro que é bom receber mais crítica positiva que negativa, mas isso de forma alguma ajuda a me direcionar. Meu feedback vem da minha equipe, essa é a crítica que realmente levo em consideração. Estou sempre tentando aprender e melhorar, quero saber o que deu errado, o que podia ter sido melhor. Quando me assisto em casa, sou extremamente chato, minha mulher até fala “cala a boca e assiste o programa”, mas não consigo, fico pensando na deixa que eu não peguei, se falei muito ou pouco, e estou na busca para melhorar. Esse é o segredo do sucesso do Tamanho Família.

Quando a sua família vai participar?

Minha família pode participar contra a Família Lima, mas vamos precisar de um apresentador e de uma banda (risos). Quando fizeram um show para mim na primeira temporada foi engraçado porque eu sabia que a produção estava armando alguma coisa, como não aconteceu nada, encerrei o programa normalmente, aí a Sandy que era uma das convidadas no dia, falou “Não, senta aí que ainda não acabou não”, e ganhei aquela homenagem da minha família. Eu ria muito tentando não chorar, mas me emocionei muito. Tenho vontade de sentar no sofá no programa um dia, fazer uma DR com a patroa.

* Entrevista feita pelo jornalista André Romano

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