Interpretando uma devoradora de livros em Orgulho e Paixão, Anaju Dorigon admite: “Cecília resgatou muito dessa minha paixão por leitura”

Publicado em 15/03/2018

Em Orgulho e Paixão, a nova novela das seis da Globo, que estreia no dia 20 de março, Anajú Dorigon será Cecília, uma jovem sonhadora que adora viajar no mundo da leitura e que vê coisas estranhas ao seu redor.

Em entrevista ao Observatório da Televisão, Dorigon conta detalhes de sua personagem e abre o jogo sobre sua vida pessoal, em especial o período em que teve hipoglicemia. A atriz ainda conta que controlou a doença e revela o que mudou em sua vida após o episódio.

Confira o bate papo completo abaixo:

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Fale um pouco sobre a Cecília, sua personagem em Orgulho e Paixão?

“Cecília é diferente de tudo que eu já imaginei fazer na vida. Ela é extremamente criativa, imaginativa, vive num mundo quase paralelo dela, aficionada por livros, principalmente romances góticos; e ela vive assim, ela vai do romance para o mistério, para o suspense, para o cômico, é uma personagem que passa por vários caminhos e que é uma delícia de preencher.”

Você gosta de leitura?

“Eu amo, amo, amo. Confesso que a Cecília resgatou muito dessa minha paixão por leitura. Ela é louca por romances góticos. Então, para eu entender essa paixão que ela tinha, eu fui procurar o que funcionava para mim. E eu acabei lendo Harry Potter, li toda a sequência de novo. que eu amo, sou aficionada, então, para mim, está sendo uma experiência maravilhosa, porque a gente está resgatando isso. E eu acho que uma parte muito legal e interessante da personagem é justamente isso, é resgatar uma coisa que já foi um pouco perdida nessa era da internet, de tudo rápido, de tudo de uma vez só, tudo no celular… Então, pegar um livro, parar par ler, ter um conceito de você estar ali com você mesmo, e com a sua imaginação, é lindo. Estou muito feliz de poder resgatar isso.

Você leu as obras da Jane Austen para se preparar para a novela?

“Li ‘Orgulho e Preconceito’, e a minha personagem é baseada na obra da ‘Abadia de Northanger’, que é da Jane Austen também. Então,  também li essa obra. Os filmes eu assisti a todos, mas os livros, eu li só esses dois: ‘Orgulho e Preconceito’ e ‘Abadia de Northanger’. É isso!”

Como é a relação dela com as irmãs?

“Olha, ela é mais no mundo dela. Um pouco mais afastada, um pouco mais dentro de si mesmo, ai eu brinco que se ela tivesse um signo, ela seria de Peixes. Porque ela gosta de imaginar, sonhar. Ela se dá muito bem com as irmãs, é muito mais tímida do que todas elas, é muito doce, é romântica, sonhadora, mas em paralelo a isso, ela tem nessa vivacidade da imaginação. Ela cria coisas na cabeça. Então, às vezes ela acaba vendo coisas que não estão ali, acaba presenciando um fantasma, enfim. Ela cria coisas na cabeça dela. O que faz com que as irmãs tenham um carinho muito especial, porque além de saberem que assim é a irmã, têm um certo respeito e uma compreensão por esse mundo imaginário dela. Então, é muito legal. A personagem da Nathalia Dill, que é a Elisabeta, acaba até embarcando em algumas das aventuras da Cecília, assim como a Mariana também, a gente vai atrás de várias coisas para resolver vários mistérios, então, é muito legal, uma relação muito linda, que pra mim é especial, porque eu sou filha única, né? E acabei ganhando aí quatro irmãs na arte, que eu quero levar para a vida.”

Como você avalia o papel da mulher de antigamente para os dias de hoje em dia?

“Eu acho que assim, é visível que a gente teve uma grande revolução, digamos assim, né? É claro que se trata de uma época onde a voz era menor e mais baixa da mulher, isso a gente vê desde o nosso estudo de corpo para fazer essa obra, que são todos os gestos mais contidos, é um tom de voz diferente, é um olhar diferente, o sorriso ele é quase mínimo, às vezes a gente se permite porque pode, e, é necessário o sorriso na nossa vida. Então, eu acho que assim, comparando na época, realmente, como foi é claro que tem uma diferença gigantesca do que a gente vê hoje. Mas, o que eu acho fantástico do que o Marcos está fazendo, é que tudo que a gente está vivendo, a história tem um poder feminino muito grande em torno de cinco mulheres, então, a trama gira em torno dessa energia feminina. Então, poder retratar isso naquela época, mas com temas que cabem até hoje e que é muito a temática que a gente está vivendo na nossa sociedade de hoje, é maravilho. A gente vai ver muitas coisas que hoje em dia a gente enfrenta ou que por ventura acabou conquistando e tão acontecendo lá atrás. Então, a gente vai viver isso, vai mostrar isso, vai crescer junto com o público através dessa história. É muito legal!”

Como você lida com essas características da sua personagem que gosta desse universo sombrio?

“Eu sou super assustada e amedrontada de tudo. Eu não posso assistir filme de terror, que eu fico sem dormir por uma semana (risos). Eu acho que o que eu busco fazer, pelo menos em cena, que é dica pra qualquer personagem, e realmente está presente, porque ela acaba vivendo muita coisa, assustando o tempo todo, então, é uma trama em que ela tem que estar sempre atenta e sempre percebendo o que está acontecendo ao seu redor. Então, acho que estar presente ali, no set e entendo a energia da personagem já ajuda muito. Pra mim, é um grande desafio como atriz, porque não é fácil, eu falo pra você: ‘ah, dá um susto e você assusta’. Então,  assim é muito legal criar e entender como se cria esse clima de suspense, esse mistério, construir passo a passo, não revelar muito, depois revela médio, depois revela tudo ou quase tudo, então, é uma construção muito delicada que pra mim está sendo muito bom. Super aprendizado como atriz, mesmo.”

Você se identifica com a sua personagem em algum aspecto?

“Muitos! Eu crio mundos paralelos na minha cabeça o tempo todo, assim, a lua é em peixes, então, se fico parada um pouquinho, eu já começo a imaginar e vou longe assim. Em cinco minutos, já aconteceu a destruição do mundo na minha cabeça, sabe? Então, é muito gostoso de poder exercitar esse lado e que muitas vezes a gente acaba anulando pela correria do dia a dia, por ter que estar aqui, ter que estar ali, ter que estar o tempo todo no celular, então, a gente acaba anulando um pouquinho esse lado da criatividade que eu, graças a Deus, sempre tive ela muito aflorada, às vezes até demais.”

Você tem uma carreira recente. Como é pra você integrar o núcleo principal de ‘Orgulho e Paixão’, uma novela das seis, da Globo?

“É uma caminhada muito difícil, mas para mim, é um sonho que eu jamais pensei que eu fosse realizar tão cedo, jamais. Então, assim, eu estar em cena, e olhar, e quem está falando comigo é a Vera Holtz, é a Nathalia Dill, que eu amo, amo, amo… Eu assisti à personagem que a Nathalia fez em Malhação (2008), que foi a Débora, inclusive, me inspirou muito pra fazer a Jade em Malhação.”

 Você é uma pessoa ligada em signos. E sua personagem?

“Eu adoro. Eu abro horóscopo todo dia, todo dia (risos). Eu dou uma olhada, leio o horóscopo da semana, do dia, eu adoro. Adoro esoterismo, misticismo, é uma coisa que sempre fez parte de mim, e que é meu, eu gosto muito.”

Qual o seu signo?

“Eu sou leonina, então assim, eu adoro. Eu sou ciumenta, sou bastante ciumenta, mas eu acho que o que eu mais tenho assim, é… Eu gosto muito de conversar, de falar, de trocar. Também adoro me arrumar, colocar uma maquiagem, que é uma das coisas que eu mais gosto de fazer na vida é me maquiar. Então, eu acho que isso eu tenho muito em comum. Uma coisa que acho que leonino tem é a fidelidade, em tudo. No trabalho, no relacionamento, na amizade, a gente é muito fiel. Se a gente se compromete a fazer alguma coisa, faz um trato, a gente vai até esgotar.”

Recentemente você passou por um problema de hipoglicemia. O que você teve que mudar na sua alimentação?

“Eu acho que corpo é tempo, né? A gente não pode esquecer que nos foi dado isso e é algo que a gente tem que cuidar, cuidar não só de fazer atividade física ou de fazer dieta, mas de cuidar com o que a gente consome, com que alimento a gente vai colocar dentro da gente? O que a gente vai beber? Que alimento a gente vai consumir? Que pensamento a gente vai colocar dentro da nossa cabeça? Porque isso vai irradiar pro corpo. Uma pessoa que muitas vezes acaba sendo pessimista ela vai ter uma relação diferente de como ela vai se perceber. Isso naturalmente vai afetar todas as relações. Então eu acho que assim, pra mim que é muito importante a gente lembrar sempre que saúde é corpo sã, mente são, então eu busco sempre me alimentar da forma mais saudável possível dentro do que eu posso que eu sou vegetariana também, então cuidar do tipo de alimento que eu consumo, da onde que ele vem, como que ele foi feito, do que ele é feito, né? Então eu acho que no mundo que a gente vive hoje é necessário a gente ter esse cuidado. A gente tem tanta informação é só a gente procurar e se abrir pra isso. A hipoglicemia minha hoje ela é super equilibrada, super regulada, graças a Deus, então é algo que assim, de vez em quando eu posso sair um pouquinho da dieta que não tem problema, mas até estabilizar leva um certo tempo o que me levou um ano e pouquinho.”

O que causou esse problema de saúde em você?

“Eu acho que foi uma desregularizada que eu tive de hormônio. Eu tive uma adolescência em que eu fiz muitas dietas, né? Então esses altos e baixos da alimentação acabam influenciando em como é que vai estar o açúcar em nosso sangue, ele influencia na nossa tireoide, em composição de pele e cabelo, tudo. Então assim, como no meu momento de desenvolvimento do corpo eu acabei fazendo muita dieta eu fui por desenvolver isso. E aí hoje em dia é uma coisa que eu cuido, é supertranquila pra mim, eu acho que eu adotei como um estilo de vida, mesmo. Qualquer mudança que a gente vai fazer, seja por que for; seja por saúde, seja por estética, a gente tem que adotar como estilo de vida, né? Não adianta a gente querer fazer por cinco minutos e depois parar. ‘Não consegui o resultado e tá tudo certo e depois volta tudo de novo’, a gente sabe como é. Então eu acho que é legal adotar esse estilo de vida que pra mim foi o que aconteceu. A partir do momento em que eu passei a comer mais saudável eu passei a pensar mais saudável, agir mais saudável comigo, que é a primeira relação de todas, e depois agir com as nossas externas.”

Você faz Ioga?

“Faço.  Eu faço Ioga desde os 12 anos de idade, né? Hoje em dia eu chego a fazer duas vezes por semana, duas a uma, mas eu medito todos os dias. É o que me ajuda muito, eu rezo demais. Eu rezo muito, porque eu acho que isso já é um tipo de meditação, né? Então a oração é algo que me mantém muito centrada, ainda mais quando a gente tá naquela correria de set ‘corre e vai pra lá e vai pra cá’, então eu estou sempre orando, tá sempre dentro de mim é o que me mantém equilibrada.”

Recentemente você atuou em Belaventura, você acha que o público terá algum choque com a sua volta à Globo?

“Eu acho que não existe muito isso, assim, é a nossa profissão, a gente vai viver um pouco de tudo. Eu acho que vai ser um choque muito grande, talvez pra quem lembre de mim em Malhação, porque era Jade, era uma vilã, ela era malvada, ela enchia com todo mundo, brincava, ela ia atrás dos caras, então assim, ela tinha uma personalidade completamente oposta à da Cecília, que é uma moça tímida e recatada. Então aí talvez vai ser um certo choque, né? Mas estou muito ansiosa, eu confesso. Ainda não assistir nada, eu ainda não vi nada. Eu vou ver a primeira vez com o público, assim.”

* Entrevista feita pelo jornalista André Romano. 

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